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Economia

Serenata de Amor vai voltar às origens

A Garoto resolveu, após teste com degustação, voltar a produzir o bombom com a fórmula de 2002, época em que foi vendida para Nestlé


Imagem ilustrativa da imagem Serenata de Amor vai voltar às origens
Serenata de Amor |  Foto: Divulgação

A Chocolates Garoto promete resgatar a fórmula de 2002 do bombom mais famoso do Espírito Santo. A antiga receita do Serenata de Amor foi a preferida em um “teste cego” de degustação realizado pela fabricante em larga escala no Estado e volta ao mercado em abril ou maio deste ano.

O diretor-geral da fábrica em Vila Velha, Michey Piantavinha, falou sobre os planos da empresa, que investe para se modernizar na direção da Indústria 4.0, e que busca o contato direto com o consumidor para definir seus rumos.

Bem-humorado e de sorriso fácil, ele explicou que seu nome é de origem russa e se pronuncia “Michel” em Português.

Falou da infância no bairro Cruzeiro do Sul, em Cariacica, e demonstrou seu amor pela empresa que dirige, em entrevista que pode ser conferida na íntegra no YouTube e no Tribuna Online.

A Tribuna - A Garoto está investindo de R$ 430 milhões na modernização e na ampliação da produção. Quais os planos mais imediatos da empresa?

Michey Piantavinha - A nossa moderninha Chocolates Garoto completa 95 anos neste ano, em agosto. Com muito orgulho de levar a bandeira capixaba à frente, a todo o Brasil e ao exterior, visto que a gente exporta 7% de nossa produção para diversos países.

Esses R$ 430 milhões foram disponibilizados para 2023 e 2024 pela matriz, para a gente se colocar na direção da indústria 4.0, 5.0, de ser mais competitivo, moderno, inovador, sem perder a origem, a raiz. Vamos ter linhas de produção novas, para o futuro que está aí.

Há planos para 2025?

Estamos concentrados, até o fim do primeiro semestre, em executar esse montante, que é expressivo e requer muita mão de obra qualificada. Depois, vamos pensar no que extrair para continuar modernizando a fábrica, trazendo eficiência e ajudando para que a fábrica tenha mais velocidade nas inovações.

O mundo do chocolate pede muita inovação. A gente tem de estar sempre inovando, atualizando nossos produtos para que os consumidores possam continuar gostando deles como gostaram ao longo desses últimos 95 anos.

Vamos falar de história. A Garoto ficou famosa pelos meninos que vendiam as balas na rua, e foi o que deu o nome à empresa. Gostaria que o senhor falasse dessa trajetória de 1929 até a venda para a Nestlé.

Recomendo nosso museu na fábrica (na Glória), que conta a história com riqueza de detalhes. É aberto ao público, e recebe um número gigante de visitantes.

Aliás, o segundo ponto turístico mais visitado no Espírito Santo é a Garoto (o primeiro é o Convento da Penha). Recebemos mais de 300 mil visitantes anuais.

O nome, no início, era Meyerfreund Company. Em 1929. Mais adiante, mudou para o centro da Glória, em 1940. Antes, ficava próxima à Prainha, segundo historiadores. E a partir daí começou a entrar no mundo de chocolates, porque eram só balas.

As balas e os bombons eram oferecidos pelos garotinhos que andavam todo o ano vendendo nas suas “maletinhas garotas”. Só que para chamar esse vendedor o nome era complicado… Meyerfreund. Com isso, as pessoas se acostumaram a chamar “ô, garoto, me vende um chocolate desse”. E foi virando “chocolate do garoto”. E virou Chocolate Garoto como razão social.

E aí, em 1º de março de 2002, fomos adquiridos pelo grupo Nestlé. Sou um capixaba que entrou na Garoto em 1999. Agora, lidero a companhia, e foi o que naquele momento (da aquisição pela Nestlé) poderia ter acontecido de melhor.

Agora, a gente está com o “guarda-chuva” de uma líder mundial de alimentos que é a Nestlé para suportar alguns desvios.

A empresa prepara um relançamento do antigo Serenata de Amor. Como funcionará?

A gente buscou resgatar a fórmula do queridinho capixaba. Fizemos uma pesquisa de larga escala no Espírito Santo para comprovar que as pessoas gostariam de consumir aquele produto. As pessoas degustaram o produto, não sabendo o que era um e o que era outro.

E elas optaram por essa fórmula que faz referência à de 2002. Entre abril, maio, a gente regressa para essa produção do Serenata mais próximo da fórmula de 2002.

Sou um capixaba que tem o Serenata como um ícone de conhecimento no Espírito Santo, e tenho certeza absoluta de que os consumidores vão apreciar e muito, porque essa pesquisa foi muito ampla e validou o que queríamos fazer.

Haverá as duas opções? Ou o Serenata vai voltar à formulação anterior para todos?

Não, volta totalmente a formulação de 2002. A única coisa que se mantém é a embalagem. A gente fez uma alteração há pouco, pois era um bombom que tinha “orelhinhas”. E virou um waferzinho, que a gente chama de flow pack, mais selada e que garante um pouco mais de crocância ao produto.

O que a gente volta lá no passado para resgatar as memórias são a formulação interna do bombom.

E o que havia mudado no bombom de 2002 para cá?

São pequenos ajustes feitos ao longo da cadeia de acordo com o que o consumidor mais espera. Não fazemos de alteração à revelia. A gente sempre tem a consulta das pesquisas com consumidores.

Esse formato da embalagem traz diferença no tratamento tributário. Isso pesa?

Veio por consequência. São dois propósitos. Um é garantir a integridade do produto, que estava perdendo crocância. Essa modificação deixa o produto mais íntegro para o consumidor. O segundo é que a embalagem anterior não era reciclável. Essa agora tem formato selado e é totalmente reciclável.

Quantos produtos há hoje no portfólio da Garoto?

Em torno de 60, 70 produtos, porque tem um portfólio endereçado à exportação. Cada país tem um jeito de receber. O número de países aonde os produtos chegam oscila um pouco, mas os principais mercados são uruguaio, o chileno o paraguaio ou o equatoriano, e os Estados Unidos também. Mandamos ao México, ao Japão…

Quem é?
Imagem ilustrativa da imagem Serenata de Amor vai voltar às origens
Michey Piantavinha |  Foto: Divulgação

Michey Piantavinha

> Carreira

Atualmente, é o diretor-geral da fábrica da Chocolates Garoto, mas ingressou na empresa em 1999.

Passou por todo o processo de aquisição pela Nestlé e colaborou com a transição da empresa.

em 2010, foi convidado pela Nestlé a ir a outras fábricas do grupo, no Brasil e no exterior. Em 2021, retornou para comandar a fábrica em Vila Velha.

> Formação

Formado em Química Industrial, pós-graduado em Engenharia de Produção e Mestre em Engenharia de Qualidade e Meio Ambiente.

> Família

Casado com a Roberta, que era engenheira eletricista, mas formou-se em Odontologia e hoje é dentista, e pai de dois filhos, o Miguel e o Davi.

Curisoidades

Criado em Cariacica

Michey Piantavinha foi criado em Cruzeiro do Sul (ao lado, praça do bairro), Cariacica, e diz ter muito orgulho das raízes. “Brinquei muito por lá, sempre estou lá”. Ele vê um exemplo para a juventude do bairro sua chegada à direção-geral de uma das maiores fábricas de chocolates. “Tenho orgulho de ser um capixaba liderando uma fábrica capixaba. Para quem não achava possível, está aí a resposta”, declarou.

Cacau capixaba

Nestlé Cocoa Plan é um programa de fomento à produção de cacau do qual participam fazendas do Estado. Michey Piantavinha disse que o mercado do fruto capixaba é crescente, com boa produção, e tem o caminho trilhado para ser “um dos mais valorosos do País”, com qualidade e cultivo correto. Mas a produção da Garoto conta também com cacau da Bahia e do Pará, já que a produção capixaba não é suficiente.

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