Trabalhadores do asseio vencem luta após 11 dias de greve
Trabalhadores voltam aos postos de serviço nesta sexta-feira (1) após ajuste no valor do tíquete-alimentação
Escute essa reportagem

Depois de 11 dias de greve, o Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Espírito Santo (Seaces) cedeu. Em reunião com o Sindilimpe-ES – sindicato que representa os trabalhadores do asseio e conservação – as empresas fizeram uma contraproposta para quem trabalha nas indústrias capixabas de um novo valor para o tíquete-alimentação: R$ 1.200,00 (a partir de janeiro de 2026), sem prejuízo às negociações salariais que ainda serão iniciadas em setembro. O reajuste no benefício vale para quem trabalha na ArcellorMittal (Serra) e na Samarco (Anchieta).
Com o acerto nas negociações, a greve foi encerrada e os trabalhadores voltam aos postos de serviço nesta sexta-feira (1). O ajuste no valor do tíquete-alimentação era uma das principais reivindicações do movimento e a decisão de retomar o trabalho foi tomada durante uma assembleia realizada pelo Sindilimpe-ES com os trabalhadores em greve. O serviço acumulado durante os dias de paralisação será realizado por meio de uma escala de compensação.
A presidenta do Sindilimpe-ES, Evani Reis (Baiana), lembrou o desrespeito das empresas terceirizadas e da ArcellorMittal com os trabalhadores do asseio e conservação durante todo o processo, ressaltando que a categoria foi destratada porque são as pessoas que fazem a limpeza. Ela enfatizou ainda para que os trabalhadores presentes na assembleia relatem para o Sindicato caso haja alguma retaliação das empresas ou encarregados com quem participou da greve.
“Eu quero dizer que, apesar de toda a violência, de termos levado tiro, porrada e bomba, nós conseguimos a vitória. Saímos daqui com a garantia do tíquete-alimentação de R$ 1.200,00 e mais o reajuste que tiver”, disse a presidenta.
Violência
Na última quarta-feira (23) trabalhadores, incluindo diretores do Sindilimpe-ES, foram vítimas de uma ação violenta da Polícia Militar durante um protesto pacífico na portaria da ArcelorMittal, na Serra. Pelo menos quatro trabalhadores, entre eles um diretor sindical, ficaram feridos, alguns por balas de borracha, e tiveram que ser encaminhados para atendimento na UPA, Samu e Hospital Dório Silva. Uma diretora do Sindicato foi arrastada no asfalto por policiais mas não precisou de atendimento. Bombas de efeito moral e spray de pimenta também foram utilizados pelos policiais.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários