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Internacional

Governo reage à provocação de Maduro e se diz surpreso com 'tom ofensivo'

A relação entre Lula e Maduro vem se deteriorando desde que o brasileiro voltou ao Planalto


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Imagem ilustrativa da imagem Governo reage à provocação de Maduro e se diz surpreso com 'tom ofensivo'
Governo reage a provocação de Maduro e se diz surpreso com 'tom ofensivo' |  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva rompeu o silêncio nesta sexta-feira, 1º, e reagiu à série de provocações do regime do ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, ao presidente brasileiro e integrantes do Palácio do Planalto e Itamaraty. Por meio de nota, o Brasil se disse surpreso com o "tom ofensivo" contra o País e seus símbolos nacionais, adotado por Maduro e seus aliados chavistas.

O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais", disse o comunicado, divulgado ontem pelo Itamaraty. "A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo."

A reação ocorre depois de forças de segurança da Venezuela publicarem nas redes sociais uma montagem com a silhueta de Lula, com o rosto na penumbra, e a bandeira do Brasil ao fundo. A imagem veio com o aviso: "Quem se mete com a Venezuela se dá mal."

A relação entre Lula e Maduro vem se deteriorando desde que o brasileiro voltou ao Planalto. Nos primeiros meses em Brasília, o petista tentou reabilitar o chavista, tirando a Venezuela do isolamento internacional.

O Brasil chegou a mediar o Acordo de Barbados, entre chavismo e oposição, assinado em outubro de 2023, que previa uma troca: a suspensão de parte das sanções internacionais à Venezuela e eleições presidenciais transparentes, com missões de observação da União Europeia, do Centro Carter e da ONU.

Cautela

Apesar de a oposição venezuelana constantemente denunciar a ditadura por não cumprir o que assinou, o Brasil adotou uma posição cautelosa - para muitos, até demais. Lula evitou criticar Maduro e apostou que a eleição seria um processo limpo, mesmo diante de evidências de que o chavismo vinha eliminando, um por um, os principais candidatos da oposição.

Primeiro, foi a inabilitação de María Corina Machado. Depois, de sua substituta, Corina Yoris. Sem contar a cassação dos direitos políticos de outros líderes antichavistas, como Juan Guaidó, Leopoldo López e Henrique Capriles.

Mesmo diante das fraudes na eleição presidencial de 28 de julho, vencidas pelo ex-diplomata Edmundo Gonzalez, Lula foi comedido nas críticas, se restringindo a pedir a divulgação das atas de votação, que provariam a vitória de Maduro.

Quando ficou claro que o chavismo não mostraria nada, e Maduro acabou coroado pelo Conselho Nacional Eleitoral e pelo Tribunal Supremo de Justiça - ambos dominados pelo chavismo - é que a relação degringolou de vez. O petista passou a criticá-lo pela escalada autoritária, mas sem chamá-lo de ditador. O distanciamento se aprofundou. O alto comando chavistas passou a acusar o Brasil de "agressão" e dizer que Lula e seu assessor especial, Celso Amorim, agiam com agentes da CIA.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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