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Esportes

Déborah Medrado: Experiência olímpica para mudar vidas

Ginasta capixaba se despede da seleção brasileira para descansar e ajudar jovens com cursos e treinamentos


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Um sucesso da ginástica rítmica capixaba e brasileira, Déborah Medrado anunciou, recentemente, sua aposentadoria da seleção brasileira, fato que gerou uma certa surpresa, por ela ter apenas 22 anos de idade.

Apesar da juventude, a ginasta - que fazia parte do Time Brasil desde 2018 - já participou de duas Olimpíadas e ganhou diversas medalhas em Pan-Americanos e etapas de Mundiais da modalidade.

Imagem ilustrativa da imagem Déborah Medrado: Experiência olímpica para mudar vidas
Déborah Medrado fazia parte dos conjuntos da Seleção Brasileira desde 2018, quando tinha 16 anos de idade |  Foto: Fábio Nunes/ AT

Agora, Déborah pretende seguir competindo pelo seu clube, a Escola de Campeãs, mas quer partir para outro ramo do esporte: o de ensinamentos. Para ensinar as novas gerações, ela visa ministrar cursos, workshops, se tornar treinadora e coreógrafa.

Em entrevista ao Jornal A Tribuna, a atleta fez reflexões sobre sua carreira, futuro, principais conquistas e desafios.

Quem é ela?

Déborah Medrado é uma ginasta capixaba, nascida na Serra, de 22 anos. Ela disputou as duas últimas Olimpíadas pelo Time Brasil. Na entrevista, a atleta conta sobre sua decisão de se aposentar da Seleção Brasileira e os planos para o futuro. Se aposentou devido às lesões que teve na carreira e pelas dores recorrentes. Pretende continuar competindo pelo seu clube e ensinar novos atletas da ginástica rítmica.

A TRIBUNA - Quando e por que você entrou na ginástica?

DÉBORAH MEDRADO - Em 2012, com 9 anos, comecei na ginástica rítmica após participar de projetos sociais, sendo o primeiro voltado para balé. Depois, fui para o projeto da UFES. Quando a UFES entrou em greve, a professora Francine sugeriu que procurássemos um clube de GR, e meus pais encontraram o Clube dos Oficiais. Fui aprovada, treinei lá e depois passei para o Centro Olímpico do Espírito Santo e, mais tarde, para a Escola de Campeãs, onde estou até hoje.

Alguma pessoa em especial te inspirou no início da sua carreira?

Uma ginasta que sempre me inspirou desde o início é a Natália Gaudio. Tive a oportunidade de treinar com ela desde o começo e aprender muito com essa dupla incrível, a Natália e a Monika Queiroz, que conquistaram tanto dentro da ginástica.

Imagem ilustrativa da imagem Déborah Medrado: Experiência olímpica para mudar vidas
Déborah: “Enxergo um futuro de muito sucesso para a GR no Brasil" |  Foto: Fábio Nunes/ AT

Qual foi o sentimento de ser chamada para a sua primeira Olimpíada tão jovem?

Eu fui chamada para a Olimpíada de Tóquio quando tinha 18 anos. Todas do conjunto tinham entre 18 e 19 anos, e éramos as mais novas da delegação brasileira.

Foi uma experiência única, nossa primeira Olimpíada. Era tudo muito novo e incrível, um mundo completamente diferente do que conhecíamos. É algo que ficará guardado para sempre.

Vários Pan-Americanos, Mundiais e participações em Olimpíadas. Qual o seu sentimento depois de tantas conquistas e qual balanço você faz da sua carreira?

Meu sentimento é de gratidão e realização. Foi muito difícil, uma luta constante, cheia de superações minhas e da minha família para me manter no esporte. Poder orgulhar a minha família dessa forma é extremamente gratificante, pois só eu sei o esforço e o suor que foram necessários para conquistar tudo isso.

Hoje, sou a segunda ginasta capixaba a participar de duas Olimpíadas, um feito para poucas. Me sinto muito honrada de fazer parte dessa história e de representar o Espírito Santo por tanto tempo e de forma tão positiva.

Há algum momento específico em sua carreira que você guarda como o mais especial?

Tiveram vários momentos especiais, todo ano teve um, e em alguns anos foram mais de um. Mas o último, sem dúvida, foi a Olimpíada de Paris. Minha família estava lá me assistindo, minha mãe e minha irmã. A gente quase não conseguiu entrar para a segunda apresentação, mas eu puxei o grupo e falei: 'Gente, vamos tentar, façam o que podem'. Todos entraram nessa energia e, graças a Deus, conseguimos entrar e entregar tudo ali. Foi de alma, foi uma série perfeita. Acho que esse foi um dos momentos mais especiais para mim.

Qual foi o maior desafio que você enfrentou?

Meu maior desafio na carreira foi quase adiar minha Olimpíada de 2021. Em 2020, quando seria o ano olímpico, precisei fazer uma cirurgia no pé devido a problemas anatômicos que causavam inflamação, edema ósseo e risco de fraturas. Isso me impediu de atingir o volume de treino necessário, adiando meu sonho olímpico. Após a cirurgia, veio a pandemia, que, embora tenha sido difícil para o mundo, me deu mais tempo para me recuperar. No final, consegui competir em Tóquio.

Ao longo da minha carreira, lidei com muitas lesões e dores, o que foi a principal razão para deixar a seleção. A ginástica rítmica exige um alto nível de preparo e entrega, mas meu corpo já não conseguia acompanhar. Mesmo assim, consegui me manter por sete anos, conquistando muitas coisas, sempre com dor.

Você se aposentou da Seleção Brasileira ou do esporte?

Me aposentei da Seleção Brasileira, mas não da ginástica rítmica. Pretendo continuar competindo pelo meu clube, pois é mais fácil conciliar o treino e será mais um hobby.

A dor no corpo, principalmente nos pés, dificultava o alto rendimento necessário para representar a Seleção. As lesões exigiam um controle rigoroso da carga de treino. Apesar de todas as conquistas e do legado que deixei, percebi que era hora de parar, pois continuar iria me causar mais sofrimento. Foi difícil, mas precisava encerrar minha trajetória no alto nível, deixando o melhor de mim nas Olimpíadas.

Quais são os seus planos para o futuro?

Eu quero trabalhar muito com a ginástica, com o esporte, ajudando os atletas. Pretendo ministrar cursos, workshops, trabalhar com montagens coreográficas e também competir ainda em ginástica rítmica pelo clube. E pretendo também levar uma vida um pouquinho mais de boa, mais leve, fazendo alguns hobbies, aprendendo coisas novas também.

O que poucas pessoas sabem sobre a vida de uma ginasta profissional?

Acho que as pessoas não conhecem o quanto nos dedicamos, porque parece fácil, né? As meninas sorrindo, jogando os arcos, as bolas, interpretando a música, mas não sabem o quanto nos esforçamos para parecer fácil. É um esforço diário, um trabalho árduo e de formiguinha, porque, a longo prazo, começamos cedo e a carreira termina cedo também. Eu terminei com 22 anos, mas a maioria das meninas encerra entre 23 e 26 anos. É uma carreira rápida e muito árdua.

Como você enxerga o futuro da ginástica rítmica no Brasil?

Eu enxergo um futuro de muito sucesso. Conseguimos chegar a um patamar alto e elas podem elevar ainda mais, mantendo esse nível. Houve uma renovação nas seleções, com meninas novas, o que é muito importante, porque elas ainda têm muito a realizar, deixando o time mais motivado. As meninas que permaneceram vão querer mais, e isso é essencial. Estarei aqui torcendo e vibrando com cada conquista delas.

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