O que vai mudar no ensino médio a partir do próximo ano
Os alunos terão mais tempo dedicado às disciplinas obrigatórias e uma parte menor destinada aos aprofundamentos
O ensino médio está em plena reestruturação em todo o País, e a partir do ano que vem entram em vigor novas mudanças. A principal delas é a redistribuição da carga horária.
Atualmente, o ensino médio exige um total de 3 mil horas, divididas entre 1.800 de Formação Geral Básica e 1.200 de Itinerários Formativos.
A partir de 2026, haverá a redução dessas horas dedicadas aos Itinerários Formativos, que passam de 1.200 para 600, enquanto a Formação Geral Básica aumenta de 1.800 para 2.400, totalizando as 3.000 horas obrigatórias.
“Isso significa que os alunos terão mais tempo dedicado às disciplinas obrigatórias e uma parte menor destinada aos aprofundamentos, que podem ser em áreas do conhecimento (como Linguagens, Ciências Humanas, Matemática e Ciências da Natureza) ou voltados à formação técnica e profissional”, salienta Eduardo Costa Gomes, representante do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Estado (Sinepe-ES) no Colégio de Assessores Pedagógicos da Escola Particular.
A subsecretária de Estado da Educação Básica e Profissional, Andréa Guzzo Pereira, ressalta que as redes de ensino têm autonomia para definir os arranjos do itinerário ou oferecer apenas um por área de conhecimento, sendo que cada escola deve disponibilizar, no mínimo, duas opções para os estudantes.
“Também poderá ser ofertado, em uma mesma escola, itinerários por área de conhecimento e de formação técnica profissional, ou escolas exclusivas de educação técnica profissional com oferta de vários itinerários técnicos”, explicou Andréa.
Organização curricular já está pronta

Na Escola Americana de Vitória, a organização curricular já está pronta, garantindo as horas mínimas da parte de Formação Geral Básica e dos Itinerários Formativos.
“A escola conta com opções na parte flexível que inclui disciplinas de AP (Advanced Placement), que são disciplinas em nível universitário oferecidas a alunos de ensino médio em escolas internacionais de diversos países do Mundo”, disse Rafael Sekler, coordenador de Ensino Fundamental Anos Finais e Médio.
Além disso, oferece diversas opções de aprofundamento para compor o Projeto de Vida dos alunos, incluindo mentoria individualizada.
O professor de Anatomia Iago Ornellas com os alunos Valentina Boechat, Maria Luísa Tessarolo e Olavo Santuzzi, que estão prontos para 2026.
Pioneirismo

Algumas instituições de ensino são pioneiras na implantação do novo ensino médio.
É o caso do Sesi, que desde 2017 adota um modelo alinhado às diretrizes que passam a ser obrigatórias em 2026, com itinerários formativos e técnicos que permitem ao aluno personalizar sua trajetória, como destaca Tatiane Franco, gerente executiva de Educação e Cultura do Sesi.
A diretora escolar do Sesi Araçás, Regiani Angeli, o professor Carlos Felipe Bubach de Almeida e os alunos Julia Verediano e Lucas Bolsoni elogiam o modelo adotado.
Tire suas dúvidas
1. Como fica a carga horária da formação geral básica?
A nova lei prevê que, de um total de no mínimo 3 mil horas nos três anos do ensino médio, 2.400 horas devem ser destinadas à Formação Geral Básica (FGB), que inclui Português, Inglês, Artes, Educação Física, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas.
O conteúdo da FGB é definido na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Desse modo, haverá um aumento da carga horária mínima de formação geral básica, que era de 1.800 horas.
A partir de 2026, os estudantes que entrarem no ensino médio poderão ampliar conhecimento em áreas que mais interessam. Todas as escolas terão que oferecer pelo menos dois itinerários formativos – além das matérias obrigatórias.
2. Essa parte flexível precisa incluir quais elementos?
Elementos de Matemática e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Formação Técnica e Profissional.
Por exemplo, os conteúdos de Matemática podem ser integrados aos de Física. Ao ensinar Língua portuguesa, é possível também envolver aspectos de História, Geografia e Filosofia. Ou seja, propostas que façam sentido de fato e estejam alinhadas aos interesses dos estudantes.
3. O que haverá nos itinerários formativos do ensino regular?
Os itinerários formativos contarão com 600 horas de aulas, nas quais os alunos escolhem o que estudar entre Matemática, Linguagens, Ciências Humanas e da Natureza.
Na rede privada, cada colégio vai ter liberdade de decidir como cumprir a regra.
Nas escolas estaduais os itinerários formativos serão ofertados somente a partir da 2ª série, onde as turmas são divididas conforme itinerário escolhido pelos estudantes.
No entanto, o estudante que está ingressando na 1ª série do ensino médio, apesar de não iniciar o Itinerário Formativo de Aprofundamento, deverá fazer a opção pelo itinerário de seu interesse.
Fonte: Especialistas consultados.
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