Revolução na siderurgia: Vale inaugura 1ª planta de briquete do mundo em Vitória
Produto pretende reduzir emissões de gases do efeito estufa no alto-forno e, no futuro, a produção de aço de zero emissão
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A primeira planta de briquete de minério de ferro do mundo foi acionada simbolicamente, na manhã desta terça-feira (12), pelo presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, na Unidade Tubarão, em Vitória.
O produto desenvolvido pela Vale - após quase duas décadas de pesquisas nos laboratórios da mineradora em Minas Gerais - tem o potencial de revolucionar a siderurgia, reduzindo em até 10% as emissões de gases de Efeito Estufa (GEE) no alto-forno ou possibilitando, no futuro, a produção de aço de zero emissão, quando o hidrogênio verde estiver disponível.
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O briquete é produzido a partir da aglomeração a baixas temperaturas de minério de ferro de alta qualidade utilizando uma solução tecnológica de aglomerantes, que confere elevada resistência mecânica ao produto final.
Anunciado pela Vale em 2021, o produto emite menos particulados e gases como dióxido de enxofre (SOX) e o óxido de nitrogênio (NOX) quando comparado aos processos tradicionais de aglomeração, além de dispensar o uso da água em sua fabricação.
“Estamos oferecendo um produto que apoiará nossos clientes, os fabricantes de aço, a se adequarem às metas de redução de emissões que estão sendo adotadas por governos em todo o mundo, contribuindo para o combate à mudança climática”, explica Eduardo Bartolomeo. “Além disso, estamos induzindo a neoindustrialização do Brasil, que será baseada na indústria de baixo carbono, e cumprindo mais uma vez a vocação da Vale de âncora do desenvolvimento regional”, frisa.
Os testes com carga na primeira planta tiveram início em agosto e apresentaram bons resultados, possibilitando o início da operação da primeira planta ainda em 2023.
Uma segunda planta em Tubarão tem inauguração prevista para o início do próximo ano.
Juntas, terão capacidade de produzir 6 milhões de toneladas por ano – resultado de um investimento de R$ 1,2 bilhão e que gerou 2.300 empregos no pico das obras.
Mais de 30 empresas já demonstraram interesse em receber carregamentos de briquete em 2024. Por se tratar de um produto inovador, a produção dos dois primeiros anos será destinada a testes nas instalações desses clientes.
A maioria dos interessados é de Europa e do Oriente Médio, mas houve pedidos de clientes de todo o mundo, inclusive do Brasil, garantindo a demanda por mais de um ano. Em 2024, as duas plantas de Tubarão irão produzir cerca de 2,5 milhões de toneladas. A produção crescerá gradativamente até atingir os 6 milhões de toneladas por ano.
O desenvolvimento do briquete teve início no Centro de Tecnologia de Ferrosos (CTF) da Vale, em Nova Lima (MG), há cerca de 20 anos.
A ideia de aglomerar minério de ferro por meio da briquetagem não era nova, mas os pesquisadores tinham dificuldade de garantir que o produto mantivesse a integridade no alto-forno. A Vale desenvolveu uma solução de aglomerantes que resolveu esse problema.
Foram realizados testes em laboratório, depois em fornos de pequena escala e finalmente os testes industriais no alto-forno, que comprovaram a performance e valor do produto.
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