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Economia

“Híbrido será 'made in Sooretama'”, diz Flávio Assis, o 'Elon Musk Brasileiro'

Proclamado por sua equipe como o “Elon Musk Brasileiro”, Flávio Assis deu detalhes da montadora de veículos planejada para o Estado


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Imagem ilustrativa da imagem “Híbrido será 'made in Sooretama'”, diz Flávio Assis, o 'Elon Musk Brasileiro'
|  Foto: Divulgação

Ele é chamado de “Elon Musk brasileiro”. Autocelebração? É com aparente sinceridade que o empresário Flávio Figueiredo Assis, fundador da Lecar, explica: o motivo que levou sua assessoria a apostar na alcunha foi o fato de o famoso bilionário, assim como ele, ter saído do mercado financeiro para investir em veículos.

E pegou o apelido, tão ambicioso quanto os planos de Flávio de iniciar nos primeiros meses de 2025 a instalação da montadora de veículos da Lecar em Sooretama, no Norte do Estado, um investimento de R$ 875 milhões. A marca promete rotular o primeiro carro híbrido brasileiro, o Lecar 459.

Falando de sua base da Lecar em Alphaville, Barueri (SP), Flávio deu entrevista com, no cenário ao fundo, vários protótipos e equipes reunidas em mesas parecendo estar em reuniões de trabalho. Apesar das atividades em São Paulo, ele é natural de Guaçuí, no Sul capixaba, e detalhou seus planos.

A Tribuna - Nossa entrevista é virtual, por vídeo, e vejo que você está próximo do protótipo de um veículo... Qual é esse?

Estou em Alphaville (SP), em um showroom. O protótipo que você está vendo é o 459 híbrido, que vai ser montado em Sooretama. Ele tem uma tecnologia que dispensa uso de carregamento via tomada, permitindo autonomia de mil km com 30 litros de etanol.

Mas por que Sooretama?

Imagem ilustrativa da imagem “Híbrido será 'made in Sooretama'”, diz Flávio Assis, o 'Elon Musk Brasileiro'
Projeção da fábrica no Estado |  Foto: - Divulgação

O terreno escolhido atende nossas necessidades, já que precisávamos de 450 mil metros quadrados.Ele fica às margens da BR-101, a 20 minutos do aeroporto de Linhares e dentro da cidade de Sooretama. A fábrica fica basicamente em frente à cidade. Então os trabalhadores atravessam a rua e já estão na fábrica. Isso é muito prático, evita deslocamentos longos.

A gente viu várias áreas, em Linhares, em São Mateus, mas Sooretama foi muito especial. Quando fundei a LeCard, fui aos Estados Unidos e visitei várias cidades que cresceram e se transformaram com a chegada da Apple, do Google. Vamos fazer igual com Sooretama.

A previsão é de que as obras comecem em 2025, correto?

Sim. A gente espera finalizar a questão da documentação, do licenciamento ambiental, e começar em torno do dia 30 de março. A gente já fez todos os projetos preliminares de engenharia, e a gente está recebendo apoio muito grande, transferência de tecnologia e acesso a muitas inovações com empresas montadoras chinesas, que em parte vão ser fornecedores dos equipamentos da fábrica.

Essas empresas chinesas vão investir aqui também?

Temos várias propostas de investidores, a maioria chineses. Estamos selecionando quem se adequa melhor à nossa cultura.

Estamos num momento de transformação do mercado, com uma janela de oportunidade, ao mesmo tempo que há uma janela de incentivos do governo federal, por meio do (plano) Nova Indústria Brasil (criado para financiar e impulsionar a indústria brasileira). Será um novo jeito de produzir carro.

E qual o investimento total?

A gente vai gastar com a fábrica em torno de R$ 870 milhões. Pretendemos escalar a produção para produzir 10 mil carros por mês, que será a capacidade da fábrica. Isso representa mais ou menos 3,5% da demanda do mercado brasileiro. Mas no início a produção será de mil por mês. Devemos inaugurar em agosto de 2026.

Há intenção de exportar para o mercado internacional?

Nossa estratégia, no momento, é de vendas antecipadas. A gente já abriu a lista de espera, que tem 2.427 pessoas. Elas pagaram R$ 1.470, que é 1% do valor total do carro (preço será de R$ 147 mil).

Com o protótipo que fica pronto em abril de 2025, já teremos carro na rua nesse período. Quanto mais entregas, mais gente na lista de espera vai aparecer. Pretendemos, então, chegar até o fim de 2025 com pelo menos um ano de produção garantido na linha de espera.

Mas exportação é algo prematuro ainda, porque queremos atender o mercado interno primeiro. É um carro projetado para as estradas brasileiras, em primeiro lugar.

Quais serão os modelos?

A gente tem o modelo padrão, que já está no nosso site. Também teremos a picape Campo, que é 30% mais forte que uma da sua categoria e 50% mais eficiente em economia de combustível.

Considerando que tratam-se de veículos pensados para a realidade das estradas brasileiras, há um cuidado especial para lidar com os buracos?

Os buracos são desafiadores (risos). Posso garantir que os veículos terão comportamento melhor do que os feitos em outros países e trazidos para cá. A Campo, por exemplo, será preparada para aguentar 600 kg e qualquer tipo de terreno.

O carro a combustão vai cair em desuso? Híbrido é o futuro?

A lei de emissões, de 1993, prevê que isso comece a ocorrer a partir de 2025. É um tratado da ONU, voltado para controlar as emissões de CO2. O prazo para adaptação está chegando ao fim e as montadoras tradicionais cruzaram os braços, não se adequaram. Eu entrei nesse mercado justamente vendo essa oportunidade.

O carro elétrico também é uma tendência para o futuro?

Indiscutivelmente. A gente começa com o híbrido, mas teremos 100% elétrico no futuro. Não creio que teremos uma tecnologia dominante como foi a combustão nos últimos 100 anos nesse segmento. Teremos híbridos de vários tipos.

Quantas pessoas serão necessárias para atuar na fábrica em Sooretama?

Na obra e montagem da fábrica serão cerca de 300 trabalhadores. Na operação, a primeira fase será com 300. A segunda com 600, e a terceira com 900. Mas cada emprego da montadora representa a criação de 3 a 5 empregos indiretos, em fornecedores.

Há intenção de que a fábrica seja compartilhada com outras montadoras. Como será?

A gente foi procurado por montadoras chinesas que estão querendo produzir com a gente. Achei estranho no início, mas vi a possibilidade de termos um modelo de negócio. Quatro empresas conversaram conosco. Essa aproximação com a China é importante como aprendizado também. Eles dominam a indústria automotiva hoje, e teremos grande sinergia aprendendo com eles, no mesmo ambiente.

Quem é Flávio Figueiredo Assis?

Nascido em Guaçuí, no Sul do Espírito Santo.

Estudou em escola pública e é formado em Direito e Contabilidade.

Iniciou a carreira como bancário antes de partir para o empreendedorismo, com a criação da Financial Contabilidade, empresa do ramo de benefícios fiscais.

Depois, fundou a LeCard, administradora de cartões PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), e agora fundou a Lecar, 1ª montadora de carros elétricos do Brasil.

Foi apelidado de “Elon Musk Brasileiro” por sua assessoria. A alcunha acabou se firmando.

Os modelos da Lecar

459 Híbrido

Segundo a Lecar, o 459 será formado por um motor 1.0 turbo flex de 122 cv desenvolvido em conjunto pela Renault e Geely somado a um motor elétrico da Weg de 163 cv montado no eixo traseiro.

A proposta é que o motor a combustão funcione apenas como um gerador para recarregar a bateria de 18 kW. O motor elétrico será o responsável pela propulsão. Segundo a empresa, o carro será capaz de acelerar de 0 a 100 em 10,1 segundos e terá autonomia em torno de 1.000 km.

Picape Campo

As características da Cyber Campo devem ser semelhantes às do Lecar 459, primeiro veículo híbrido nacional.

O motor é 1.0 turbo, com potência combinada de 163 cv e torque combinado de 26 kgfm. A picape terá dimensões compactas, algo entre a Fiat Strada e a Toro.

A Cyber Campo não vai concorrer com a Ford Maverick, primeira picape híbrida à venda no País, ou com a BYD Shark, a primeira híbrida plug-in.

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