Inteligência artificial para treinar alunos na rede pública
Estado começou a usar em algumas escolas, de forma experimental, plataforma para melhorar desempenho de alunos da 3ª série
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Considerada decisiva, a nota da Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre estudantes da rede pública estadual deu um salto nos últimos anos: em 2020, o Espírito Santo era o 11º entre os estados com maiores médias. Em 2022 e em 2023, saltou para 1ª colocação.
Mas o que mudou em dois anos que pode ter representado um avanço nas notas? Uma das explicações vem da ajuda de uma ferramenta de correção das redações – baseada em inteligência artificial – adotada para todos os estudantes da 3ª série da rede estadual.
Os dados de 2023 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inpe) apontam que a média da pontuação dos estudantes de escolas públicas do Estado passou de 542 para 604. Já a média no País, entre 2020 e 2023, foi de 540 para 572.
A gerente do Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), Endy de Albuquerque Silva, explicou que o Estado começou a usar em algumas unidades, de forma experimental, a plataforma Letrus, em 2019.
“Em 2022, implementamos de fato a plataforma para todos os estudantes da 3ª série do ensino médio. Cada estudante elabora 12 redações ao ano”.
A tecnologia usa a inteligência artificial para automatizar a análise e correção de redações. “A ferramenta tem uma calibragem específica para o Enem, com a correção no mesmo formato, analisando as cinco competências exigidas.”
Endy enfatizou que as redações hoje seguem um cronograma definido pela Sedu durante todo o ano. “O estudante tem temas propostos pelos professores, que debatem com eles. A plataforma também fornece material pré-textual para aprofundamento das temáticas”.
A partir disso, os estudantes elaboram os textos e inserem na plataforma. “Os estudantes e os professores têm acesso a correções. A partir dos erros, os professores também podem fazer as intervenções necessárias”.
Endy afirma que, a partir da implantação da metodologia, a melhora tem sido notada. “Temos avançado muito na faixa de notas, alcançando em 2023 mais notas na faixa entre 800 e 900 pontos (de um total de 1.000)”.
Para os próximos anos, ela acredita que o desempenho possa melhorar ainda mais, já que a ferramenta passou a ser ofertada desde a 1ª série do ensino médio. “Isso vai permitir o contato dos estudantes mais cedo com a redação”.
Fique por dentro
Média na redação do Enem de estudantes da rede estadual
Ano - nota país - nota estado
2020 - 540 - 542
2021 - 555 - 583
2022 - 562 - 597
2023 - 572 - 604
Em 11º lugar no ranking das notas do Enem estava o Estado em 2020
Em 1º lugar no ranking ficou o Espírito Santo em 2022 e 2023
Plataforma
Como parte de um programa voltado para ajudar estudantes a aprimorarem as redações, em especial para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Estado passou a disponibilizar em 2019 a plataforma em algumas escolas. Em 2020 expandiu para 70 unidades.
Em 2022, o programa pedagógico de apoio a educadores e estudantes, que utiliza inteligência artificial, foi implementado para todos da 3ª série do ensino médio.
Metodologia
A plataforma destina-se à correção de redações dissertativa-argumentativas, produzidas pelos estudantes a partir das atividades propostas pelos professores de Língua Portuguesa.
Neste caso, os professores conduzem os estudantes a desenvolverem os textos. As propostas de produção da redação seguem um cronograma pré-definido. Por ano, na 3ª série, os estudantes elaboram 12 redações.
A partir dos textos de apoio, os estudantes desenvolvem, no rascunho, os temas propostos para a atividade.
Após as devidas revisões, eles acessam a plataforma e postam seus textos, para que possam ser corrigidos pela Letrus.
A plataforma possibilita maior rapidez na correção dos textos e otimização do tempo do professor, permitindo a ampliação da realização de tarefas e conteúdos.
Ampliação
A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) está ampliando este ano o uso da plataforma para estudantes da 1ª e 2ª série do ensino médio.
Para este ano, são 288 escolas atendidas, cerca de 115 mil estudantes e 900 professores.
Fonte: Sedu e Inep.
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