O que a educação fez por mim: Pablo Lira e Leila da Paixão
Presidente do IJSN e advogada fazem relatos
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Transformação por meio da educação
“Acredito que a educação é o principal fator de transformação social. Sou capixaba de Guarapari, do Morro da Caixa D'água, e meus pais não concluíram o primeiro ciclo do ensino fundamental, mas me ensinaram uma coisa muito importante, que hoje passo para o meu filho: que o valor de presentes se perdem com o tempo, mas a educação ninguém tira e não se perde.
Com suas limitações, meus pais garantiram condições da gente estudar desde o jardim de infância na escola Ana Rocha Lira. Depois, estudei no colégio Jesus Menino, no colégio Angélica Paixão, colégio Cinecista e colégio Magister, que hoje é Maxine.
Lembro que lá na década de 1980, em Guarapari, só fui saber o que era vestibular na 8ª série, não fazia parte da minha realidade. Foi então que despertei para esse universo.
Passei na Ufes e iniciei minha trajetória no ensino superior. Fiz licenciatura e bacharelado em Geografia. E vi as possibilidades que a educação proporcionava. Durante a graduação consegui aprovar um projeto e ter a oportunidade de estudar na França por alguns meses, era o único representando o Espírito Santo na época.
Voltei de lá inspirado para fazer o mestrado sobre a arquitetura do medo. Lancei um livro com minha tese. Fiz o doutorado em Geografia. Foi essa trajetória educacional que proporcionou a minha transformação”.
Pablo Lira, presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e professor
Estudo em colégio tradicional fez diferença na profissão
“Fui aluna bagunceira em um colégio de freiras! Fiz parte de uma escola tradicional e isso foi muito importante para minha formação e para a profissional que sou hoje.
Minha família sempre foi muito de tradições e prezava pela educação. E o colégio Sacre Coeur, que hoje é o Sagrado, mas na minha época era Sacre Coeur, trazia uma educação de postura.
Ensinava o aluno muito mais do que o conteúdo de sala de aula. Era um colégio de regras muito firmes, não podia estar cada um de um jeito.
Então, por mais que a gente “aprontasse”, e eu adorava, até isso era com educação. Jamais levantei a voz ou destratei alguém dentro da escola, ou vi alguém destratar aluno. Jamais foi permitido um palavrão ou palavra imprópria.
Isso me ajudou a ter disciplina, postura, que acho fundamentais para minha profissão hoje.
Nós tínhamos uma professora de História chamada Regina Faustini Baglioli. Ela foi uma das pessoas mais brilhantes que já conheci.
A professora explicava a matéria de uma forma que entendíamos todo o contexto sem precisar decorar nada. Naquela época, fazia uma prova com apenas uma pergunta para avaliar se o aluno sabia ou não a matéria. É vanguardista!
Regina foi minha referência para gostar da advocacia. Pensa bem se advogar não é entender todo um contexto para resolver um problema”.
Leila da Paixão de Barros, 54, advogada e assinante de A Tribuna
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