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Esporte Capixaba

“É uma oportunidade de viver novas aventuras”, afirma ultramaratonista

Aos 59 anos, ela se prepara para sua primeira prova internacional após superar o luto com a ajuda da corrida


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Imagem ilustrativa da imagem “É uma oportunidade de viver novas aventuras”, afirma ultramaratonista
ROSEMEIRE vai participar da Comrades Marathon, na África do Sul |  Foto: Acervo Pessoal

Rosemeire Magalhães, de 59 anos, é daquelas pessoas que provam, a cada passo, que nunca é tarde para se reinventar. Mineira de João Monlevade, mas moradora de Vila Velha há três décadas, ela transformou a prática da corrida em uma filosofia de vida.

A paixão surgiu de forma espontânea, ao ver de perto a energia de uma prova de rua no Espírito Santo — e, desde então, a atividade virou parte essencial da sua rotina.

Sua relação com as maratonas vai além da performance. Depois de perder o marido, Antônio Olímpio Magalhães, em 2020, Rosemeire encontrou na corrida um caminho para atravessar o luto e reencontrar forças.

O que era apenas um hábito saudável ganhou novos significados e a levou a participar de oito maratonas, duas ultramaratonas e, agora, a se preparar para um dos maiores desafios da sua trajetória: a Comrades Marathon, na África do Sul, uma das mais tradicionais e exigentes provas do mundo.

Rosemeire embarca no início de junho ao lado de uma delegação capixaba composta por 21 corredores. A prova, que acontece no dia 8, reúne 24 mil atletas e exige muito mais do que preparo físico: é um teste de resistência, foco e coração.

Às vésperas de sua primeira corrida internacional, ela conversou com a reportagem do Jornal A Tribuna sobre sua trajetória, treinos, conquistas e expectativas para essa nova etapa.

A Tribuna - Como e quando surgiu o seu interesse pela corrida e por participar de maratonas?

ROSEMEIRE - Eu sempre gostei de fazer atividade física e de academia. Quando me mudei para Vila Velha, no Espírito Santo, comecei a caminhar no calçadão, a correr na areia. Gostava muito de dar uns trotinhos ali.

Um dia, vi uma corrida acontecendo — era a da Garoto, num domingo. Eu estava caminhando e vi o pessoal correndo. Achei o máximo! Achei muito legal ver todo mundo animado, o público aplaudindo, incentivando. Aquilo acendeu algo dentro de mim.

Comecei a pesquisar sobre corrida de rua e o interesse só aumentou. A minha primeira corrida foi a dos Bombeiros, há 11 anos, em julho. Me apaixonei e nunca mais parei. Com o tempo, percebi que gosto mais de longas distâncias.

E como as corridas influenciam no seu dia a dia, na sua rotina e bem-estar?

Eu tenho uma rotina de treinos e isso me faz muito bem. Tenho 59 anos, sou saudável, não tomo nenhum medicamento, minhas taxas são ótimas. Acredito que isso se deve à corrida.

Tenho uma assessoria que me passa as planilhas e faço fortalecimento na academia. Isso me dá muito bem-estar. Sou muito disposta, animada, não sou acomodada. Faço atividade física como parte da minha rotina de vida.

Como a corrida te ajudou a superar a perda do seu marido?

Ele faleceu de Covid em setembro de 2020. Foram 38 anos de casamento, uma parceria muito boa. Quando ele se foi, perdi o chão. Ainda estávamos em pandemia. Muitas vezes, eu pegava o carro e ia até o final de Itaparica, estacionava e corria pela Rodovia do Sol. Às vezes 5, às vezes 10 quilômetros, ida e volta.

Foi nessa rotina de treinos que consegui superar a perda. Voltava mais leve, os choros diminuíram e consegui retomar minha vida, meu trabalho, minha rotina. Devo muito à corrida. Ela me ajudou demais a superar esse luto.

Como é a sua rotina de treinos e preparação para as maratonas?

Tenho um treinador (Carlos Gusmão) e uma assessoria (Ultra Esporte). Corro segunda, quarta, sexta e sábado — sendo que sábado é dia de treino longo. Terça e quinta vou para a academia. Acordo às 5h da manhã, tomo meu café e sigo para o treino. É uma rotina bem definida.

Hoje você vive da corrida?

Não. Trabalho na área da saúde. Corrida é só bem-estar mesmo.

De quantas maratonas você já participou?

Já participei de oito maratonas, sendo a primeira em 2015. Costumo fazer uma por ano. Também fiz duas ultramaratonas: uma de 68 km e outra de 80 km. Agora estou me desafiando com uma corrida fora do Brasil, de 89 km.

Recentemente, você participou da maratona de Porto Alegre. Como foi essa experiência?

Maravilhosa! Um clima ótimo. Porto Alegre é uma cidade estruturada, fiquei surpresa. Foi minha melhor maratona. Mantive um bom ritmo, comecei e terminei bem. Consegui, inclusive, a qualificação que precisava para a corrida fora do País.

Na chegada do Rio Grande do Sul, sua família te recebeu com uma surpresa. Como foi?

No aeroporto, fui recebida com cartazes, buzinas, cornetas... Fiquei muito surpresa. Tenho uma parceria enorme com meus filhos. Eles são minha maior conquista, mais que qualquer troféu. Estão sempre comigo, me apoiam em tudo.

Quantos filhos e netos você tem?

Tenho quatro filhos e estou indo para o quarto neto, minha filha está grávida. Bisneto ainda não! (risos)

Qual é a sensação de ser uma atleta ranqueada internacionalmente e poder correr fora do Brasil?

É uma sensação maravilhosa, um desafio. Às vezes bate um frio na barriga, mas tenho certeza de que vou conseguir. É também uma oportunidade de viajar, conhecer outro país, viver novas aventuras. Ir para a África do Sul, que é cheia de história, será incrível.

E como está a expectativa para a Comrades Marathon?

Está ótima. Estou animada. Vai ser uma experiência inesquecível.

A delegação capixaba está se encontrando para fazer treinos em conjunto?

Nos encontramos nos treinos longos, como no sábado passado, em Venda Nova. Fizemos 60 km. Começamos juntos, mas cada um termina no seu ritmo. Foi um treino muito desafiador, com muitas subidas. Isso fortalece corpo e mente. Como dizem os corredores: “Treino difícil, prova fácil”.

E como será a logística da viagem?

Vou no dia 4 de junho com parte do grupo. Outras pessoas vão no dia 5. Chegamos em Joanesburgo, depois seguimos para Durban. A corrida é no dia 8 de junho. A volta está marcada para o dia 10. Alguns vão aproveitar para passear, mas eu retorno logo.

Você tem alguma expectativa em relação ao resultado?

Meu objetivo é concluir. Só de participar, pra mim, já é uma grande vitória. A corrida tem 24 mil inscritos e é centenária. Muito tradicional, considerada a “princesinha” das maratonas. É uma prova muito competitiva, mas vou com o coração aberto para viver essa aventura.

Quem é?

ROSEMEIRE MAGALHÃES tem 59 anos, nasceu em João Monlevade (MG) e mora no Estado há 30 anos.

COMEÇOU a participar de corridas em 2011.

SUA PRIMEIRA maratona foi em 2015 e, desde então, já participou de oito, além de duas ultramaratonas.

ela conta como a corrida a ajudou a superar a perda do marido.

No próximo dia 08 de junho, ela vai participar da Comrades Marathon, na África do Sul, uma prova de 89 km, que é a mais antiga da história e uma das mais famosas do mundo.

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