Selita vai produzir bebidas que dão energia e leite condensado
Presidente da cooperativa, Rubens Moreira, anuncia os novos projetos da Selita que completou 85 anos
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Diálogo constante e próximo com consumidores e produtores e uma constante busca pela modernização. Esta é a Selita, cooperativa do ramo dos latícinios que neste ano completou 85 anos a todo vapor, com projetos que incluem a produção de um isotônico, ampliação na variedade de queijos oferecidos e até perspectiva de iniciar a produção de leite condensado.
O presidente da cooperativa, Rubens Moreira, contou sobre esses e outros pontos em um bate-papo com o Jornal A Tribuna, destacando a importância do diálogo para evoluir e os planos para o futuro.
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A Tribuna - A Selita completou esse ano 85 anos de história. Como ela surgiu?
Rubens Moreira - Em 1936 o então secretário de agricultura, Carlos Lindenberg, determinou a um funcionário do governo que morava em Cachoeiro de Itapemirim chamado Djalma Eloi que criasse uma alternativa para os produtores, em função do declínio do café na época. A alternativa encontrada acabou sendo iniciar a produção de leite, e em outubro de 1938 a cooperativa foi fundada, com 25 produtores. Doutor Djalma, na época, foi incumbido de fazer o melhoramento genético e trouxe touros melhoradores de raça, oriundos de Campos de Goytacazes, no Rio de Janeiro, para fazer isso. E assim começou a produção primária da Selita.
E como está a dinâmica atual da empresa? Como ela funciona hoje?
Hoje temos uma diretoria que é eleita por uma assembleia geral, de quatro em quatro anos. Ela elege 10 membros e um 11º é eleito pelos comitês educativos que funcionam nos municípios. Esse conselho, após eleito, define por votação o presidente do grupo, que por sua vez indica o vice.
E quantos a Selita tem quantos produtores hoje? E está com quantos litros de leite?
Atualmente somos 1.400 produtores de leites associados e alguns fornecedores extras que nos fornecem o equivalente a 10% do nosso leite total. Estamos recebendo hoje 320 mil litros de leite por dia, sendo que parte desse leite compõe os produtos resfriados, que são iogurte, bebida láctea, queijo, manteiga, requeijão...
Quais são as maiores preocupações da marca para garantir a qualidade e a segurança nos produtos?
Nós temos muito cuidado para garantir a qualidade e a segurança. Estou, por exemplo, atualmente selecionando mais um engenheiro de alimentos para trabalhar conosco, porque precisamos ter sempre produtos demandados pelo mercado e também algum lançamento para que o mercado conheça e aprove ou não.
Nossa preocupação é manter um produto de qualidade e ter uma produção primária que seja além de farta, de qualidade, porque se não tivermos um leite bom, o os outros produtos também não vão sair bons. Nosso foco é em manter a indústria atualizada, com processos racionais e sempre modificados, acompanhando as últimas tendências tecnológicas, seja no Brasil ou no exterior. Somos uma empresa de 85 anos que se renova todos os dias.
E qual é o segredo da Selita para ter tanto reconhecimento do público?
Nós temos acertado na exposição da nossa marca. Aqui a gente troca presidente, muda o conselho, mas uma coisa nunca muda: nós respeitamos sempre o consumidor.
Tenho um canal aberto de SAC com os clientes, fazemos questão de ouvir sugestões e, quando há a necessidade de fazer algum recall de algum produto, fazer isso rapidamente. Nossa nova fábrica tem uma sala para desenvolvimento de produtos enorme e sempre focamos em manter uma matéria prima de qualidade e combater eventuais fraudes.
Acho que isso é parte da cultura da Selita e temos conseguido. É perceptível que acaba contribuindo para manter a marca em evidência e muito próxima do público. Também fazemos boas campanhas de divulgação , com uma taxa de assertividade muito boa.
Inclusive, a gente está com 85 anos e atuando dessa forma, bem estabelecida, porque soubemos ouvir o público. E queremos continuar assim. Quem quiser, pode nos dar sugestões pelos nossos canais de atendimento, porque estamos sempre querendo melhorar.
E como manter esse reconhecimento do público?
É evidente que temos de continuar nos mostrando ao mercado. Estamos fazendo agora uma grande degustação no Estado e em algumas regiões do Rio de Janeiro. Estamos mostrando e divulgando nossa marca, nossa qualidade, e sempre com essa importância pro consumidor, mostrando o como ele é importante pra Selita e o quanto aceitamos o feedback dele, seja pelo SAC ou outros contatos, e procurar sempre melhorar, a gente mexe com alimento perecíveis, a cada dia a sociedade é mais exigente com isso, graças a deus, e fazemos sempre produtos para vários segmentos.
Tem gente que tem intolerância a lactose, açúcar, gordura, então buscamos sempre produtos que caibam em cada perfil para alcançar vários públicos e segmentos e assim esperamos nos manter na atividade e com boa aceitação.
Alguns exemplos de produtos que lançamos recentemente são: um creme de ricota, um queijo coalho para churrasco, e um queijo minas com zero lactose. Todos estão fazendo sucesso e com ótimo feedback, em especial o queijo coalho, que a gente nem esperava que ia ter tanta demanda. Estamos vendendo esse queijo até acima do que esperávamos.
Outros dois produtos novos são o Seletinho, que é voltado para as crianças, fizemos com zero açúcar, e a procura vem sendo boa; e o queijo frescal, que é algo que é resultado da nova fábrica, que nos permitiu fazê-lo.
Nós também começamos, essa semana, a funcionar a secagem de leite e soro. Uma parte desse leite será desidratado e vendido a um bom regulador de mercado. É uma válvula que a gente tem, produzir dessa forma para estocar por um período. Será necessário por conta da seca que está começando aqui no Estado, já estamos percebendo esse cenário, então estamos nos preparando. Mas não vamos parar por aí, temos vários projetos em andamento para os próximos anos.
Quais?
Ano que vem queremos iniciar uma produção de isotônicos e pretendemos melhorar nossa variedade de queijos. Ainda estamos vendo qual será o mais apropriado para a nossa temperatura. Eu gostaria, particularmente, de ter uma cadeia, uma gôndola especial de queijos. Já em 2025 o projeto é a produção de leite condensado.
Há intenção de expansão da marca da Selita?
Não queremos perder o Rio de Janeiro, que já conquistamos, além do próprio Espírito Santo. A gente está aguardando para ver a questão tributária, mas dependendo de como ficar, a gente pode começar a atuar, em uma época, na Bahia.
Mas hoje é algo distante, tem de ser um tiro certo. Quando você fala de Bahia, você tem de focar em Salvador, Vitória da Conquista e Porto de Santana. É uma região muito grande e densamente povoada.
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