Desafio é ter profissionais
Temos uma série de elementos que fazem com que pouca mão de obra chegue ao mercado de trabalho
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Hoje nós temos um desafio muito grande para identificar no mercado profissionais para atender as demandas do setor de tecnologia. Esse é um problema nacional, mas especificamente no Espírito Santo a gente ainda tem, além dos problemas que qualquer estado passa, o desafio de concorrer com os grandes centros.
Isso se agravou na pandemia da Covid-19 e com a potencialização do home office, uma vez que o profissional no Espírito Santo não precisa mais sair do Estado para conquistar uma vaga em grandes centros, que normalmente têm capacidade de oferecer os melhores salários.
Então, acaba sendo um cenário perfeito para esses profissionais. Eles conseguem manter a sua base aqui no Espírito Santo, morando perto da família, com a qualidade de vida que o Estado proporciona, mas tem a oportunidade de conquistar salários de grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Mas nós temos um entrave, que é o processo de preparação de profissionais. Nós avaliamos que isso acaba sendo estrutural. Ainda há pouca sensibilização de crianças e adolescentes no mercado de tecnologia.
Se você fizer uma pesquisa com essa faixa etária, vai identificar que a grande maioria ainda quer ser médico, advogado. As profissões mais tradicionais ainda prevalecem nas pretensões de carreiras de futuro.
A gente precisa trabalhar mais isso, mostrar para esse público, especialmente que está no Ensino Médio, que a carreira de tecnologia é promissora, com potencial, inclusive ofertando bons salários.
Uma outra parte do problema está relacionada à Matemática.
Muitos jovens evitam os cursos de exatas por não gostarem de Matemática e, entre aqueles que tentam, muitos não avançam devido a dificuldades que encontram nas matérias relacionadas com a disciplina.
Enfim, temos uma série de elementos que faz com que pouca mão de obra chegue ao mercado de trabalho.
Por outro lado, na outra ponta do problema, a gente tem um aumento da demanda de ofertas de vagas, uma vez que a tecnologia está em qualquer empresa.
A digitalização veio para ficar. A pandemia potencializou esse movimento de inovação nas empresas. Sobrevivem à pandemia aquelas empresas que já estavam digitalizadas e utilizando a tecnologia como aliada.
Infelizmente, a gente não vê a curtíssimo prazo nenhum cenário muito animador que possa suprir a falta de mão de obra, mas nunca é tarde para correr atrás e se qualificar”.
Emílio Augusto Barbosa é vice-presidente e diretor de Educação da Associação Capixaba de Tecnologia (Act!on).
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