X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Esportes

Ignorada: Federação diz que alertou sobre riscos no jogo entre Brasil e Argentina

Confusão entre torcedores atrasou o início do jogo


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Ignorada: Federação diz que alertou sobre riscos no jogo entre Brasil e Argentina
Não havia no setor divisão entre as torcidas, apesar da rivalidade histórica entre brasileiros e argentinos |  Foto: Reprodução

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) diz que alertou sobre os riscos no jogo entre Brasil e Argentina, realizado na noite desta terça-feira (21) no Maracanã. Em uma reunião no dia 16 de novembro, a federação classificou a partida como bandeira vermelha na escala de risco. O órgão afirma, porém, que o alerta foi ignorado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Uma briga entre torcedores atrasou o início do jogo. A confusão ocorreu no setor sul inferior e começou durante o hino da Argentina, tocado antes do brasileiro. Segundo relatos de quem estava no estádio, torcedores brasileiros vaiavam enquanto a canção era apresenta.

Não havia no setor divisão entre as torcidas, apesar da rivalidade histórica entre brasileiros e argentinos. Fotos e vídeos da confusão mostram pessoas com sangramentos no rosto e na cabeça após confronto com policiais.

Ao todo, 17 pessoas foram encaminhadas ao posto do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos no Maracanã, conforme informou a Justiça do Rio. Eles firmaram um acordo para o pagamento de multa por terem provocado tumulto e praticado desacato, resistência, furto, entre outros crimes.

Segundo o Tribunal de Justiça, apenas um torcedor, Roberto Jefferson Gomes Peixoto, foi punido com medida cautelar de afastamento dos estádios e comparecimento ao juízo. A reportagem ainda não conseguiu localizar a defesa dele.

Uma torcedora argentina também foi presa sob suspeita de injúria racial por ter chamado uma mulher de "pedaço de macaco". Na manhã desta quarta-feira (22), a Justiça decretou a prisão preventiva de Maria Belen Mautecci. A reportagem também não conseguiu contato com os advogados dela.

A reunião em que a Ferj alertou sobre os riscos da partida contou com a presença de, além da CBF, representantes do Consórcio Maracanã, que administra o estado, do Ministério Público, da Polícia Militar, da Secretaria de Ordem Pública, da Guarda Municipal, da Defensoria Pública, do Juizado do Torcedor e de outros órgãos públicos responsáveis pelo entorno do Maracanã. A ata dessa reunião foi divulgada primeiro pela ESPN e confirmada pela reportagem.

Esse tipo de reunião é comum para definir como será a organização e a segurança do jogo. No entanto, segundo a federação estadual, o alerta de bandeira não foi levado a sério pelas autoridades presentes.

No dia seguinte à reunião, o presidente da Ferj, Rubens Lopes da Costa Filho, emitiu comunicados ao Ministério Público, ao Juizado Especial do Torcedor e ao Consórcio Maracanã afirmando que qualquer questionamento sobre o jogo entre Brasil e Argentina deveria ser direcionado diretamente à CBF. Desde então, diz a federação, o órgão não participou de mais nenhuma conversa sobre a partida.

"Vimos informar que a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro não recebeu nenhuma atribuição da Confederação Brasileira de Futebol no sentido de exercer qualquer atividade ou função referente à organização/operacionalização da partida", diz o comunicado enviado pelo presidente da Ferj.

Ele completa: "No caso em questão, toda a responsabilidade operacional, de segurança, tributária, financeira e qualquer outra cabe única e diretamente à CBF".

A CBF, por sua vez, afirmou que o plano operacional para a partida foi aprovado sem qualquer ressalva ou recomendação em uma reunião feita na última segunda-feira (20), em que participaram representantes do Consórcio Maracanã, da PM, da Conmebol e de demais empresas que atuam no estádio. A Ferj não participou desse encontro.

Inicialmente, a CBF havia dito que a organização do Maracanã estava por conta do consórcio que administra o estádio. Depois, em nota divulgada nesta madrugada, disse que "o planejamento da partida foi realizado de forma cuidadosa e estratégica pela CBF, em conjunto e em constante diálogo com todos os órgãos públicos competentes, especialmente a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro".

A confederação ainda afirmou que a torcida mista era de conhecimento da PM e das demais autoridades públicas e que ela é o "padrão em competições organizadas pela Fifa e pela Conmebol".

A nota da CBF também cita a reunião do dia 16, da qual a Ferj participou e fez o alerta sobre a bandeira vermelha. A confederação, no entanto, não fala sobre os riscos que foram apontados. Sobre as alegações da federação estadual, o órgão afirma que são declarações políticas feitas por um grupo contrário à atual gestão da CBF.

O Consórcio Maracanã e o Ministério Público ainda não responderam sobre as reuniões e a falta de divisão das torcidas, apesar do alerta de risco. Já os órgãos municipais afirmaram que a atuação deles se limita ao entorno do estádio e que não possuem gerência do que acontece dentro do Maracanã.

A PM, por sua vez, disse que a falta de divisão das torcidas se deu pela venda de ingressos sem distinção, que foi definida pela organização do evento.

Em um novo posicionamento divulgado na tarde de quarta, a Polícia Militar informou que só foi informada de que não haveria divisão de torcida na reunião do dia 16. A corporação completa que, nessa data, as vendas do ingresso já tinham começado e os bilhetes estavam esgotados.

"No dia 16, todos os ingressos já tinham sido vendidos. É importante pontuar que, inicialmente, a venda para torcedores argentinos foi direcionada para o setor sul do estádio [local onde ocorreu o confronto entre torcedores]. Contudo, o setor acabou liberado para todos os torcedores, transformando a área, que deveria ser restrita, em arquibancada mista", disse a PM, em nota.

Rubens Lopes, presidente da Ferj, também é vice-presidente da CBF. Ele, no entanto, tem uma relação conflituosa com o atual mandatário da confederação, Ednaldo Rodrigues.

Na época da escolha do presidente da CBF, em março do ano passado, Lopes deu seu apoio a Rodrigues, que na época já ocupava o cargo interinamente. Eles, porém, romperam a relação e, desde então, o presidente da Ferj tem marcado uma posição contrária à CBF e criticado a gestão do ex-aliado, chamando-a de centralizadora.

Já a ala ligada a Rodrigues afirma que Lopes queria assumir a operacionalização do jogo no Maracanã, no lugar do consórcio que administra o estádio, para beneficiar a Ferj com ingressos e cargos para organizar a partida.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: