Multinacional vai abrir até 800 empregos no Estado
A BW Energy comprou duas áreas de petróleo no Estado, que eram da Petrobras, e vai investir na produção, usando navio-plataforma
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A multinacional BW Energy Maromba do Brasil Ltda (BWE) concluiu a aquisição dos Polos Golfinho e Camarupim, na Bacia do Espírito Santo, que pertenciam à Petrobras. A transação deve evitar 400 demissões e ainda criar até 800 empregos para atuar com petróleo e gás.
A informação foi apurada com especialistas do segmento. A operação foi concluída com pagamento à vista de US$ 12,2 milhões (R$ 59,7 milhões) para a estatal.
Esse valor se soma aos US$ 3 milhões (R$ 14,55 milhões) pagos à Petrobras na época da assinatura do contrato e a um valor previsto de US$ 60 milhões (R$ 291 milhões) em pagamentos contingentes a depender das cotações futuras do barril de Petróleo Brent (tipo de petróleo cru) e desenvolvimento dos ativos.
O executivo da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) para o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, Luis Claudio Montenegro, disse que a Petrobras já não tinha mais interesse de explorar os dois polos, chegando ao ponto de que ou a operação era mantida ou haveria um descomissionamento (retirada) do navio-plataforma atualmente na região, o FPSO Cidade de Vitória.
“Há perspectiva de criação de empregos, devido ao investimento que deve ser feito daqui para frente. A aquisição também garante a manutenção dos cerca de 400 profissionais que estão atuando no FPSO.”
Indiretos
O consultor empresarial Durval de Freitas estima que até 800 novos empregos devem ser criados sob a gestão da BWE nos polos. “Sem contar os milhares de empregos indiretos que os investimentos devem criar”, afirmou.
Sobre o impacto da compra para a indústria naval, Montenegro explicou que o navio-plataforma já tem grande porte e que não se sabe ainda se um segundo FPSO será instalado na região, mas, de toda forma, o Navio-plataforma Cidade de Vitória pode vir a ser readequado ou adaptado.
“Não tenho dúvidas de que, seja qual for o caso, de manutenção de um navio já existente ou construção de um novo, o Estado já tem estrutura de produção naval, inclusive para se colocar como alternativa para eventuais encomendas”, disse, referindo-se a empresas terceirizadas em geral.
A BWE foi procurada, mas não se manifestou. Em seu site, informa que a aquisição “apresenta oportunidade de valor para monetizar recursos de gás existentes e futuros” e cita o FPSO Cidade de Vitória.
Entenda os detalhes
Petrobras não tinha interesse
A aquisição foi concluída com pagamento à vista de US$ 12,2 milhões (R$ 59,7 milhões) para a Petrobras.
Esse valor se soma ao montante de US$ 3 milhões (R$ 14,55 milhões) pagos à Petrobras na época da assinatura do contrato e a um valor previsto de US$ 60 milhões (R$ 291 milhões) em pagamentos contingentes a depender das cotações futuras do barril de Petróleo Brent (petróleo cru) e desenvolvimento dos ativos.
A Petrobras já não tinha mais interesse de explorar os dois polos, chegando ao ponto de que ou a operação era mantida, ou haveria um descomissionamento do navio-plataforma que atualmente está na região, o FPSO Cidade de Vitória.
A BW Energy Maromba do Brasil Ltda faz parte da BW Energy, que por sua vez integra a BW Group, multinacional fundada em 1955 pelo hongkongense Yue-Kong Pao sob nome World-Wide Shipping, e adquirida em 2003 pela norueguesa Bergesen d.y. ASA, mudando para o nome atual em 2005.
A BW Group tem sedes na Noruega e em Singapura, enquanto a BW Energy tem sede em Bermudas.
Empregos
A avaliação de especialistas é de que 400 empregos que já existem no FPSO serão mantidos e, com o eventual investimento a ser realizado pela empresa, haverá a criação de até 800 empregos diretos.
Além disso, a perspectiva de investimento no setor de petróleo e gás pela empresa na região pode destravar investimentos industriais no Espírito Santo, o que influenciaria na criação de empregos indiretos.
Fontes: Durval de Freitas, Luis Claudio Montenegro e pesquisa AT.
Mais indústrias no Estado
A aquisição dos polos pela BWE deve ter impacto positivo no desenvolvimento industrial do Espírito Santo. Isso porque o potencial de produção de metros cúbicos por dia do navio-plataforma instalado nos polos pode chegar a até 7 milhões. É o que explica Luis Cláudio Montenegro.
Ele detalha que o FPSO produz 10 mil barris de petróleo por dia e tem capacidade para subir para 17,5 mil. Tem capacidade de produzir 3 milhões de metros cúbicos de gás por dia, mas pode ser ampliado para até 7 milhões.
“Eventuais investimentos, com a perfuração de outros campos no local, podem ampliar a produção de gás e petróleo. Essa alta produção de gás potencial pode ser dedicada ao Estado e viabilizar uma série de projetos industriais por aqui”, afirmou Montenegro.
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