Lula promete apoio à inclusão da Colômbia no Brics após revés com a Argentina
Brasil era inicialmente contra a expansão do Brics
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vai patrocinar no Brics a inclusão da Colômbia. O presidente colombiano, Gustavo Petro, pediu na quarta-feira, dia 17, a adesão do país ao bloco de nações em desenvolvimento, que no ano passado passou por sua maior expansão e agora tem dez membros.
"O presidente Petro manifestou o interesse da Colômbia de aderir ao Brics como membro pleno no menor prazo possível, e o presidente Lula acolheu com beneplácito essa iniciativa e se comprometeu a promover a candidatura da Colômbia", afirmaram as chancelarias em declaração conjunta.
No começo do ano, o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou a desistência do país de ingressar no Brics, visto como um foro de cada vez mais influência direta da China e de desafio ao domínio econômico e político ocidental e do G7.
O Brasil atuou em favor da Argentina na última cúpula e, com a recusa do novo governo, perdeu-se a ideia de certo equilíbrio regional na expansão, critério defendido por Brasília. O País continua como único membro da América Latina.
O Brasil era inicialmente contra a expansão do Brics, por entender que poderia diluir inclusive seu protagonismo, mas acabou cedendo à ofensiva de Pequim.
Cada um dos membros patrocinou nos bastidores os novos países e todos tiveram o convite aprovado por consenso, como é praxe no grupo. A expectativa da cúpula de Kazan, em outubro, na Rússia, é que novo processo de expansão seja realizado. Indonésia, Venezuela e Paquistão também buscam entrar no Brics.
Atualmente, os membros são Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
"Quem sabe a nossa querida Colômbia possa participar dos Brics", disse Lula em declaração após encontro com Petro.
A Colômbia vai participar de reuniões do G20, coordenado neste ano pelo Brasil, e manifestou interesse em aderir à proposta de Lula de uma aliança global contra a fome e a pobreza. Em contrapartida, o presidente brasileiro disse que certamente participará, em outubro, da COP-16 da Biodiversidade, em Cali.
Venezuela
No encontro em Bogotá, os presidentes também discutiram a crise política na vizinha Venezuela, onde opositores foram impedidos de disputar a eleição - o que levou Lula e Petro, aliados históricos de Nicolás Maduro, a criticar o regime de forma inédita.
O petista ouviu a proposta colombiana de consulta popular na Venezuela sobre um possível acordo para garantir a segurança e os direitos políticos de quem sair derrotado na votação. O plano havia sido discutido por Petro com Maduro e integrantes da oposição ao chavismo, em Caracas.
Lula não respondeu se apoia o plebiscito, mas incentivou a ideia em declaração conjunta. No comunicado, Brasil e Colômbia destacaram a importância do diálogo e pediram que governo e oposição considerem chegar a um acordo de garantias democráticas que possa ser referendado nas urnas. Os dois países também reiteraram o repúdio às sanções.
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