‘O Corinthians não tem dinheiro e corre risco grave‘, dizem substitutos de Augusto Melo
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Osmar Stábile, vice-presidente do agora afastado Augusto Melo, assumiu a presidência interina do Corinthians e concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira, poucas horas após o Conselho Deliberativo aprovar o impeachment de seu antigo aliado. Ao lado de Armando Mendonça, promovido de segundo à primeiro vice, Stábile mostrou-se preocupado com a situação financeira alvinegra e contrariou informações de Melo, que dizia que as finanças do clube estavam saudáveis.
“Estamos tomando algumas ações para que a gente possa analisar a parte financeira e entender o que está acontecendo. Nós não estávamos participando da gestão. Ficamos à disposição, mas o presidente não nos chamou. Agora sim, estamos tomando ação para saber o tamanho dos problemas financeiras que nós temos. É o problema mais sério que nós temos”, disse.
“A situação que nos encontramos, a gente precisa pagar alguma coisa hoje e não tem dinheiro. Fui lá no caixa e perguntei ‘onde tem dinheiro?’ Não tem. Temos que mudar essa situação com muito trabalho dedicação e resolver esses problemas. Não vai ser de imediato, não temos varinha de condão”, concluiu.
De acordo com Mendonça, os problemas de fluxo de caixa preocupam o Corinthians em relação ao Profut, programa de refinanciamento de dívidas direcionado aos clubes de futebol. Agremiações que atrasem três parcelas ou mais estão sujeitas à retirada do programa.
“É uma situação muito grave que as pessoas precisam saber. Corremos, inclusive, o risco de sair do Profut. Não sabíamos, tomamos conhecimento disso no início da manhã. isso é uma informação verdadeira que precisa ser colocada para vocês. Precisamos da compreensão de todos”, afirmou o vice. “Durante essa semana vence uma parcela de 3 milhões. Nós fomos no caixa e não tem esse dinheiro.”
Para auxiliar na gestão do Corinthians, Stábile trouxe de volta Rozallah Santoro, ex-diretor financeiro de Augusto Melo que deixou o cargo após o caso Vai de Bet estourar. Ele não pode voltar a exercer o cargo, pois o estatuto não permite, porém vai atuar como uma espécie de consultor.
O presidente interino não quis falar sobre qual o tamanho de seu interesse em continuar na cadeira mais importante do clube. Se o impeachment aprovado pelo Conselho for referendado pela Assembleia de sócios, ainda sem data marcada, serão convocadas novas eleições. Stábile, contudo, acha que não é o momento de conversar sobre isso e pediu “trégua política a todas às linhas políticas do clube”.
“Não passou pela minha cabeça isso (se candidatar). Peço trégua exatamente para isso. Não temos de falar quem é candidato, quem não é candidato. Eu não vou falar sobre a situação e gostaria que ninguém falasse. A imprensa pode falar à vontade, não tenho nada a contestar”, afirmou.
Quanto ao futebol, os cabeças provisórios do Corinthians não tiveram tempo de se inteirar e sequer conversaram com Dorival Júnior, mas falaram com o gerente de futebol Fabinho Soldado. “Ainda não tive a oportunidade de conversar com o técnico, mas passei as mensagens para o Fabinho Soldado. Ele estava ocupado com seus afazeres de técnicos”, disse o presidente interino.
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