Tecnologia desenvolvida no ES promete reduzir o volume de minério lançado no ar
Parceria entre Vale e Ufes aposta em produto feito de garrafa pet
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Uma nova tecnologia desenvolvida pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e a Vale promete diminuir a quantidade de pó de minério liberada no ar. É uma resina produzida a partir de garrafas pet recicladas, aplicada na forma de jato em pilhas do rejeito produzido pelas atividades da empresa na Unidade de Tubarão, em Vitória.
De acordo com a Vale, a previsão é que 1 milhão de garrafas sejam recicladas para a produção do líquido no Espírito Santo, que deve se transformar em 400 mil litros por mês em 2024.
A substância é obtida a partir de uma reciclagem química, feita por empresa especializada no ramo e fornecida como produto à Vale. Inicialmente, o líquido será comprado de uma fabricante de São Paulo, mas o projeto leva em conta a construção de uma fábrica em Cariacica, feita pela empresa sul-fluminense Biosolvit.
“Iremos processar 23 toneladas de pet por mês no primeiro momento. Mas o projeto é chegar a 2 milhões de garrafas mensais até 2026. Gerando emprego na fábrica e renda para catadores”, detalha o CEO da empresa, Guilhermo Queiroz.
A previsão é que a fabricante comece a operar no primeiro semestre de 2024. Queiroz adianta que até 15 empregos diretos devem ser criados na fase inicial, para a operação. Mas a estimativa é que o impacto chegue, de forma indireta, a cerca de 250 catadores da região metropolitana.
Isso porque a fábrica irá atuar em parceria com associações de catadores, que fornecerão as garrafas para serem utilizadas na fabricação do produto.
“O novo supressor oferece benefícios para diversos setores da sociedade: fruto de parceria com a universidade, além de manter a eficiência do controle ambiental e a qualidade do minério”, destaca o diretor de Pelotização da Vale, Rodrigo Ruggiero.
Para o reitor da Ufes, Paulo Vargas, esse é um exemplo de cooperação entre academia e mercado. “Fazer a pesquisa científica se tornar realidade é um dos grandes objetivos que podemos alcançar. Sabemos que a ciência é central para o desenvolvimento econômico e social”, diz.
Entenda
Resina feita de garrafa reciclada
- Um líquido produzido a partir da reciclagem química das garrafas servirá para evitar a liberação do pó de minério depositado em pilhas na Unidade de Tubarão.
- O produto é aplicado por caminhões-pipa. A previsão é que 400 mil litros por mês devam ser utilizados a partir de 2024, chegando a 780 mil litros em 2026.
- Esse composto é fruto de uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em parceria com a Vale.
Fábrica em Cariacica
- Para viabilizar a produção em larga escala, a mineradora apostou no desenvolvimento de fornecedores parceiros.
- A empresa biosolvit irá construir uma fábrica em Cariacica para a produção do composto. Um investimento de R$ 30 milhões.
Fonte: Vale.
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