CBF evita paralisar Brasileirão e adia jogos de times do RS até o fim do mês
Decisão vale tanto para partidas como mandantes quanto como visitantes
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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta terça-feira (07) o adiamento de todas as partidas envolvendo clubes gaúchos em competições nacionais até o dia 27 deste mês. A decisão, que vale tanto para partidas como mandantes quanto como visitantes, vai na contramão de parte de clubes e jogadores, que vinham pedindo a paralisação dos torneios nacionais.
"Diante do atual cenário, tendo recebido na noite de 06 de maio de 2024 o ofício no. 57/2024, oriundo da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), que encaminhou e endossou o pleito dos seus clubes filiados, a CBF informa que ficam adiadas todas as partidas envolvendo equipes do Rio Grande de Sul nas competições nacionais, como mandante ou visitante, previstas até o dia 27 de maio de 2024", informou a CBF, em comunicado.
A decisão engloba partidas dos clubes gaúchos em nove competições diferentes, com destaque para o Brasileirão e a Copa do Brasil. Também há partidas adiadas nas Séries C e D do Campeonato Brasileiro, do Campeonato Brasileiro Sub-20 masculino e feminino e do Campeonato Brasileiro feminino A1, A2 e A3.
Na segunda, a Federação Gaúcha de Futebol havia enviado à CBF ofício pedindo o adiamento dos jogos envolvendo clubes do Estado pelos próximos 20 dias. A solicitação havia sido feita a pedido do Internacional, Grêmio e Juventude, principais times do Estado. Nesta terça, a CBF acatou o pedido.
No entanto, havia a expectativa de que a entidade pudesse paralisar todas as competições nacionais como forma de solidariedade à tragédia no Rio Grande do Sul causadas pelas fortes chuvas nas últimas semanas. O Rio Grande do Sul está em estado de calamidade pública em razão de 90 mortes, centenas de feridos e 132 desaparecidos na enchente que tomou conta de mais da metade do Estado.
Na noite de segunda, após vitória do Santos na Série B, o experiente meia Giuliano cobrou publicamente a CBF por uma decisão favorável à paralisação de todas as partidas. "Qual o preço de uma vida? Será que um gol paga o preço de uma vida? Estádio cheio e as outras pessoas sofrendo. É um momento de reflexão para nós, o povo brasileiro ama futebol. Mas até que ponto vale você não parar o futebol e deixar as pessoas sofrerem?", disse o meia.
Outros jogadores e clubes já haviam manifestado o desejo de ver a CBF parando seus campeonatos até que a situação melhorasse no Rio Grande do Sul.
Nos últimos dias, o gramado dos estádios do Inter e do Grêmio ficaram alagados em razão da chuva. A enchente também impede os clubes de treinarem desde o fim da semana passada. Jogadores vêm ajudando as vítimas da tragédia tanto com doações quanto com ações diretas. Atletas vêm usando até motos aquáticas para auxiliar no resgate de pessoas que ficaram ilhadas em suas próprias casas.
"A CBF, na condição de entidade organizadora das competições nacionais, e atenta às suas funções institucionais, bem assim ao esforço humanitário que o momento reclama, reafirma seu irrestrito apoio às autoridades para que todas as medidas e ações sejam adotadas em benefício da população gaúcha, cujo socorro é a prioridade máxima", registrou a CBF.
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