Shyamalan explora dúvida e apocalipse em suspense
Shyamalan mudou a segunda parte da história do livro que deu base para o filme, para que as pessoas não achassem que era uma adaptação fiel
Escute essa reportagem
Em “A Escolha de Sofia”, Meryl Streep é obrigada a decidir o impossível. Dá para dizer que o clímax é perverso, chantagista até. Mas isso não intimidou ou impediu que M. Night Shyamalan usasse o filme sobre uma sobrevivente dos campos de concentração nazistas como referência para “Batem à Porta”, que chegou aos cinemas na última semana.
Um casal vai passar as férias com a filha numa cabana na floresta, totalmente isolado. Mas a viagem de paz e calmaria ganha novos contornos quando um homem forte e educado, interpretado por Dave Bautista, chega com três desconhecidos que forçam a entrada no local.
Eles amarram os personagens de Jonathan Groff e Ben Aldridge e contam que estão ali porque o par precisa fazer uma escolha difícil, capaz de evitar o apocalipse. Se eles se recusarem a decidir, o planeta perecerá. Mas seria o grupo um bando de lunáticos? Uma seita religiosa extremista? Ou homofóbicos aterrorizando aquela família que foge à regra?
Leia mais em:
Psicopata volta a atacar em nova temporada de série de sucesso
Diretor de Titanic recria cena e admite: "Jack poderia ter sobrevivido"
Em menos de 2 horas, “Batem à Porta” propõe que o público se debata em dúvida junto ao casal, refutando ou cedendo aos diferentes argumentos que sustentam a tese apocalíptica. Cada espectador terá uma experiência diferente, conforme suas crenças, diz Shyamalan.
A essência dessa escolha do casal, no entanto, está imersa em mistério do cineasta de “O Sexto Sentido”, “Corpo Fechado” e “Sinais”. Shyamalan mudou a segunda parte da história do livro que deu base para o filme, “O Chalé no Fim do Mundo”, de Paul G. Tremblay, para que as pessoas não achassem que o projeto era adaptação fiel.
Ele reforça que, apesar dos aspectos religiosos e ideológicos, no cerne da história está o amor. “O gênero dos personagens era algo irrelevante para a história. É sobre uma família e o seu amor, o que é universal.”
Comentários