Investimento em petróleo vai criar até 9.576 vagas no ES
Total a ser aplicado na atividade até 2028 é de R$ 6 bilhões, podendo aproximar de 20 mil o número de empregados no setor no Estado
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Investimentos no setor de petróleo que totalizam R$ 6 bilhões na Bacia do Espírito Santo até 2028, vão criar até 9.576 postos de trabalho no Estado. Hoje, são 11.285 empregados na atividade.
Os dados foram divulgados na última terça-feira (02) pela economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Marília Silva, em palestra no primeiro dia da Vitória PetroShow 2024, no Centro de Convenções.
Estavam presentes ainda a superintendente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Marina Abelha, e o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abip), Márcio Felix Bezerra.
Marília explicou que o investimento de R$ 6 bilhões não necessariamente será “absorvido” em 100% no Estado, ou seja, na capacidade interna de fornecimento.
Ela citou três possíveis cenários de realização desses investimentos, sendo o mais pessimista referente a 5%, o mediano de 15% e o mais otimista de 30% dos investimentos internalizados.
“Se ficar em 5%, isso significa que o PIB (Produto Interno Bruto) do Estado terá acréscimo de 0,11%, ou seja, de R$ 130,08 milhões. Nesse cenário, o Estado teria acréscimo de 0,14%, ou R$ 10,92 milhões, na arrecadação de impostos. E também haveria acréscimo de 0,08% nas ocupações no período, ou seja, mais 1.596 empregados”.
Já no cenário “base”, o acréscimo no PIB seria de R$ 390,25 milhões; a arrecadação de impostos subiria R$ 32,76 milhões; e o número de empregos seria de 4.788. Por fim, no cenário otimista, o acréscimo do PIB seria de R$ 780,50 milhões; a arrecadação de impostos pelo Estado aumentaria R$ 65,52 milhões e o número de novos empregados seria de 9.576.
“Hoje temos cerca de 11 mil, e nesse cenário mais otimista, quase dobraríamos, chegando perto dos 10 mil novos funcionários”, relata.
A possibilidade de aumento nos profissionais no setor é uma das consequências da tendência do aumento na produção — previsão destacada por Marina Abelha, da ANP, em sua palestra.
“Deve continuar subindo no País, e o Espírito Santo terá papel importante nisso”, afirma, alertando em seguida sobre o cenário pós-2030 e a necessidade de encontrar novas reservas:
“ A partir de 2030 a tendência é de que o pré-sal reduza sua produção e, se não encontrarmos novas reservas, poderemos viver um cenário onde nos tornaremos mais importadores que exportadores”.
Setor cresce 23,1% e receita com royalties chega a R$ 1,3 bi
O setor de Petróleo e Gás cresceu 23,1% no Estado em 2023, com R$ 1,3 bilhão arrecadado em royalties no último ano, segundo dados do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
Os dados foram divulgados durante reunião extraordinária da Comissão Especial do Petróleo, Gás e Energia da Assembleia Legislativa, que ocorreu ontem, durante a Feira Vitória PetroShow 2024.
A reunião foi apresentada pelo presidente do Bandes, Marcelo Saintive, que falou sobre as linhas de crédito disponíveis para atrair investidores. Também participou da reunião o diretor-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Alaimar Fiuza. O gestor explicou que o foco da instituição está no desenvolvimento sustentável.
“Quando a gente faz esse olhar de agente de desenvolvimento sustentável, a gente tem que olhar certamente com cuidado ambiental, obrigatoriamente, para mitigar os riscos”, explicou Fiuza.
Até R$ 2,4 bilhões para desmontar plataformas
O presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Marcelo Saintive, detalhou ontem que o descomissionamento — ou desmontagem — de plataformas deve movimentar R$ 2,45 bilhões no Estado entre 2022 e 2026, envolvendo 751 instalações. Os dados foram apresentados em reunião da Comissão Especial de Petróleo, durante a Vitória Petroshow 2024.
A medida deve beneficiar principalmente o setor metalmecânico, além de movimentar os mercados de sucata, apoio marítimo, equipamentos submarinos, entre outros.
De 2008 até 2024, o Bandes liberou mais de R$ 53 milhões na cadeia produtiva. Do total, R$ 20 milhões para exploração e produção, R$ 32,7 milhões para a cadeia fornecedora, R$ 426 mil para abastecimento; e R$ 95,5 mil, petroquímicos.
Entre os destaques de 2023, Saintive citou a liberação de R$ 72 milhões do Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para projetos de tecnologia e inovação em micro e pequenas empresas, US$ 50 milhões em captação com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) para o Programa BNDES Infra Sustentável, R$ 46 milhões para Liquiport, mais de R$ 100 milhões para novos investimentos do Fundesul Presidente Kennedy, com destaque para projetos de usinas solares.
Saiba mais
Atividade tem 565 empresas no Estado
- Situação atual
O setor de Petróleo e Gás no Estado é composto 565 empresas e em torno de 11.285 funcionários formais.
Destas 565 empresas, 82,8% são parte da cadeia fornecedora; outros 8,8% são de abastecimento; 6,5% são Exploração e Produção (E&P); 1,1% é da petroquímica; e 0,7% é de derivados de petróleo.
Entre os funcionários, a maioria está na cadeia fornecedora (75,7%), seguida de E&P (15,3%), abastecimento (6,9%), Petroquímica (1,5%) e derivados de petróleo (0,6%).
- Cenários
A previsão é de que serão investidos, entre 2024 e 2028, cerca de R$ 6 bilhões na Bacia do Espírito Santo.
Esse investimento não deve ser 100% absorvido: há três diferentes cenários de impacto econômico previstos pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
No primeiro, 5% dos investimentos seriam internalizados. Nesta realidade, o PIB (Produto Interno Bruto) do Estado teria um acréscimo de R$ 130,08 milhões; na arrecadação de impostos, acréscimo de R$ 10,92 milhões; e no número de empregados, acréscimo de 1.596.
No segundo cenário, 15% dos investimentos seriam internalizados, fazendo com que o acréscimo ao PIB capixaba seria de R$ 390,25 milhões; o acrescimento da arrecadação de impostos seria de R$ 32,76 milhões; e o acréscimo de empregos seria de 4.788.
Já no cenário mais otimista, a internalização dos investimentos seria de 30%, o que resultaria em um acrescimento de R$ 780,50 milhões ao PIB; de R$ 65,52 milhões à arrecadação de impostos; e de 9.576 ao número de empregos no setor.
Fontes: Findes, ANP e Bandes.
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