Número de pessoas que trabalham em casa cresce mais de 50% após pandemia
Apesar do crescimento, o domicílio está distante de ser o principal local de trabalho dos brasileiros
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O número de pessoas que trabalham em casa aumentou em torno de 53,5% após a pandemia no Brasil. É o que sinalizam dados divulgados nesta sexta-feira (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o órgão, o número de ocupados no setor privado que trabalhavam no seu domicílio de residência chegou a 6,9 milhões em 2022.
Trata-se do maior nível da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012.
Em termos absolutos, o contingente representa uma alta de 2,4 milhões frente a 2019, o ano anterior à pandemia. O crescimento de 53,5% vem dessa comparação.
Conforme o IBGE, o grupo que trabalha em casa vai além dos profissionais que prestam serviços para empresas em regime de home office, uma modalidade em evidência na pandemia.
Autônomos que realizam atividades laborais nos seus domicílios de residência também fazem parte desse contingente.
"Pode ter a pessoa que exerce o home office para uma empresa, como também pode ter o carpinteiro com uma oficina em casa, a costureira que não está em uma loja ou em uma fábrica, a pessoa que prepara comida e vende. Está tudo representado aqui", disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
Os 6,9 milhões de trabalhadores em casa correspondiam a 8,5% da população ocupada no setor privado em 2022 (81,6 milhões), desconsiderando os serviços domésticos. É o maior percentual da série histórica. A proporção era de 5,8% em 2019.
Apesar do crescimento, o domicílio está distante de ser o principal local de trabalho dos brasileiros. Em 2022, mais da metade dos ocupados no setor privado (57,9%) ainda atuava no que o IBGE chama de estabelecimentos dos próprios empreendimentos.
Essa definição engloba endereços como lojas, escritórios e fábricas. O respectivo percentual, contudo, vem em queda: já superou 60% ao longo da série histórica, antes de atingir 58,7% em 2019 e 57,9% em 2022.
No ano passado, o local designado pelo empregador, patrão ou freguês (13,7%) veio em seguida no ranking dos endereços de trabalho. Segundo o IBGE, essa categoria inclui, por exemplo, eletricistas, entregadores e bombeiros hidráulicos. Fazenda, sítio, granja e chácara (10%) aparecem depois na lista de locais de trabalho, acima dos domicílios de residência.
A divulgação referente a 2022 marca a retomada desse módulo na Pnad, após a interrupção nos anos iniciais da pandemia (2020 e 2021). À época, as restrições sanitárias dificultaram a coleta dos dados do IBGE.
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