Estudantes vão pedir anulação total do Enem após vazamento de questões
Mobilização surgiu depois de vir à tona que jovem exibiu em uma live itens quase idênticos aos aplicados na prova dias antes
Estudantes articulam pelas redes sociais manifestações no sábado (22) para pedir a anulação do Enem 2025.
A mobilização surgiu após o Inep decidir cancelar apenas três questões do exame, depois de vir à tona que um universitário, Edcley Teixeira, exibiu itens quase idênticos aos aplicados em uma live no YouTube, dias antes da realização das provas de Matemática e Ciências da Natureza.
Os organizadores do movimento, chamado Anula Enem, dizem ter sido prejudicados e usam WhatsApp e Telegram para coordenar atos em capitais do País. Em São Paulo, o protesto está previsto para o Masp, na avenida Paulista.
A estudante Letícia Araújo, 21, criou o grupo responsável pela articulação. Ela afirma que a mobilização começou na terça-feira, um dia após saber do caso pelas redes sociais. “Eu me senti lesada. Passada para trás,”
Moradora do Rio de Janeiro, ela presta o Enem pela segunda vez e quer cursar Ciências Biológicas na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
O movimento cobra a anulação integral da prova, a renovação do banco de itens e a responsabilização dos envolvidos. Também pede mudanças nos pré-testes realizados no âmbito do Prêmio Capes Talento Universitário.
As questões do Enem seguem a TRI (Teoria de Resposta ao Item), que mede a dificuldade dos itens, compara provas diferentes e identifica acertos por “chute”.
Para isso, passam por pré-testes aplicados a públicos com perfil semelhante ao dos estudantes do ensino médio, inclusive em provas vinculadas ao Prêmio Capes Talento Universitário, voltadas a recém-saídos da educação básica.
Na segunda-feira, um dia após as provas de Matemática e Ciências da Natureza, viralizou uma transmissão em que o estudante de medicina da Universidade Federal do Ceará Edcley Teixeira apresentava suas principais apostas para o exame e mostrava ao menos cinco questões com forte semelhança às que acabaram aplicadas.
De acordo com o estudante, ele decorou os itens após ter participado, a convite do MEC, do prêmio da Capes. A reportagem apurou que ao menos três questões antecipadas pelo universitário haviam sido usadas em pré-testes para a elaboração do banco de itens.
Integrantes do movimento tentaram contato com o Inep e com o Ministério da Educação, segundo Letícia, sem retorno. A Polícia Federal foi acionada.
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