Livro-bomba do príncipe Harry bate recorde
Autobiografia do príncipe Harry vendeu 400 mil cópias em um dia. Filho do Rei Charles faz acusações contra o irmão e a madrasta
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O livro de memórias “Spare”, do Príncipe Harry, é a obra de não ficção vendida mais rapidamente na história do Reino Unido, disse a editora do livro, tendo vendido mais 400 mil somente no primeiro dia de vendas, iniciada na última terça-feira, nos formatos de capa dura, e-book e áudio.
“Até onde sabemos, os únicos livros que venderam mais no primeiro dia são aqueles estrelados pelo outro Harry (Potter)”, disse Larry Finlay, diretor administrativo da Transworld Penguin Random House, fazendo referência aos livros da saga infanto-juvenil da autora J.K. Rowling.
A obra, considerada pela imprensa britânica como “livro-bomba”, chamou a atenção em todo o mundo devido às revelações e acusações de Harry sobre seu pai, o rei Charles III, a madrasta Camilla e o irmão mais velho, o príncipe William, e outros membros da família real.
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“Estranhamente, sempre houve competição entre nós”, disse Harry, sobre o irmão, William, em uma entrevista com o jornalista britânico Tom Bradby, quando abordou detalhes descritos na obra. O príncipe inclusive culpou a imprensa inglesa por criar uma inimizade maior entre ele e o irmão.
Outros assuntos abordados por Harry incluem a morte da mãe, a princesa Diana, e seu casamento com Megan Markle.
Como é de costume para o encriptado Palácio de Buckingham, os porta-vozes de Charles e William se recusaram a comentar sobre as polêmicas.
Afeganistão
O príncipe Harry se posicionou na noite desta terça-feira (10) quanto às acusações do Talibã de ele “se gabar de ter matado 25 afegãos”. Para o filho mais novo do atual Rei Charles III as alegações são “uma mentira perigosa”.
No livro de confissões lançado oficialmente nesta semana, Harry conta que enquanto serviu ao exército do Reino Unido, ele foi enviado para uma missão no Afeganistão e durante seu período no país asiático ele matou cerca de 25 afegãos.
O Duque de Sussex foi duramente criticado por tratar no livro os mortos como "peças de xadrez". Ele rebateu a crítica dizendo estar sendo mal interpretado.
Ao condenar o trabalho da mídia, Harry disse que “a mentira mais perigosa que eles contaram é que de alguma forma eu me gabei do número de pessoas que matei no Afeganistão”, disse ele.
PONTOS POLÊMICOS DO LIVRO
Agressão do príncipe William
Harry diz que seu irmão William, agora Príncipe de Gales e herdeiro do trono britânico, o derrubou no chão durante uma discussão em 2019 em sua casa em Londres.
O tema da briga era, como não poderia deixar de ser, a esposa americana do Duque de Sussex, a ex-atriz Meghan Markle. Segundo o livro, William teria chamado Meghan de “difícil”, “rude” e “abrasiva”.
Harry escreve que William o agarrou pelo colarinho e o derrubou no chão, onde teria caído em cima da tigela de um cachorro, que quebrou-se e feriu suas costas. Ele diz que recusou uma provocação de William para revidar, e que seu irmão mais tarde se desculpou pelo incidente.
Camilla, a “madrasta má”
Em um dos trechos, Harry descreve que ele e William “imploraram” ao pai para não se casar com Camilla (que eles chamavam de “a outra mulher”), porque temiam que ela fosse uma “madrasta má”.
Harry também se lembra de ter conhecido Camilla pela primeira vez, comparando-o a uma “injeção”: “Feche os olhos e você nem sentirá”.
Uniforme nazista
Harry tinha 20 anos quando o jornal britânico Sun publicou uma foto sua de primeira página vestido como um soldado nazista, com uma braçadeira vermelha com uma grande suástica estampada. Na autobiografia, o príncipe escreve que a escolha da roupa teve participação de Willy e Kate.
Filho ilegítimo
Uma passagem do livro descarta os rumores de que ele foi o resultado de um caso entre o major James Hewitt e sua mãe, a princesa Diana, bem como as sugestões de que seu pai costumava brincar sobre não saber quem era o verdadeiro pai de Harry.
O príncipe diz que a ideia é absurda, visto que sua mãe só conheceu Hewitt muito depois de ele nascer.
Casamento com Meghan
O príncipe afirma que a família real não foi cooperativa na escolha da data e do local de seu casamento com Meghan.
Ele diz que quando consultou seu irmão sobre a possibilidade de se casar na Abadia de Westminster ou na Catedral de São Paulo, William disse nenhuma das duas eram opções viáveis porque haviam sido locais dos casamentos de Charles e Diana e de William e Kate, respectivamente.
Consumo de drogas
Harry relata que, quando tinha 17 anos, lhe ofereceram cocaína na casa de alguém. Depois disso, ele consumiu a droga em várias outras ocasiões, embora insista no livro que as reportagens sugerindo que ele era viciado eram falsas.
Ele também conta como, como aluno do prestigiado Eton College, costumava fumar maconha no banheiro de sua casa.
Mortes no Afeganistão
Quando servia como piloto de helicóptero no Afeganistão, Harry diz que matou 25 pessoas. Ele diz que participou de seis missões, todas envolvendo mortes, mas diz que as considera justificáveis, pois os rebeldes do Talibã queriam matar seus companheiros.
Fonte: Livro “Spare”
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