Projeto de professora do ES entre os melhores do País
Priscilla Castro dos Santos é uma das nove finalistas do Prêmio Educador Nota 10, considerado o “Oscar da educação”
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Com um olhar atento ao cotidiano e à aprendizagem de crianças autistas, a professora Priscilla Castro dos Santos, de 41 anos, foi selecionada entre os mais de 2.800 inscritos e vai levar o nome do Espírito Santo para o Prêmio Educador Nota 10.
A honraria é considerada o “Oscar da educação” e reconhece iniciativas de educadores de todo o País. Priscilla é uma das nove finalistas da premiação, que é dividida em três categorias: Inovação e Tecnologia, Sustentabilidade e Direitos Humanos. Cada uma delas conta com três projetos selecionados.
A iniciativa que levou a professora capixaba à final do prêmio na categoria Direitos Humanos se chama “Mini-história: um olhar poético do cotidiano das crianças com autismo” e foi desenvolvida no Centro Municipal Escola Infantil Cecília Meireles, em Monte Belo, Vitória.
A partir de fotos e vídeos registrados ao longo do ano passado, a professora, que atende crianças do ensino regular e da educação especial com idades de 2 a 5 anos, captura com sensibilidade uma rotina de muitas aprendizagens.
“O propósito é sensibilizar o olhar dos profissionais para enxergar a criança antes do diagnóstico. Esses registros são recortes que poderiam passar despercebidos”, explicou Priscilla.
Em uma das histórias, uma criança da educação especial é fotografada dançando junto à sua assistente.
Dinâmica
Priscilla conta que, durante uma dinâmica coletiva com música na aula de Educação Física, a pequena Maria Flor se incomodou com o barulho e saiu da roda. Percebendo a situação, a assistente afastou um pouco a criança do som, o que permitiu que ela dançasse sem incômodos.
Nas fotos, as duas aparecem sorridentes e dançando. “Foi um gesto simples da assistente que fez toda a diferença naquela situação”, avaliou Priscilla, que observava a cena de longe e conseguiu registrar o momento.
A professora reforça que a importância do projeto, que já ganhou exposições na escola, engloba a visibilidade das crianças autistas, provoca reflexões para os profissionais e para a comunidade, além de garantir aos pais que as crianças estão sendo acolhidas no ambiente escolar.
"O propósito é sensibilizar o olhar dos profissionais para enxergar a criança antes do diagnóstico (de autismo)”
Priscilla Castro, professora
Profissional pode ser Educadora do Ano
No próximo dia 24, os nove finalistas vão se reunir em São Paulo para o comitê de avaliação. Por lá, os educadores farão a defesa de seus projetos. Na ocasião, será definido o primeiro, o segundo e o terceiro lugar de cada uma das três categorias.
No dia seguinte, haverá uma cerimônia de premiação, na qual será anunciada a decisão do júri e divulgado o nome do Educador do Ano, que é o vencedor entre os três colocados em primeiro lugar de cada categoria.
“Ser finalista representa a valorização de um trabalho que exigiu muito estudo. Tudo isso é resultado de muita dedicação, porque sempre tento levar o melhor de mim para as crianças”, disse Priscilla, que, no início, mal acreditava que seu projeto seria lido.
“Sempre achei o prêmio muito distante de mim, já que eram muitos concorrentes. Tinha medo de o meu projeto nem ser lido, mas sabia que, se ele fosse, iria despertar curiosidade”, contou.
A divulgação da lista de finalistas saiu no último dia 6, em uma transmissão televisionada. Priscilla assistia de casa, com o marido Carlos Alexandre, de 42 anos, e o filho, João Pedro, de 8. “Foi muita gritaria, e eu só sabia chorar. De lá para cá, tudo tem sido incrível”.
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