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Economia

Vale a pena a volta do carro popular para o consumidor?

Tema está em debate e segundo a indústria de automóveis, seria possível vender veículos no valor entre R$ 50 a R$ 60 mil


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Imagem ilustrativa da imagem Vale a pena a volta do carro popular para o consumidor?
Os novos Carros populares, diferente dos atuais, serão movidos apenas a etanol, com motor 1.0 |  Foto: Shutterstock

As grandes montadoras de veículos têm debatido as principais vantagens de voltar a produzir carros populares no Brasil. O tema chegou até mesmo às reuniões em Brasília, em discussões entre os ministros do governo federal.

A intenção principal é a criação de um programa que permita reduzir o preço do carro popular – caso ele volte a ser produzido –, em cerca de R$ 10 mil. 

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Segundo a indústria de automóveis, se isso acontecer, seria possível vender carros no valor entre R$ 50 a R$ 60 mil. 

Hoje, o carro mais barato vendido no Brasil é o Kwid Zen, que custa cerca de R$ 68 mil.

De acordo com o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon), Ricardo Paixão, a volta da produção de carros populares no Brasil é positiva. 

“Isso aumenta o leque das camadas da sociedade que passarão a ter  acesso a um determinado veículo. Reduzir o preço em R$ 10 mil facilita muito o processo”, comentou o economista.

No entanto, apesar de Paixão defender a volta da fabricação de carros mais baratos, ele chama atenção para outros pontos que precisam ser levados em consideração em relação ao tema.

“Além da política de veículos mais baratos, é preciso que o trabalhador tenha ganho real no salário, para que a renda aumente e ele consiga comprar o veículo. Isenção de impostos também é um bom caminho”, analisou.

Já para o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), José Maurício Andreta Júnior, a volta de carros populares pode fazer com que a economia brasileira seja aquecida.

“Para que o mercado gire, precisamos de escala de produção. Não vamos conseguir isso com carros de R$ 300 ou R$ 500 mil.”

Andreta Júnior também acredita que o governo possui interesse de construir um programa que garantirá a aprovação de crédito por meio de algum mecanismo como fundo garantidor. 

A ideia é que os carros mais populares, em caso de retomada de produção no Brasil, sejam movidos apenas a etanol, com motor 1.0.

A escolha pelo etanol se dá porque, além de mais barato, é um combustível considerado “verde”. Em outras palavras, o etanol é mais sustentável.

Possibilidade de isenção fiscal para automóveis

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta semana que irá se reunir com a indústria automobilística e lideranças sindicais para discutir o financiamento e produção de automóveis do Brasil. Segundo o chefe do Executivo, a discussão com o setor não é para reduzir IPI; “é mais profunda”.

Lula afirmou que planeja se reunir com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e sindicalistas para a discussão de uma programação “que pode envolver alguma política de isenção fiscal”.

“Eu já disse ao Alckmin que convidasse a indústria automobilística e sindicatos para ter uma conversa”, afirmou Lula. 

“Precisamos ter uma discussão mais profunda do que queremos da indústria automobilística brasileira”. Segundo Lula, não adianta aumentar a produção automobilística no Brasil se não houver mercado interno. “Não está fácil comprar um carro hoje”, disse.


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Carros populares foram sucesso

  • Há algumas décadas, o carro popular foi um fator que ganhou o coração e o bolso de muitos brasileiros. 
  • O segmento foi muito importante para a indústria nacional e ajudou montadoras em tempos de crise e foi até usado como aliado para aquecer a economia do País.
  • Nos anos 1990, o carro popular 'decolou' de vez, ainda durante o governo Itamar Franco, com redução no IPI. Eles ficaram marcados pelo motor 1000 e pela falta de acessórios para cortar custos.

Números

  • As vendas saltaram de 764 mil unidades em 1992 para 1.131.000 no ano seguinte, atingiu recorde de vendas em 1997: 1.943.000 unidades.
  • Para ter uma ideia, os populares chegaram a representar 71% de todos os veículos vendidos no Brasil em meados dos anos 1990.

Modelos

  • Entre os representantes mais icônicos, foram  o Uno Mille, da Fiat, e o Gol, da Volkswagen. Ambos se aposentaram no fim de 2022.
  • Avançando algumas décadas no tempo, os carros populares foram ficando cada vez mais caros e perderam espaço para os chamados “popular premium”, caso de modelos como o Volkswagen Polo, Fiat Argo e Chevrolet Onix.

Atualmente

  • Em caso de volta dos  populares, apesar de fomentar a economia, dificilmente os veículos serão vendidos por preços equivalentes a primeira metade dos anos 2000, por exemplo. Hoje, o carro mais barato vendido no Brasil é o Kwid Zen, que custa cerca de R$ 68 mil.

Fonte: Pesquisa A Tribuna.

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