"Topa uma segunda?!": Rodrigo Sant'anna traz novo espetáculo para Vitória
O ator e humorista Rodrigo Sant’anna fala ao AT2 sobre novo espetáculo e diz que histórias da mãe são inspiração
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Ainda tratado como tabu em muitos lares e relações, o sexo é o fio condutor de “Topa Uma Segunda?!”, espetáculo do ator e humorista carioca Rodrigo Sant’anna, de 44 anos.
Apesar de já ter apostado em piadas apimentadas e de duplo sentido em outros trabalhos, só agora ele se sente preparado para fazer uma atração totalmente dedicada ao assunto. E de cara limpa!
“É um assunto que sempre achei interessante. Depois dos 40 anos, você se sente mais maduro e consciente para falar sobre sexo sem afrontar, mas para divertir. Esse espetáculo me fez olhar o sexo com mais humor e menos horror”, afirma o artista em entrevista, por telefone, ao AT2.
O tema ganha essa nova perspectiva, principalmente, a partir das histórias hilárias que Rodrigo conta da própria mãe. Dona Ana Lúcia não tem limite quando decide compartilhar suas aventuras. O carioca chegou a ver um nude de um cara que ela estava ficando na internet.
“Essa relação com ela foi uma construção. Minha mãe foi se sentindo mais à vontade e é algo bem mais dela para comigo do que o contrário. Ela já me contou que fez sexo virtual, e eu procuro não encaretá-la, criar algum tipo de tabu entre nós. Só que isso foi dando uma abertura que, às vezes, impacta”, confessa, aos risos.
Por isso, Rodrigo vê no humor uma saída para quebrar esse tabu e usa desse artifício sem moderação em “Topa Uma Segunda?!”, que estará em cartaz em Vitória nos dias 16 e 17 de agosto. O espetáculo tem classificação de 18 anos.
“O humor é capaz de quebrar todos os tabus. Ele ameniza. Meu marido, o Nelson, fala que jamais ouviria algumas dessas coisas da mãe dele. E eu acho legal ter essa abertura com a minha. Não ter esse tipo de questão é libertador”.
Rodrigo acredita que o público do Estado está preparado para receber o espetáculo com bom humor e leveza.
“Acho que ninguém até hoje manifestou nenhuma indignação ou insatisfação. Meu objetivo é que seja uma grande comédia, como tem sido, e espero que em Vitória não seja diferente”, diz.
Sobre a preparação para o espetáculo, ele revela que ouviu podcasts para ver quais eram as questões recorrentes do público em relação ao sexo.
“Tem um momento em que abro espaço para as perguntas da plateia, mas, quando falo sobre a gozada de cada signo, sempre é o ponto alto”.

“É uma brincadeira de libertação”
AT2 - O que te levou a criar o “Topa Uma Segunda?!”?
Rodrigo Sant’anna - Sempre gostei de brincar com o tema. Desde os projetos na TV aberta, eu já fazia piadas de duplo sentido, uma brincadeira mais na “sacanagem”. Mas eu queria fazer um espetáculo falando disso de uma maneira mais aberta, tratando esse tema com mais fluidez. É uma brincadeira de libertação, de falar de sexo sem julgamentos.
Sexo, para você, é essencial?
Sim. Ele representa a sua capacidade de estar vivo. É um dos componentes que, interagindo com todos os demais, tem que estar ali em funcionamento. Não me enxergo sem sexo. Quando se está num relacionamento, ele fica mais raro, e é uma agonia. Não é só o seu desejo, mas seu desejo aliado ao do outro. E o outro é o outro. É uma parceria.
Aparentemente, sexo não é um assunto tabu para você...
Não sei se o sexo não é um tabu. Esse espetáculo tem me ensinado muito, tenho tentado fazer com que não seja. Minha mãe me ensinou muito a respeito, sobre tornar o sexo menos horror e mais humor, porque, quando ela divide as histórias dela comigo, é muito engraçado.
Mas existe algum assunto que seja tabu para você?
Todo assunto pode ser tabu, dependendo da forma que ele é colocado. Por isso minha preocupação em trazer o tema, construindo-o de maneira bem lúdica.
Fala sobre os aplicativos de relacionamento nesse espetáculo. Quando estava solteiro, chegou a usar?
Eu abri uma vez quando estava solteiro, falei com uma pessoa e nunca mais usei. Eu detesto. Sou bem antigo. Por isso que, quando estou solteiro, saio igual maluco. Em aplicativo, ninguém nunca me viu. Em relação a isso eu tenho a consciência tranquila.
Não é divertido. Acho sempre impessoal, estranho você marcar com alguém só pra fazer sexo. Mas sei que minha galera usa com frequência e está tudo certo. (Risos)
Posta pouco sobre vida pessoal nas redes sociais. É discrição ou falta de tempo?
Me acho mais interessante profissionalmente do que como pessoa física. O que tenho de mais legal a oferecer é o meu trabalho. Não me acho uma pessoa descolada.
O sonho de ter filho com Nelson, seu marido, está próximo?
Está no plano! É que filho é algo tão delicado. A gente tem muita vontade de adotar, mas existe todo um processo...
Muito se fala das transformações faciais de famosos, como você e Anitta. Te incomoda?
Quando fiz meu nariz pela primeira vez e estava com uma harmonização exagerada, fui ao programa do Fábio Porchat e deu um contraste absurdo. Foi quando li esses comentários pela primeira vez. Nunca tinha vivido isso, então fiquei abalado. E, naquele momento, achava que estava meio estranho mesmo. Mas, agora, gosto do que vejo.
O “X” (antigo Twitter) é um lugar muito tóxico. Se vejo muitos comentários negativos, me faz mal. E eu parei de ver. Não tenho hate no Instagram, é difícil ver comentário negativo no Instagram.
Quando quero nivelar meu trabalho, vejo o que as pessoas estão comentando. Porque acho importante escutar quem gosta do seu trabalho. É onde as pessoas têm direito de interferir. Por que sobre a minha cara? Ninguém vai dormir comigo, então está tudo certo!
Em nome da feiúra e da arte, você já se transformou em Valéria e Graça. O que você jamais faria em nome da beleza?
Não gosto da palavra “nunca”, porque, no dia em que eu fizer, alguém vai me lembrar que, em tal entrevista, eu disse que nunca faria. Não quero ter rabo preso. (Risos)
A 7ª temporada de “Tô de Graça” chegou ao fim em junho. Vem mais coisa por aí?
Sim. Agora, vou fazer um apanhado do que as pessoas mais curtiram, dar uma peneirada e pensar na próxima temporada.
Serviço
“Topa uma Segunda?!”
O quê: sspetáculo de comédia com Rodrigo Sant’anna.
Quando: 16 e 17 de agosto. Sábado, às 20h, e domingo, às 17h.
Onde: Teatro da Ufes, em Goiabeiras.
Ing. (meia): Mezanino a R$ 19,80, Plateia B a R$ 60 e Plateia A a R$ 70.
Venda: no site sympla.com.br ou na bilheteria do teatro, de terça a sexta-feira, das 14h às 19h.
Clas.: 18 anos
Inf.: (27) 2142-5350
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