Canoa havaiana: do pódio em Niterói ao grande desafio no Taiti
Robert Almeida, de 29 anos, professor e atleta em Vitória, garante a medalha de bronze no Mundial e se prepara para longa travessia

O terceiro lugar conquistado em Niterói, no Mundial de Va’a, a canoa havaiana (também conhecida como polinésia em outros países), foi apenas uma etapa no caminho de Robert Almeida. Em outubro, o atleta de 29 anos embarca para o Taiti para disputar o Hawaiki Nui Va'a, considerada a prova mais difícil do planeta, com 135 km de percurso.
“Será uma travessia entre ilhas, em três dias. Vou competir com uma das melhores equipes do planeta, a Huaine. É o próximo grande passo na minha carreira”, projetou Robert.
Antes desse desafio, Robert brilhou no Mundial de longa distância, realizado pela primeira vez no Brasil, entre os dias 13 e 20 de agosto. Único representante do País na categoria V1 Open masculino, ele garantiu lugar no pódio na prova individual de 16 km, que reuniu 19 delegações internacionais.
A vaga para o Mundial foi conquistada em março, ao vencer a seletiva nacional, do Campeonato Brasileiro, em Salvador. “O resultado foi dentro da expectativa. Em 2023, no Mundial em Samoa, também fiquei em terceiro, então a meta era repetir o pódio. Consegui melhorar meu rendimento e estou feliz”, avaliou.
Natural de Campo Grande (MS) e morador de Vitória há cinco anos, Robert é fundador do Mahina Paddle Club, na Curva da Jurema. Para ele, a geografia capixaba tem papel decisivo na carreira.
“Vitória oferece condições de treino únicas: mar aberto, água parada e até mangue. Foi isso que me atraiu e que me ajudou a alcançar meus objetivos”, destacou.
O Mundial em Niterói, além do pódio, deixou uma marca pela estrutura e pelo convívio com atletas estrangeiros.
“Foi um dos melhores mundiais em termos de estrutura e organização. Tudo funcionou bem: apoio na água, qualidade das provas, espaço do evento. O clima ajudou bastante, com mar e vento em boas condições. Além disso, o convívio com atletas de outros países é sempre muito bom. Muitos já se conhecem, então vira uma grande festa”, relatou Robert - que é filho da atleta paralímpica Marinalva de Almeida.
“Foi por meio da minha mãe, que eu conheci o esporte. Nós morávamos em São Paulo e ela participou nos Jogos Rio 2016, na Paralimpíada. Ela conheceu o Ricardo Faro, que remava na represa Guarapiranga, e ele me apresentou. Desde então não parei. Já participo de competições há 11 anos”, contou.
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