Juros do cartão chegam a 423% no Brasil
É a primeira vez que o valor sobe após dois meses seguidos de recuo. Em fevereiro, o valor do rotativo foi de 411,9% ao ano
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O Banco Central (BC) informou que os juros cobrados pelas instituições financeiras nas operações com cartão de crédito rotativo avançaram 9,4 pontos percentuais em março e atingiram 421,3% ao ano.
É a primeira alta após dois meses consecutivos de recuo. Em fevereiro, o valor do rotativo foi de 411,9% ao ano. Os números constam no relatório estatísticas monetárias e de crédito do BC.
O BC lembrou que mesmo que a lei do Desenrola, sancionada em outubro de 2023 e que passou a valer em janeiro deste ano, tenha limitado os juros e encargos financeiros ao valor original da dívida, não afetou ainda a taxa de juros pactuada no momento da concessão do crédito. A título de apuração estatística, ainda não houve impacto da norma em março de 2024.
Pela norma, os bancos não podem cobrar juros acima de 100% do total da dívida. Ou seja, o consumidor que paga apenas parte da fatura e fica devendo um valor no próximo mês, não mais irá mais ser submetido a juros tão altos, os quais até mesmo ultrapassavam o dobro do valor não quitado.
O rotativo é uma espécie de empréstimo pessoal de curto prazo do banco quando o cliente deixa de pagar ou não paga todo o valor da fatura do cartão e deixa uma diferença para o próximo mês.
A taxa média de juros das novas concessões alcançou 28,2% a.a. em março, representando um incremento de 0,3 ponto percentual no mês e redução de 3,3 ponto percentual em doze meses.
Segundo o relatório do BC, a taxa média de juros cobrados pelas instituições bancárias a pessoas físicas atingiu 32,9% a.a., alta mensal de 0,6 ponto percentual e redução de 4,0 ponto percentual em doze meses. Nas operações com empresas, a taxa média se manteve estável no mês e diminuiu 2,6 ponto percentual em comparação com março de 2023, situando-se em 18,7% a.a.
Das novas contratações, os juros avançaram 0,3 ponto percentual e atingiram 28,2% ao ano em fevereiro. Em 12 meses houve redução de 3,3 pontos percentuais em 12 meses. O spread bancário das novas contratações ficou em 19,4 pontos percentuais., com incremento de 0,1 ponto percentual no mês e diminuição de 1,4 ponto percentual em doze meses.
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