Leonelle Lamas, presidente da Ases: Serra precisa de mais mecânicos industriais
Primeira mulher a comandar a associação, ela disse que foi feito levantamento sobre as profissões com maior demanda na cidade
Ampliar a qualificação da mão de obra e viabilizar a construção de um Centro Cultural com 403 lugares são algumas das metas de Leonelle Lamas, primeira presidente mulher da história da Associação dos Empresários da Serra (Ases).
Em conversa com A Tribuna, Leonelle detalhou sua trajetória até chegar ao comando da associação, contou sobre o crescimento da participação feminina no ambiente empresarial e listou as perspectivas para seu mandato. Falou ainda sobre a necessidade da Serra por profissionais, entre eles mecânicos industriais.
A Tribuna - A Ases tem 47 anos de existência e, até então, nunca havia tido uma mulher no comando. Como foi a sua trajetória até chegar a esse posto?
Leonelle Lamas - Comecei como uma associada, indo para os cafés de negócio buscar clientes e aprender. Nesse início, era um ambiente bem masculino. Eu fui a terceira mulher a integrar a Ases.
Sempre fui muito ativa e, eventualmente, fui convidada a ocupar o posto de diretora de relacionamento com associados, logo após a pandemia. A missão era trazer de volta pessoas que haviam saído por conta daquele período complicado.
Durante esse período, criamos a Ases Mulher, com o objetivo de captar mulheres para a associação, e o resultado foi uma representatividade muito maior. Hoje o público feminino é muito atuante e chega a 50% dos presentes nos cafés de negócio.
E o que o empresariado da Serra tem relatado de problemas e desafios que são enfrentados hoje?
O empresário sempre tem desafios, é uma classe que se reinventa sempre. Temos muitas demandas e a maior delas é, com certeza, a questão da mão de obra. Tanto a qualificação quanto a falta dela. Fizemos inclusive um levantamento sobre as 30 profissões com mais demanda de profissionais no município.
Pode citar algumas delas?
Como a Serra tem vocação industrial, há demanda alta por mecânicos e soldadores, por exemplo. Pensando nisso, por meio do Qualiases, vamos qualificar a mão de obra de forma mais rápida.
Quais as outras prioridades para o seu mandato?
Além da questão da mão de obra, também vamos viabilizar a construção do Centro Cultural Ases, um teatro de 403 lugares que será acessível e aberto à cultura. Também temos como foco fortalecer o associativismo e a integração entre empresas, poder público e academia; e apoiar o empreendedorismo feminino e ações que humanizam o ambiente de negócios.
Um exemplo foi a criação do Inova Serra, voltado para fomento da inovação no município, que é algo essencial para o ambiente de negócios.
Qual a importância, para a população de se ter uma associação do porte da Ases?
A Serra saiu do abacaxi para o aço. Éramos uma cidade rural voltada para a cultura do abacaxi e desenvolvemos uma vocação industrial e também voltada para o comércio e serviço. A Ases faz parte de todo esse desenvolvimento. Fomos protagonistas nesse processo, porque o associativismo tem como função de ser uma espécie de voz do empresariado junto ao Poder Público. Temos orgulho de sermos a maior associação do Estado.
Neste fim de ano teremos mais uma edição do Prêmio Mérito Empresarial da Ases. Como será a edição deste ano?
Esta será a 19ª edição, e vai acontecer na próxima quinta-feira, às 20 horas, no Steffen. É um prêmio aberto a todo o empresariado, que é o grande destaque da noite. O objetivo é reconhecer as empresas que se destacam na cidade e também homenagear uma personalidade que teve um papel diferencial para o Estado.
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