X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Economia

Salários sobem, mas jovens fogem de trabalho na área de tecnologia

Pesquisa indica uma tendência de mudança de postura, com maior procura por profissões na área da saúde entre nascidos de 1997 a 2012


Imagem ilustrativa da imagem Salários sobem, mas jovens fogem de trabalho na área de tecnologia
Jovens da geração Z têm fugido de empregos na área de tecnologia; especialistas explicam a tendência |  Foto: Canva / Divulgação

Os salários dos profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI), que já eram considerados bons, melhoraram. Ainda assim, jovens da geração Z — nascidos entre 1997 e 2012 — têm mudado de postura e estão fugindo da área, preferindo outros segmentos, como o da saúde.

A situação foi apontada por um estudo da National Society of High School Scholars, que ouviu mais de 10 mil jovens. Grandes empresas de tecnologia como Google e Amazon caíram no ranking de preferência dos estudantes. A Google, que já esteve no topo, foi para sétimo. Já a Amazon ficou em oitavo.

Leia mais sobre Economia

O estudo feito nos EUA apontou que as principais áreas de interesse profissional incluem medicina (24%) e assistência médica (22%). O principal interesse da geração Z é trabalhar em grandes empresas do segmento da saúde.

Especialistas explicam que o estudo indica uma tendência para o Brasil.

Para Dado Schneider, mestre e doutor em comunicação, palestrante e estudioso sobre a geração Z, a pandemia foi um grande revés para esses jovens.

Ele destacou que, quando essa geração iria começar a trabalhar, sugiu o confinamento global, e muitos começaram a ter aulas confinados, e não tiveram aquela vida acadêmica clássica.

“Começaram o estágio on-line. Não tiveram uma iniciação do jeito que se tinha no passado”, frisou.

Além disso destacou que já nasceram em um contexto tecnológico, o que não faz com que tenham tanto encantamento pela tecnologia como gerações anteriores.

O conselheiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), Cosme Peres, explicou que o estudo também apontou que a geração Z tem uma visão mais negativa da inteligência artificial.

“Eles tem uma preocupação em relação ao avanço da tecnologia ocupar o lugar deles”, analisou.

O diretor de TI da Gi Group Holding, José Roberto Paim Neto, lembra que no Brasil, considerando todas as gerações, historicamente a área da saúde é mais procurada e a busca por cursos da área de TI continua aumentando.

Coração dividido

Imagem ilustrativa da imagem Salários sobem, mas jovens fogem de trabalho na área de tecnologia
Nívia conta que é apaixonada pelas áreas de saúde e tecnologia |  Foto: Kadidja Fernandes / AT

De outra geração, a estudante Nívia Kércia, 30, é apaixonada pela área da saúde e pela tecnologia. Diante da situação, ela decidiu somar conhecimento.

Técnica em enfermagem, está cursando graduação de Enfermagem na Faesa. Anteriormente, havia começado curso na área de Tecnologia da Informação (TI) que também pretende terminar. Para o futuro, avalia a possibilidade de trabalhar com tecnologia voltada para saúde.

Empresas têm dificuldade de contratar profissionais

No Brasil 43,7% das empresas sofrem “um pouco” ou “em grande medida” para encontrar trabalhadores com habilidades digitais avançadas. Os dados são de um levantamento da Gi Group Holding, em parceria com a universidade tecnológica italiana Politecnico di Milano, e a empresa de inteligência de dados Intwig Data Management.

A expectativa é que que haja maior busca das empresas nos próximos anos por: Especialista em Marketing Digital e Estratégia (40%), Especialista em Inteligência Artificial e Machine Learning (35%), Analista de Segurança da Informação (35%), Desenvolvedor de Software e Aplicativos (34%), profissional de banco de dados e rede (32%), Engenheiro de Robótica (31,5%) e Analista de Dados e Cientista de Dados (30%).

O diretor de TI da Gi Group Holding José Roberto Paim Neto lembra que a falta de profissionais na área é registrada desde a década de 1990, quando começaram a ser realizadas as pesquisas sobre o assunto.

Ele pontua que uma das dificuldades de se trabalhar com a tecnologia é que ela é atualizada muito rápido e os profissionais precisam acompanhar as mudanças para se manterem competitivos no mercado.

Ele também destaca que o inglês é uma barreira para o profissional brasileiro, que não tem formação bilíngue, ingressar nesse mercado nesse segmento.


Saiba mais

Estudo

Um estudo da National Society of High School Scholars, que ouviu mais de 10 mil jovens dos EUA, apontou que a geração Z está menos interessada na área de tecnologia e vendo mais atratividade na área da saúde.

A situação indica uma tendência no Brasil.

No País, historicamente, o vestibular de Medicina é o mais concorrido, e a “área da tecnologia ainda vem crescendo”, conforme um empresário do setor.

Queda de gigantes

Grandes empresas de tecnologia como a Google e a Amazon caíram no ranking de preferência dos estudantes. A Google que já esteve no topo, foi para o sétimo lugar. Já a Amazon ficou em oitavo.

Contexto

A geração Z é composta por pessoas entre 12 e 27 anos . Para Dado Schneider, mestre e doutor em comunicação, palestrante e estudioso sobre a geração Z, a pandemia foi um grande revés para esses jovens.

Ele destaca que quando essa geração ia começar a trabalhar, surgiu o confinamento global e muitos começaram a ter aula confinados, não tiveram aquela vida acadêmica clássica. Além disso destacou que já nasceram em um contexto tecnológico, o que não faz com que tenham tanto encantamento pela tecnologia como gerações anteriores.

Possíveis influências

Dado Schneider aponta ainda que a Geração Z vê os profissionais da área da tecnologia como pessoas que viram noite trabalhando, que não têm uma rotina de trabalho definida que garanta qualidade de vida e tempo para se dedicar ao lazer e a atividade física.

Muitos profissionais são sedentários, e tudo isso pode influenciar para que eles não se sintam tão atraídos, segundo o palestrante.

Além disso, com a pandemia houve uma maior valorização das pessoas que são capacitadas para cuidar de outras vidas humanas, que foram reconhecidas e chamadas de heróis.

Para a especialista em pessoas e carreiras Gisélia Freitas também pesa o fato de ser uma geração que busca propósito, o que está mais relacionado com cuidar de vidas.

Dificuldade

Um levantamento encomendado pela Gi Group Holding, em parceria com a universidade tecnológica italiana Politecnico di Milano, e a empresa de inteligência de dados Intwig Data Management apontou que no Brasil apenas 10,9% das organizações dizem não ter dificuldades para encontrar mão de obra qualificada no setor de tecnologia da informação, enquanto 43,7% apontam que sofrem “um pouco” ou “em grande medida” para encontrar trabalhadores com habilidades digitais avançadas.

Para Helder Moura, diretor de negócios Latam da Gi Group Holding, a carência global de especialistas qualificados em tecnologia decorre da limitada disponibilidade de candidatos e da intensa concorrência entre empresas para atrair esses profissionais. ”A tecnologia está transformando a maneira como as pessoas vivem e trabalham, criando novos modelos de negócios”, afirmou.

Fonte: Gi Group Holding, Gisélia Freitas, Society of High School Scholars, e Dado Schneider.


Salários na área já são 82% mais altos

Com mais vagas do que profissionais qualificados para trabalhar nelas, as empresas de alta tecnologia oferecem salários até 82% mais altos que as empresas de média e baixa tecnologia. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional do Comércio (CNI).

Aqueles que trabalham em empresas de média-baixa tecnologia, segundo o levantamento da Federação, tem uma salário médio de R$3.238,14. Já nas de alta tecnologia o valor sobe para R$ 5.901,31.

Mas afinal, o que são profissionais da alta tecnologia? O presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado (Consurt), Fernando Otávio Campos, explicou que são aqueles que desenvolvem, operam, fazem a gestão de equipamentos de alta tecnologia, que são mais sofisticados incluindo automação avançada, inteligência artificial, por exemplo.

Detalhou que as grandes indústrias mais novas no Estado são de alta tecnologia. “Os profissionais da Samarco hoje tem de ser mais atualizados e qualificados do que quando ela parou, porque a planta está mais moderna”.

As indústrias no segmento de petróleo, estaleiro, as novas fábricas da celulose, são de alta tecnologia, segundo ele. E, profissionais como pedreiros, que trabalham em plantas com esse perfil, precisam ser especializados e chegam a receber seis vezes mais.

Os setores do segmento tem alta demanda por mão de obra e pouca oferta de profissionais com formação adequada. “O tempo de formação é longo, então as empresas precisam ofertar não só melhores salários como benefícios para ter esses profissionais na equipe”, diferenciou.

O diretor de TI da Gi Group Holding José Roberto Paim Neto destaca que os salários estão muito relacionados com a lei da oferta e da procura. “Quanto mais especializado o profissional é, mais difícil de encontrar. A disputa por esse profissional acaba alavancando o salário dele”.

Por alguns profissionais da área, a concorrência entre as empresas é global já que eles podem trabalhar remotamente. “Temos uma característica de profissionais criativos. Por isso, acabam sendo requisitado para resolver problemas que outros profissionais acabam não conseguindo resolver”, comparou.


Saiba mais

Alta tecnologia

Os profissionais da indústria de alta tecnologia são aqueles que desenvolvem, operam, fazem a gestão de equipamentos dessas indústrias. Não necessariamente são profissionais da área de tecnologia da informação (TI) por exemplo.

Produtos químicos, veículos automotores, produtos aeronáuticos e aeroespaciais são alguns exemplos de produtos de feitos por indústrias mais tecnológicas.

Reforço

Exportação de produtos com aeronaves da Embraer que tem tecnologia capixaba reforçam a balança comercial brasileira com a indústria de alta tecnologia.

Diferença salarial

Com a falta de profissionais qualificados no mercado, as empresas de alta tecnologia oferecem salários até 82% mais altos que as empresas de média e baixa tecnologia. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional do Comércio (CNI).

Aqueles que trabalham em empresas de média-baixa tecnologia, segundo o levantamento da Federação, tem uma salário médio de R$ 3.238,14. Já nas de alta tecnologia o valor sobre para R$ 5.901,31.

Falta de profissionais

O Brasil terá um déficit de 530 mil profissionais de TI até o ano que vem, conforme estudo da Google em parceria com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups).

Os dados apontam que 53 mil pessoas vão se formar na área, anualmente, entre 2021 e 2025, mas seriam necessários 800 mil.

Fonte: Brasscom. Fernando Otávio Campos, Confederação Nacional do Comércio (CNI) e Abstartups.


Vai faltar meio milhão para atuar no setor até 2025

O Brasil terá um déficit de 530 mil profissionais de TI até o ano que vem, conforme estudo da Google em parceria com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups).

Os dados apontam que 53 mil pessoas vão se formar na área, anualmente, entre 2021 e 2025, mas seriam necessários 800 mil, segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Infomração e Comunicação (Brasscom).

Para quem deseja ganhar conhecimento na área de tecnologia, principalmente em relação a programação, inteligência artificial e outros assuntos, há instituições de renome mundial que disponibilizam conhecimento de forma gratuita.

Harvard, Google, IBM, Microsoft e outras instituições costumam disponibilizar sites cursos gratuitos para quem deseja agregar conhecimento na área. Além disso, na internet há diversas fontes disponíveis que podem contribuir com o aprendizado.

Para o diretor de TI da Gi Group Holding José Roberto Paim Neto um tripé que pode contribuir para aumentar o número de profissionais na área de tecnologia é a questão educacional, os interessados no assunto assumirem um papel de mais protagonismo na busca desse conhecimento e políticas públicas voltadas para o segmento.

Ele destacou que conforme apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe um grande potencial de crescimento no país, já que há regiões em que 50% da população nunca acessou à internet.

Estamos vivendo hoje uma complexidade tecnológica muito grande, destacou. “Quem nunca acessou a internet, vai ter que aprender a usar, por exemplo, whatsapp. Existem barreiras que somente a experiência vai quebrar”.


Análise

Imagem ilustrativa da imagem Salários sobem, mas jovens fogem de trabalho na área de tecnologia
Henrique Hamerski, consultor e professor de marketing e empreendedorismo da Faesa |  Foto: Divulgação

“Capacidade de se adaptar e inovar é a chave para o sucesso”

“Estamos diante de uma grande transformação no mercado de trabalho. Na área de tecnologia, a inteligência artificial (IA) não só automatiza tarefas repetitivas, mas também pode liberar os profissionais para se concentrarem em funções mais criativas e estratégicas.

Além disso, a IA personaliza o aprendizado e o desenvolvimento de novas habilidades, o que é vital para preparar rapidamente os jovens que estão entrando no mercado.

Esse déficit de mão de obra pode ser, em parte, preenchido por ferramentas de inteligência artificial, mas não acredito na substituição de pessoas por máquinas, mas sim em uma inteligência aumentada, usando a IA como co-piloto no desenvolvimento de atividades, potencializando nossas capacidades.

No fim das contas, a IA não é apenas uma ferramenta para superar o déficit de talentos, é um motor de inovação que pode dar uma vantagem competitiva significativa às empresas. Em um mercado em constante evolução, a capacidade de se adaptar e inovar será a chave para o sucesso futuro.”

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: