Seacrest: investidor para salvar produção de petróleo
Empresa vive momento decisivo e precisa de dinheiro para manter suas operações, inclusive no Estado, mas é positiva a perspectiva no mercado
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Com dificuldades e passando por um momento de crise, a Seacrest pode ter a entrada de um investidor nas próximas semanas para salvar a produção de petróleo da empresa norueguesa, segundo informações de uma fonte do setor.
A empresa comprou boa parte das operações da Petrobras no Norte do Espírito Santo por cerca de US$ 700 milhões, em operação concluída em abril do ano passado, sendo que o valor não foi totalmente pago.
A Seacrest está passando por um momento de ajuste gerencial e financeiro. A produção, desde o início de sua operação, teve um incremento. Porém, para que essa seja mantida, ou até mesmo elevada, são necessário investimentos significativos, principalmente em atividades de perfuração de novos poços, destacou essa fonte.
Informações de bastidores indicam a entrada de um investidor nas próximas semanas, porém o mercado local ainda aguarda uma efetiva mudança com os aportes previstos.
Com essas questões, fornecedores locais estão enfrentando dificuldades para receber pagamentos, segundo um consultor empresarial. Ele disse que a empresa passa por um momento de transição e adaptação, mas que será solucionado.
Recentemente, Juan Alves, que ocupava o cargo de vice-presidente de Operações da Seacrest no Espírito Santo, deixou o cargo, e há a possibilidade de a empresa até mudar de nome, segundo o consultor.
Outra informação é que a Seacrest promoveu um processo de venda. Segundo publicou o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no último dia 11, a Azevedo&Travassos estaria perto de comprar a empresa.
A norueguesa disse para O Globo que a Azevedo&Travassos apresentou uma proposta, que não foi aceita. Disse também que há outras propostas em análise e que, em 30 de outubro, a MBD Partners assinou termo vinculante para participação minoritária nos ativos da empresa.
A Seacrest informou por nota que “sempre atua respeitando os mais altos padrões de governança e em conformidade com as regulações. Somos comprometidos com o negócio, nossos trabalhadores e a população do Espírito Santo”.
Entenda o caso
Compra de operações
A norueguesa Seacrest Petróleo comprou grande parte das operações da Petrobras no Norte do Espírito Santo por cerca de US$ 700 milhões. A operação de transferência de sua participação no Polo Norte Capixaba para a Seacrest foi concluída em abril de 2023, em desinvestimento que havia sido assinado em março de 2022.
A operação foi concluída com o pagamento à vista de US$ 426,65 milhões para a Petrobras, já com os ajustes previstos no contrato, informou a estatal na época.
O valor recebido se somou aos US$ 35,85 milhões pagos à Petrobras no ano passado, na ocasião da assinatura do contrato com a Seacrest, que agora assume como operadora dos quatro campos terrestres do Polo Norte Capixaba e demais infraestruturas de produção.
Além desse montante, era previsto o recebimento pela Petrobras de até US$ 66 milhões em pagamentos contingentes, a depender das cotações futuras do Brent.
Investimento anunciado
Em dezembro de 2023, a Seacrest anunciou que iria investir US$ 400 milhões em cinco anos no Espírito Santo. Os investimentos serão voltados diretamente na ampliação da produção, com revitalização de campos e perfuração de novos poços na região Norte do Estado. A expectativa é passar a produção diária dos atuais 10 mil barris de óleo para 30 mil barris por dia.
Antes, em novembro, houve a perfuração do primeiro poço de petróleo pesado após ter fechado a compra do Polo Norte Capixaba.
Crise e dificuldades
A Seacrest está passando por um momento de ajuste gerencial e financeiro. A produção desde o início de sua operação teve um incremento, porém, para que essa seja mantida, ou até mesmo elevada, são necessário investimentos significativos, principalmente em atividades de perfuração de novos poços, destacou essa fonte.
Informações de bastidores indicam a entrada de um investidor nas próximas semanas, porém o mercado local ainda aguarda uma efetiva mudança com os aportes previstos.
Fonte: Seacrest, Petrobras, empresários do setor e pesquisa AT.
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