Com Fernanda Torres, relembre todas as indicações de brasileiros ao Oscar
Indicação de Melhor Filme é inédita
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"Ainda Estou Aqui", filme de Walter Salles, fez história e se tornou o primeiro longa brasileiro a ser indicado a melhor filme, principal categoria do Oscar. A obra ainda concorre a melhor filme estrangeiro, enquanto Fernanda Torres disputará a estatueta de melhor atriz.
O Brasil já concorreu ao Oscar de melhor filme?
A indicação de melhor filme é inédita. Até então, o mais perto que o Brasil chegou de brigar por melhor filme foi ao coproduzir "O Beijo da Mulher Aranha", de Héctor Babenco, e "Me Chame pelo Seu Nome", de Luca Guadagnino, ambos indicados em edições anteriores.
Foi em outras categorias que o país abriu caminho na principal premiação do cinema americano. Em 1945, "Rio de Janeiro", música de Ary Barroso, disputou o prêmio de melhor canção original —mas em um filme americano, "Brazil", de Joseph Santley.
"Orfeu Negro", de Marcel Camus, uma produção italiana, francesa e brasileira, era todo falado em português e estrelou os brasileiros Breno Mello, Léa Garcia e Marpessa Dawn, com trilha sonora de Tom Jobim e Luís Bonfá. O longa venceu a estatueta de melhor filme internacional em 1960, mas representando a França.
O Brasil já ganhou algum Oscar?
Nenhum filme ou artista brasileiro venceu o Oscar, nem na categoria de melhor filme estrangeiro.
A estreia brasileira oficial no Oscar veio em 1963, com "O Pagador de Promessas", de Anselmo Duarte, indicado a melhor filme estrangeiro. Em 1979, o país reapareceu na competição assinando a coprodução de "Raoni", documentário que contava a trajetória do cacique Raoni Metuktire. Três anos depois, "El Salvador: Another Vietnam", de Tetê Vasconcellos, voltou a concorrer na categoria.
Em 1986, "O Beijo da Mulher Aranha", de Héctor Babenco e com coprodução brasileira, recebeu quatro indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e diretor.
Os anos 1990, conhecidos pela retomada do cinema brasileiro, foram os de maior visibilidade para o Brasil. "O Quatrilho", de Fábio Barreto, e "O Que é Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto e com Fernanda Torres, concorreram a melhor filme internacional em 1996 e 1998, respectivamente.
Em 1999, "Central do Brasil", de Walter Salles, concorreu a melhor filme estrangeiro, mas também não venceu. Fernanda Montenegro, ainda, se tornou a primeira brasileira a ser indicada a melhor atriz na competição americana.
A década de 2000 continuou profícua para o Brasil. Em 2001, "Uma História de Futebol", foi indicado a melhor curta-metragem e, em 2004, "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, concorreu a melhor diretor, roteiro, edição e fotografia. Em 2005, "Diários de Motocicleta", de Salles, com coprodução brasileira, venceu melhor canção original por "Al Otro Lado del Río".
Antes de "Ainda Estou Aqui", as últimas participações do Brasil no Oscar foram em 2016, com a indicação da animação "O Menino e o Mundo", de Alê Abreu, e em 2020, quando "Democracia em Vertigem", de Petra Costa, concorreu a melhor documentário.
Entre 2011 e 2018, o país assinou as coproduções de "Lixo Extraordinário" e "O Sal da Terra", indicados a melhor documentário, e "Me Chame Pelo Seu Nome", produzido por Rodrigo Teixeira, que também assina a produção de "Ainda Estou Aqui".
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