Quatro novas indústrias de café chegam ao Norte do Espírito Santo
Uma delas é fruto de um investimento de R$ 100 milhões e será inaugurada na quinta, em Sooretama. Ao todo, serão até 500 empregos

Quatro empresas que atuam na produção e na exportação de bens processados a partir do grão do café estão com planos firmados para este ano em Sooretama, no Norte do Espírito Santo. A previsão é que elas criem entre 350 e 500 empregos diretos.
Uma delas é a DM Descafeinadores, indústria que teve os planos de instalação do negócio iniciados em 2023 e agora anuncia a inauguração da fábrica, na quinta-feira (04).
Com 120 mil metros quadrados de área e R$ 163 milhões de investimento, a nova indústria vai produzir café descafeinado — ou seja, sem a cafeína — e comercializar a cafeína pura, in natura, fruto do processo de fabricação anterior.
“O produto principal é a cafeína pura. Eles a tiram e a vendem para mais de 180 países. Essa cafeína é utilizada em cosméticos, pela indústria farmacêutica, para fabricar energéticos e refrigerantes”, detalha o prefeito, Fernando Camiletti.
Com a substância retirada, sobra o café descafeinado, comercializado com grandes marcas que o vendem sob rótulos. É o caso da Nestlé e da Pilão, cita Camiletti.
O plano da empresa, segundo o prefeito, é de comercializar 30 mil sacas por mês do café descafeinado no período inicial. Mas a previsão é de que esse número salte para 120 mil sacas ao mês quando a fábrica atingir plena capacidade.
“O consumo de café sem cafeína está crescendo muito. O Espírito Santo é o segundo maior produtor brasileiro de café verde. Nós agora estamos industrializando esse café aqui. Vamos ganhar mais uma importante fábrica”, diz.
Camiletti diz que o comércio do café entre produtores e indústria passa a ser facilitado, impulsionando o setor. “O produtor vai poder tratar direto com a indústria e vai reduzir o custo com a logística”.
Três empresas instaladas no Sul do Estado, do ramo da logística, também estão com planejamento de ficarem mais perto do polo cafeeiro da região Norte, afirma o prefeito. A Aroma Coffee, de Iúna, já adquiriu inclusive uma área no município e estaria na fase de início da implantação do investimento, de cerca de R$ 25 milhões.
Outro empreendimento do ramo de exportação, a Kaffee Exportadora e Importadora, também já comprou terreno na cidade, diz Camiletti. Já a Grancafé, que atua na importação e exportação de café, também possui um investimento em construção na cidade, comenta o prefeito. “Ela é de Linhares e vai abrir uma filial aqui. 50% da obra do galpão está concluída”, diz.
Saiba mais
Descafeinado
O consumo do café sem cafeína está crescendo no Brasil e no mundo, apontam pesquisa.
A consultoria Skyquest Technology, que trabalha na aceleração de negócios, prevê que o mercado de descafeinado crescerá de US$ 19,5 bilhões, em 2022, para US$ 28,86 bilhões até o fim da década.
O investimento da empresa DM Descafeinadores, uma parceria entre a mexicana Descamex e a brasileira Eisa, segue o fluxo dessa tendência.
No entanto, também deixa como produto — e principal — a própria cafeína, que é utilizada em outros produtos. Entre eles: o refrigerante, os energéticos, os cosmésticos e a indústria farmacêutica. Para essa última, servindo como acelerador de absorção dos medicamentos.
“A grande diferença no sabor da Coca-Cola, por exemplo, é a cafeína pura”, detalha o prefeito.
Fábrica
A DESCAMEX, que junto com a Eisa forma a DM Descafeinadores, foi fundada no México em 1980, sendo a primeira planta de descafeinação na América Latina.
É reconhecida mundialmente como Mountain Water Process, método natural de descafeinação que utiliza apenas água pura de montanha.
Já a Eisa atua no agronegócio brasileiro desde 1986, com foco em soja, milho e café. A empresa mantém unidades de armazenamento e terminais logísticos em diferentes regiões
Também opera no comércio exterior, exportando parte da produção para mercados da Ásia, Europa e América do Norte.
Outras
Fundada há mais de 40 anos, a Grancafé atua na armazenagem de grãos como café, cacau em grão, cravo e pimenta preta.
É considerada um dos maiores exportadores de pimenta-do-reino do Brasil, exportando para diversos países da América do Sul e do Norte, África, Europa e Ásia.
Fontes: empresas e fontes citadas.
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