Pais de autor de chacina em escola dos EUA são condenados a até 15 anos de prisão
Adolescente tinha 15 anos quando cometeu o crime e foi condenado à prisão perpétua
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Jennifer e James Crumbley, pais de Ethan Robert Crumbley, foram condenados de 10 a 15 anos de prisão pelos crimes cometidos pelo filho durante uma chacina na escola Oxford, em cidade homônima, no estado do Michigan (EUA).
Pais foram condenados por "homicídio involuntário". A Justiça de Michigan os considerou culpados por não terem feito o suficiente para impedir seu filho de realizar uma chacina na escola Oxford, em Michigan.
Juíza fala em "erros sucessivos". A juíza Cheryl Matthews afirmou que "não se espera que os pais sejam médiuns", mas que as decisões "confirmam atos repetidos ou falta de atos que poderiam ter parado um trem desgovernado que se aproximava, ignorando repetidamente coisas que fariam uma pessoa razoável sentir os cabelos da nuca se arrepiarem".
Jennifer e James são primeiros pais condenados por chacinas realizadas por filhos nos EUA.
Chacina matou quatro alunos e feriu outros sete em 2021 na escola em Oxford, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes na região de Detroit. O adolescente tinha 15 anos quando cometeu o crime. No ano passado, ele foi julgado como adulto, e condenado à prisão perpétua.
Pais deram arma para o filho como presente de Natal. Uma professora do garoto também descobriu que ele estava procurando munição na internet, e chamou a mãe até a escola. Segundo a promotoria, ela não respondeu, e enviou uma mensagem de texto ao filho dizendo: "Não estou brava com você. Você tem que aprender a não ser pego".
Pai do adolescente ligou para a polícia no dia do tiroteio. Ao ouvir que havia um atirador na escola da região, James Crumbley ligou para a emergência, dizendo acreditar que o culpado poderia ser o filho dele. Pouco mais de duas semanas depois, ele e a esposa foram convocados para uma audiência, mas não apareceram. Os dois foram presos no dia seguinte.
Especialistas acreditam que o julgamento pode abrir novo precedente jurídico. No ano passado, os EUA registraram 656 tiroteios em massa, segundo a ONG Gun Violence Archive (Arquivo da Violência com Armas de Fogo, em tradução livre). O cálculo inclui qualquer incidente em que no mínimo quatro pessoas foram baleadas.
Uma pesquisa do governo norte-americano mostrou que 75% dos atiradores em escolas conseguiram as armas usadas dentro das próprias casas.
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