INSS é acusado de terrorismo financeiro contra aposentados
Instituto se queixa da postura da Previdência em relação à revisão da vida toda, e foi ao STF. Há ainda golpe com carta sobre recálculo
Escute essa reportagem
O Instituto de Estudos Previdenciários (IEPREV) acusa o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de terrorismo financeiro e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeite modulação da revisão da vida toda.
Em meio a isso, o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) alerta que aposentados podem ser vítimas do golpe da revisão da vida toda.
Leia mais notícias de Economia
Isso porque estão recebendo cartas de escritórios, associações e empresas de cálculo sobre a correção, aprovada em dezembro pelo STF, mas que está parada na Justiça aguardando novo julgamento.
Inclusive, segundo o presidente do Sindicato dos Aposentados e Pensionistas no Espírito Santo (Sindnapi-ES), Jânio Araújo, no Estado há diversos casos de beneficiários que receberam cartas de associações.
“Hoje (ontem) mesmo uma senhora procurou o sindicato depois de ter recebido uma dessas cartas. E são muitos casos que têm chegado para nós”, alertou.
Para a advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP, essas correspondências são “um absurdo”. Ela disse para o cidadão não procurar nenhuma dessas empresas. “O ideal é não procurar a empresa que mandou a carta e sim um advogado de confiança, que seja especialista em Direito Previdenciário”.
Uma das cartas enviadas a uma aposentada diz que quem se aposentou entre 2013 e 2023 tem direito à revisão da vida toda, mas omite o fato de que a reforma da Previdência de 2019 mudou as regras de cálculo do benefício e, se a renda previdenciária foi liberada depois, com as novas normas, não cabe a revisão.
Sobre a primeira situação, o IEPREV contesta os recursos da Previdência para negar o reajuste nos benefícios. A manifestação do Instituto é subscrita pelo advogado João Badari, que atua como amicus curiae (amigo da corte, em tradução livre) no processo.
MATÉRIAS RELACIONADAS:
MATÉRIAS RELACIONADAS:
Badari destacou que o principal objetivo é demonstrar aos ministros do Supremo “a discrepância entre os números demonstrados pelo INSS para requisitar a modulação dos efeitos e atrasar o pagamento da revisão”.
“Demonstra de forma cristalina que o terrorismo estrutural e financeiro trazido pelo INSS para a mídia e o poder judiciário não se sustenta”, afirmou Badari.
Saiba mais
Modulação
- O Instituto de Estudos Previdenciários (IEPREV) protocolou no STF documento em que aponta “impossibilidade” da modulação dos efeitos da decisão da Corte na revisão da vida toda dos aposentados e pensionistas do INSS. O advogado João Badari chamou a situação de terrorismo estrutural e financeiro.
- O Instituto contesta os recursos da Previdência para negar o reajuste nos benefícios.
- O advogado destacou que o principal objetivo é demonstrar aos ministros do Supremo “a discrepância entre os números demonstrados pelo INSS para requisitar a modulação dos efeitos e atrasar o pagamento da revisão”. A revisão já foi garantida por maioria do Plenário do STF em dezembro do ano passado.
- O julgamento da modulação travou na semana passada por pedido de vista do ministro Cristiano Zanin. Ele tem até 90 dias para devolver os autos ao Plenário. O advogado esclareceu que a petição ao STF é uma manifestação “pelo não acolhimento dos embargos do INSS e sua modulação de efeitos”.
Golpes com carta
- Aposentados estão recebendo carta oferecendo revisão da vida toda, que está parada na Justiça. Há casos inclusive no Estado.
- Segurados não devem comparecer a nenhum local nem fornecer dados pessoais e número de documentos, orientam os especialistas.
Fonte: Pesquisa a Tribuna.
Comentários