Para crescer no mercado, investidores compram pequenas empresas no ES
Fusões e aquisições são frequentes no Estado e incluem desde shopping e hospitais a salões de beleza e oficinas
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Toda semana uma empresa no Espírito Santo é comprada ou se une a outra, embora esse tipo de transação — em um ramo chamado de fusão e aquisição — nem sempre seja divulgada.
E há investidores nacionais e internacionais de olho no Estado que chegam a pagar R$ 10 milhões em pequenos negócios daqui.
A busca é por empresas de todos os portes, desde escolas, hospitais e shopping centers a salões de beleza, barbearias, bares, restaurantes, oficinas de carros, entre outros diversos tipos de atividades.
E para os proprietários que avaliam vender seu negócio, é importante se tornar referência no mercado para despertar o interesse de investidores. Mas operações em dificuldade também podem ser atrativas, ensina o especialista Gilvan Badke, diretor de fusões e aquisições da eMEG, empresa especializada nesse tipo de transação.
Além disso, é preciso providenciar uma análise de quanto a empresa vale: “Fazer um valuation (avaliação da empresa) bem feito”, disse Badke, ao orientar procura de empresas especializadas no assunto.
Como exemplo, citou uma rede de supermercados em Guarapari. “Fez uma venda sem assessoria que deu errado, e o supermercado quase foi à falência”, cita. A finalidade principal, segundo ele, é retorno, seja o recebimento de dividendos ou a valorização da empresa.
Também há transações para explorar a sinergia do negócio, como a compra de um fornecedor estratégico ou o aumento da participação no mercado, comprando um concorrente.
Entre os compradores, há quem tenha conhecimento do segmento de atuação e compre para operar o negócio, mas há aqueles que buscam retorno sobre o investimento e não querem se envolver na operação.
No Estado, empresas de óleo e gás e serviços de tecnologia tem impactos relevantes, segundo com Paulo Guilherme Coimbra, sócio da auditoria financeira KPMG.
Ele explicou que o número de transações no Espírito Santo representa de 1 a 2% das transações nacionais.
No primeiro trimestre deste ano foram registradas 350 fusões e aquisições do Brasil. No Estado foram 6, segundo a KPMG. Só é obrigatória a divulgação de transações de empresas listadas na Bolsa e envolvendo grupo com faturamento bruto anual superior a R$ 750 milhões.
Como funciona- fluxo de venda de empresa
É feita a avaliação no negócio por uma empresa especializada que produz um laudo apontando o valor de mercado da empresa.
O segundo passo é a tese de investimento, alinhamento dos sócios e definições sobre mandatos.
O terceiro passo: estratégia. Análise estratégica das informações e do que se busca com a operação.
Quarto passo: prospecção. Usar técnicas para encontrar e avaliar os os potenciais compradores.
Quinto passo: negociação. Identificar riscos e passivos para não fazer a operação e descobrir problemas no futuro.
Sexto passo: fechamento do contrato. É aqui que as partes assinam toda a documentação necessária.
Saiba mais
Valores
Negócios de diferentes tamanhos e valores são comprados ou fundidos a todo momento no país. De acordo com dados da KPMG, só primeiro trimestre deste ano, o Brasil realizou 350 operações incluindo fusões e aquisições. Já no Espírito Santo foram 6. No ano passado, o Estado registrou 26. Contudo, a maior parte dessas transações não são divulgadas.
Em relação aos valores, pequenos negócios são vendidos por até 10 milhões. Médios chegam a R$ 100 milhões. E grandes, acima disso, segundo Gilvan Badke, diretor de fusões e aquisições da eMEG,
Aquisição x Fusão
Aquisição É um termo mais utilizado quando uma empresa compra 100% de outra. Nos casos de compra de uma parte da empresa, normalmente é chamado de investimento, mas não deixa de ser uma aquisição parcial.
Já a Fusão É a junção de duas empresas, formando uma terceira empresa.
Sigilo
A maior parte das transações ocorrem em sigilo, porém algumas devem obrigatoriamente ser notificadas ao Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Esse é o caso quando um dos grupos envolvidos na transação tenha faturamento bruto anual ou volume de negócios total no Brasil equivalente ou superior a R$ 750 milhões, e pelo menos um outro grupo envolvido tenha faturamento bruto anual ou volume de negócios total no Brasil equivalente ou superior a R$ 75 milhões. Os valores considerados são do ano anterior à transação.
Finalidades
Esse tipo de operação é realizado por diversos motivos. Entre eles, para o recebimento de dividendos ou valorização da empresa. E também como estratégia para explorar a sinergia de negócios, como a compra de um fornecedor estratégico ou a compra de um concorrente para aumentar a participação no mercado.
Compradores
Há os que conhecem o segmento e compram para operar o negócio e o sócio investidor, que quer retorno financeiro mas não deseja operar. A maioria atua na área em que investe.
Vantagens
Aumento da participação no mercado.
Redução de custos operacionais.
Aumento da capacidade de produção.
Diversificação de portfólio.
Continuação do negócio.
Assume um risco menor comprando uma empresa com experiência no mercado do que iniciando um novo negócio.
Fluxo de caixa imediato.
Desvantagens
Assumir passivos financeiros e contingências desconhecidas.
Perder profissionais e fornecedores estratégicos.
Lidar com dificuldades relativas à diferença cultural entre os trabalhadores.
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