Kamala explora problemas de Trump na justiça e arrecada US$ 250 milhões
No primeiro comício de sua campanha presidencial, em Wisconsin, ela lembrou do tempo em que era procuradora da Califórnia
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A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, repetiu nesta terça-feira, 23, os ataques feitos ao ex-presidente Donald Trump na segunda-feira. No primeiro comício de sua campanha presidencial, em Wisconsin, ela lembrou do tempo em que era procuradora da Califórnia e colocou atrás das grades predadores sexuais, fraudadores e criminosos. "Acreditem, eu conheço o tipo de Donald Trump", afirmou.
Ontem, os democratas anunciaram a arrecadação de mais de US$ 250 milhões, entre a tarde de domingo, 21, e a noite de segunda-feira, 22. O dinheiro inclui doações para a campanha presidencial, para a direção do partido e para comitês conjuntos. De acordo com a equipe de Kamala, os recursos vieram de 1,1 milhão de doadores, sendo que 62% fizeram uma doação pela primeira vem neste ciclo eleitoral.
Um dia depois de obter o voto da maioria dos 4 mil delegados democratas, o que na prática lhe garante a nomeação do partido, Kamala recebeu o apoio do senador Chuck Schumer, líder da bancada no Senado, e do deputado Hakeem Jeffries, líder dos democratas na Câmara - os dois principais nomes do partido no Congresso.
"Quando conversei com ela no domingo, ela disse que queria ter a chance de obter a indicação por conta própria e fazer isso de baixo para cima", disse Schumer. "Agora que o processo avançou a partir da base, estamos aqui para apoiar a vice-presidente Kamala Harris", disse Schumer, ao lado de Jeffries.
Dianteira
Pesquisa da Reuters/Ipsos divulgada ontem - a primeira feita após a desistência do presidente, Joe Biden - mostra pela primeira vez Kamala à frente de Trump (44% a 42%). Embora sondagens nacionais tenham pouca importância nos EUA, já que a eleição se decide nos Estados, elas indicam o impulso que recebeu a campanha democrata com a troca da chapa.
O crescimento de Kamala, no entanto, ainda precisa aparecer em outras pesquisas, segundo analistas. Por enquanto, o que as sondagens mostram é um desempenho melhor que o de Biden, mas ainda atrás de Trump. De acordo com o instituto Morning Consult, o presidente está 6 pontos porcentuais atrás do republicano, enquanto Kamala fica a apenas 2.
Reformulação
Com Biden fora da disputa, a campanha de Trump busca agora uma nova estratégia contra Kamala. Após passar meses insistindo que a idade era um fator determinante na eleição, o republicano, de 78 anos, se vê agora diante de uma candidata de 59.
Ontem, Trump se comprometeu a debater com Kamala, - e garantiu que estaria "disposto" a enfrentá-la mais de uma vez. O próximo encontro, programado para o dia 10 de setembro, será mediado pela ABC News. Mas, nos últimos dias, o republicano vem pressionando para que a Fox News, emissora mais conservadora, realize o debate, chamando a ABC de "uma piada".
Ontem, o ex-presidente passou o dia nas redes sociais, criticando Biden, Kamala e os democratas. "É inacreditável! Eles estão transformando Joe Biden, o pior presidente da história dos EUA, em herói", escreveu Trump. "Ele foi expulso do poder como um cachorro. Veja o que a esquerda radical é capaz de fazer."
Críticas
Sobrou até para a própria Fox News, criticada por Trump por colocar no ar uma entrevista com o governador de Minnesota, o democrata Tim Walz. "Por que a Fox News deu espaço para o governador de Minnesota, onde estou liderando (as pesquisas)?", questionou o ex-presidente. "Francamente, eles me fazem travar batalhas que eu não preciso travar." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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