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Esportes

Vini Jr: “Eu só queria jogar futebol”

Na véspera de defender o Brasil diante da Espanha, Vini Jr vai às lágrimas e desabafa sobre os ataques racistas que sofre no país europeu


Imagem ilustrativa da imagem Vini Jr: “Eu só queria jogar futebol”
Vini jr se emocionou ao falar sobre o preconceito que sofre todos os dias |  Foto: Anfré Durão / Enquadrar / Agência Estado

“Desculpa, eu só queria jogar futebol, fazer de tudo pelo meu clube e pela minha família”. Foi assim que Vini Jr encerrou sua entrevista coletiva em Madrid, às vésperas da Seleção Brasileira enfrentar a Espanha, hoje, às 17 horas, em amistoso com Dorival Júnior no comando.

O jogador brasileiro se emocionou após falar sobre o racismo que ele enfrenta diariamente no país em que joga defendendo a camisa do Real Madrid.

Em um dos seus maiores desabafos desde as recorrentes ofensas racistas na Europa, Vini se emocionou e revelou que os ataques estão afetando sua disposição de jogar. “Cada vez estou mais triste e tenho menos vontade de jogar”.

O jogo de hoje foi motivado justamente pelos ataques racistas que o brasileiro vem sofrendo no futebol espanhol há pelo menos um ano e meio.

Diante da imprensa brasileira e espanhola, Vini Jr. soltou frases fortes e revelou frustração com a falta de ação diante da série de denúncias de racismo de que foi alvo nas últimas duas temporadas.

Tristeza

“Cada vez estou mais triste e tenho menos vontade de jogar. Mas não vou desistir. Eles (jornalistas europeus) têm que falar menos das coisas de errado que eu faço dentro de campo. Tenho apenas 23 anos, tenho muito a melhorar. É um processo natural, saí muito novo do Brasil, não pude aprender tantas coisas. Sigo estudando. Por que os repórteres da Espanha, que são mais velhos que eu, não podem estudar (sobre o racismo)?”.

Sofrimento

“Acredito que seja muito triste tudo que eu venho passando a cada jogo, a cada dia, a cada denúncia vai aumentando. É muito triste, não só eu, mas todos os negros que sofrem no dia a dia. O racismo verbal é minoria perto de tudo que os negros passam no mundo”.

Luta contra o racismo

“No futebol tem tantos jogadores melhores do que eu... Eu quero fazer com que as pessoas possam evoluir, melhorar, ter igualdade. Que num futuro bem próximo possamos ter menos casos de racismo. Que as pessoas negras possam ter uma vida normal, como todas as outras. Se fosse por mim, eu já teria desistido, eu fico em casa, ninguém vai me xingar. Tenho que me concentrar muito nos jogos para fazer o melhor para a minha equipe”.

Apoio

“Tiro a minha força das pessoas que torcem por mim, que me acompanham, que cada vez mais me mandam mensagens para eu seguir lutando por eles. Tenho uma força muito grande dentro de casa, me apoiam em tudo que faço. Nem todos têm esse apoio. Nem todos têm a tranquilidade de vir aqui falar por tantas pessoas”.

Falta de punições

“Se começarmos a punir todas essas pessoas que cometem crimes, que aqui não consideram crime, vamos começar a evoluir. Tudo será melhor para todo mundo. Faço muitas denúncias. Chegam cartas para eu assinar a todo mundo, para fazer mais denúncias. Mas, no final, eles arquivam o processo e ninguém sabe de nada. Se começarmos a punir, não sei se vão mudar o pensamento, mas pelo menos essas pessoas terão medo de falar, principalmente onde tiver câmeras. Vamos diminuir os casos e vamos colocar medo nessas pessoas. E que elas possam educar seus filhos. Às vezes até crianças me xingam, mesmo sem saber do que se trata”.


Análise

“Ainda precisamos entender as lágrimas de um homem negro”

Imagem ilustrativa da imagem Vini Jr: “Eu só queria jogar futebol”
Alexsandro Oliveira, editor de Opinião |  Foto: Acervo pessoal

Desculpa? Vini Jr, você não tem que pedir perdão pelo seu choro genuíno, e em público, e por ser vítima de racismo na Espanha. Muita gente é que precisa pedir clemência a você e aos milhares de negros.

Suas lágrimas podem até ser interpretadas como uma vitória dos racistas. Esses, os lixos de uma sociedade doentia, não entendem suas mensagens. São ignorantes!

Quem deveria te entender (melhor!) são outros, como: o gigante Real Madrid, que é clube minúsculo diante de sua luta praticamente solitária; os jogadores de futebol, por não se posicionarem com veemência; e as autoridades esportivas, como Fifa, Uefa e La Liga.

A sua luta por respeito não é por você, que conquistou visibilidade mundial pelo seu talento.

Essa batalha é pelos seus pais, vítimas de um racismo histórico; é pelo seu irmão de 5 anos, que vai enfrentar essa epidemia; e por você negro que lê esse texto; e por você branco, que convive com negros no seu dia a dia.

Que mais gente fale sobre o racismo, até mesmo um mero homem branco como eu, para que leis e punições severas sejam criadas e aplicadas (tomara!).

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