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Economia

Estudantes na disputa do “Brasileirão dos negócios”

Copa Colegial vai dar aos alunos vencedores bolsas de estudos e visita aos EUA, além de prêmios de até R$ 30 mil aos educadores


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Imagem ilustrativa da imagem Estudantes na disputa do 
“Brasileirão dos negócios”
As estudantes Tainá França, 17, e Júlia Dantas, 18, desenvolveram aplicativo para pets. |  Foto: Douglas Schneider/AT

Não é futebol, mas é uma espécie de “Brasileirão dos Negócios”. Alunos e educadores que se destacam com projetos de empreendedorismo vão poder participar de uma disputa nacional em que os vencedores vão ganhar diversos prêmios. 

Entre eles, o reconhecimento em dinheiro no valor de até R$ 30 mil para educadores, bolsa de estudos para estudante que custaria em torno de R$ 300 mil e uma visita ao  Vale do Silício, nos Estados Unidos.

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A competição se chama, oficialmente, Copa Colegial de Empreendedorismo e foi criada por uma faculdade de São Paulo. Mas alunos do país todo, de escolas públicas e privadas, podem  participar.  

“Vimos na Copa Colegial uma oportunidade de fazer com que os jovens se interessassem por empreender, antes de chegar à faculdade”, destacou Roberto Miranda, reitor da faculdade.  

O propósito da instituição é formar empresários.  "Existe uma diferença do empreendedor de subsistência para o de alto impacto. O de alto impacto beneficia a si e a sua família e  mais centenas de famílias, gerando empregos", diferenciou.

O diretor do colégio Contec, que trabalha com turmas do infantil ao médio e pré-ifes, Fernando Cobe, explicou que  alunos da instituição vão participar da competição.  

Na escola há aulas de empreendedorismo desde o terceiro ano do ensino fundamental até o segundo ano do ensino médio.  

"O despertar do empreendedorismo é realmente mobilizar o aluno para que ele entenda a necessidade de se desafiar, de querer fazer. O empreendedor corre risco. Tem que ver no fracasso a oportunidade de se superar todos os dias".

O CEO da Escola Americana de Vitória, Cristiano Carvalho, contou que a equipe pedagógica da instituição gostou muito do projeto. “Vamos nos reunir para viabilizarmos a inscrição”,  explicou.   

Na escola, tem educação infantil, ensino fundamental e médio. A instituição trabalha com desenvolvimento de projetos, que contribui para o desenvolvimento de uma série de habilidades empreendedoras. Já a partir do nono ano, há uma disciplina de inovação, que soma itinerário do empreendedorismo e finanças.

“Empreendedorismo é muito mais do que criar uma empresa. Significa mobilizar pessoas, arriscar, criar novas soluções. Existem diferentes formas de empreender”, enfatizou.  

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“Brasileirão dos negócios”
Anna Paula, Brunela, Sophia, Victor, Ana Beatriz, Sandorval, Gabriela e Júlia. |  Foto: Divulgação

Aplicativo com serviços para pets

As estudantes Tainá França, 17, e Júlia Dantas, 18, desenvolveram, ao longo do ensino médio, um aplicativo para facilitar a vida dos tutores de animais, oferecendo diversos serviços exclusivos para pets.

Entre eles estão alimentos, acessórios, artigos, banho, tosa e perfumaria. O projeto foi feito quando elas estudavam no Contec, em Vila Velha. 

Entusiasmadas com a ideia, elas agora pensam em tirar a invenção do papel e buscam investidores. “No começo, não tínhamos muitas pretensões, mas o apoio da escola e dos professores tem sido muito importante para seguirmos em frente e colocá-lo em prática”, afirmou Tainá. 

O diretor do colégio Contec, Fernando Cobe, elogiou: “O aplicativo é uma boa ideia”.    

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Empreendedorismo na área social

No fim do ano passado, alunos da Escola Americana de Vitória  Visitaram o Hospital Santa Rita. Muito além de conhecer o hospital, os alunos utilizaram o momento para identificar qual problema precisava ser resolvido no local.  

“O objetivo era usar o que eles estão aplicando em inovação e empreendedorismo para propor uma solução”, contou o CEO, Cristiano Carvalho.  

O estudantes constataram a necessidade de verba para realização de exames de mamografia. A partir daí, realizaram dois campeonatos esportivos e conseguiram alcaçar em torno de R$ 30.000, por meio de patrocínio e taxa de participação. 

“No fim do ano, fomos até a Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc) entregar esse recurso. Uma entrega concreta de um empreendedorismo social”.

O estudante Guilherme Reali, 15 anos, contou que  aprendeu muito com o projeto. “Você está meio que em uma empresa. O maior desafio é estar todo dia com a galera, tentando resolver os problemas. Tem que saber lidar com cada um, ter essa sensibilidade na comunicação”.

Na visão dele, o trabalho voluntário, voltado para o terceiro setor, na verdade, é um trabalho “egoísta”. “Aprendemos várias habilidades, como liderança, comunicação. Ganhamos mais do que ajudamos”.

Além dele, fazem parte da equipe: Anna Paula (líder de inovação e responsável pelo projeto), Brunela Oliveira, Sophia Cavedo, Victor Mattos, Ana Beatriz Isabela, Sandorval  Marianelli, Gabriela Oliveira e Júlia Colodetti.

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Inscrições até 10 de novembro

Copa Colegial de Empreendedorismo

A iniciativa tem por objetivo despertar o talento do empreendedorismo em estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas.

Os estudantes vão poder formar equipes de até 5 membros e apresentar suas ideias de negócios para um júri formado por empresários.

O cadastro pode ser feito pelo site: copacolegial.com.br. As escolas também podem se inscrever para receber materiais educativos para auxiliar professores a orientar as equipes.

Prazos

Inscrição dos times: até 30 de maio. Inscrição dos projetos: até 30 de setembro. 

Anúncio dos 10 finalistas: 30 de outubro. 

Final: 10 de novembro.

Premiação 

Os membros dos três times vencedores receberão bolsas de estudos integrais de Bacharelado em Administração de Empresas e Empreendedorismo da  Faculdade Roberto Miranda (URM).

O time vencedor vai poder participar do Silicon Valley BootCamp® no Vale do Silício. Os alunos farão uma visita à sede da Nasa e poderão acessar diversas tecnologias.

O diretor da escola vencedora receberá: R$ 25.000. 

O coordenador: R$ 15.000.

O professor: R$ 10.000.

Eles vão acompanhar a equipe vencedora na viagem. O prêmio é uma forma de valorizar os educadores. 

Fonte: URM


Incentivo ao “olhar do dono” nos filhos

Estimular o empreendedorismo e  o “olhar de dono” no desenvolvimento infantil pode trazer uma série de benefícios às crianças. Na prática, significa alentar o desenvolvimento de habilidades úteis para o futuro profissional e pessoal deles. Mas como fazer isso?

 O diretor do colégio Contec, Fernando Cobe, revelou que “a primeira pergunta que ele faz para os pais é: que filho você quer formar? Eu quero um filho empreendedor, ético, saudável. Quando  identifico isso, vou identificar que caminhos tenho que percorrer para alcançar o objetivo”.

 A consultora empresarial do Inspire Instituto Lorena Milaneze explicou que empreender é dominar habilidades diferentes e juntar isso em uma ideia de negócio que dá lucro no final. 

Muitos  empreendedores, segundo ela, têm um talento enorme e estão com tudo travado, por problema emocional e falta de autoconfiança, devido a traumas de infância que repercutem até hoje. 

“É interessante a gente envolver as crianças em projetos. Ver o que elas gostam de fazer. Vejo muitas meninas que gostam de fazer pulseiras de miçangas para vender, por exemplo”.

Ela explicou que a criança precisa ser direcionada, levada a pensar e a agir. Mas que os pequenos costumam ter mais noção e maturidade sobre o tema a partir dos sete anos. 

“Há material para crianças a partir de dois anos. Mas o que percebo, na prática, é que o entendimento de como o mundo funciona fica mais palpável para criança com cinco, seis anos”. 

Para o diretor da Faculdade UCL, Paulo Vitor Bruno Onezorge, o empreendedorismo no contexto familiar está relacionado à direção que os pais sinalizam aos filhos. 

“A meu ver, o sentido correto da expressão empreendedorismo no contexto familiar deve estar relacionado à direção que os pais sinalizam os filhos, no que diz respeito à construção de valores pessoais acerca da criatividade, iniciativa, autogerenciamento, dedicação, meritocracia e outros, com o intuito de alcançar um fim, e neste caso, sempre de interesse da criança”.

O diretor afirma que, na infância, a criança é estimulada a desenvolver os valores que serão a base para vários outros momentos da vida. Segundo ele, quando a criança é levada a trabalhar a  criatividade, ela pode aplicá-la em diversas áreas.

Projeto pela transformação juvenil

Além das iniciativas escolares já citadas, existem também projetos voltados para o empreendedorismo de quem acredita no potencial transformador dos jovens.  

Carlos Alberto de Oliveira é fundador do Polo Zaia e idealizador do Projeto Vida, ferramenta de preparação para o estudante que deseja construir um futuro próspero.

Carlos recebeu da sociedade uma oportunidade de crescer e hoje trabalha para retribuir essa chance para novos talentos, de forma voluntária. 

Através do projeto, investe no sonho de empreendedores e disponibiliza recursos e conhecimento para transformar ideias inovadoras em negócios rentáveis, sustentáveis e escaláveis.

“Nossa missão é contribuir para a realização dos sonhos dos jovens e das famílias, e que consigam construir o seu próprio sonho. Preparar as pessoas para que aproveitem as oportunidades de trabalho existentes ou gerem as suas próprias oportunidades”, afirmou. 

Segundo ele, a iniciativa já existe há mais de oito anos e já atendeu mais de 100 jovens entre 14 e 30 anos. 

Com o auxílio de novas parcerias, Carlos Alberto deseja alcançar mais jovens atuando como parceiros na realização dos seus projetos de vida.

Ele destaca como são perceptíveis as mudanças no processo de desenvolvimento dos jovens que passam pelo projeto, a partir da aplicação de conceitos que parecem simples.

Iniciativas nas escolas públicas

Por meio das aulas que envolvem o empreendedorismo, os alunos vão encontrando formas de desenvolver novas habilidades e se destacar diante de um mercado consumidor. 

O professor da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Christiano Dias Lopes Fernando da Cruz Gonçalves contou que a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) tem um projeto de disciplinas eletivas. 

“Trabalhamos naquilo que o aluno deseja empreender. No ano passado levei na escola um colega meu que ganhava dinheiro por meio da internet. Alguns alunos se interessaram. Este ano nós elaboramos um projeto. Numa sala com quase 25 alunos, montamos grupos de cinco. Nesses cinco, cada um vai montar uma empresa. Eles vão ser protagonista. Vão se tornar empreendedores”.

Ele contou que três grupos já definiram seu nicho de atuação. “Empresários vão vender a loja deles para comerciantes da localidade”, detalhou. 

O aluno do terceiro ano Abiank Brayllon, 17,  por exemplo, está criando a  própria loja virtual, que funciona 24h por dia. “Somos um grupo de jovens que estão redescobrindo a internet e estamos batalhando para conquistar um espaço comercial nesse mundo tecnológico”.

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Inteligência emocional e visão

Empreendedorismo

Ser empreendedor é ser alguém que consegue ver uma dor e que consegue criar uma solução para o problema, saindo da teoria e indo para a prática. Envolve necessidade de superação, de enxergar além, de realizar.

Entre os motivos que levam  profissionais para o empreendedorismo, está a falta de autonomia  dentro do mercado formal de trabalho. A questão de poder fazer o próprio horário e de não ter um chefe imediato. 

Habilidades

Entre as habilidades que envolvem estão: inteligência emocional, comunicação, visão do todo, capacidade de negociação.

Como despertar

Dar clareza para as crianças de quais  são as formas de se estar empreendedor. É preciso que os pequenos tenham noção, alguma forma, da responsabilidade que isso acarreta.

É importante que esse despertar para o empreendedorismo seja através de atividades lúdicas que deem para essa criança a noção dessa autonomia, dos direitos e deveres, do processo desse gostar do que está fazendo diariamente.

Buscar ajuda

A presença dos pais é muito importante no desenvolvimento de algumas habilidades emocionais das crianças. Além disso, é preciso observar quando há necessidade de apoio de um psicólogo para auxiliar no processo.

Fonte: Sandra Mara Selleste, consultora de empreendedores e pesquisa AT.


análise

“Uma criança que tem autoestima será um adulto mais feliz”

“Pais que investem no desenvolvimento do autoconhecimento de seus filhos desde crianças terão como retorno pessoas com autonomia, autoestima e seguras.

Para desenvolver o autoconhecimento de uma criança é preciso tempo de qualidade, sensibilidade e disponibilidade emocional para acolher.

Autoconhecimento te leva a obter mais inteligência emocional, saber identificar seus limites, sentimentos, permitindo expressar suas emoções de forma assertiva, ter autonomia, otimismo, capacidade analítica ampliada frente a demanda, perceber seus limites e se respeitar.

Uma criança que tem sua autoestima desenvolvida será certamente um adulto mais feliz que terá relacionamentos mais saudáveis. 

Investir no autoconhecimento do seu filho te leva também a entender e se autoconhecer enquanto pais. Investir no desenvolvimento do autoconhecimento é um dos melhores investimentos que você pode fazer em sua vida" - Monique Nogueira, psicóloga.

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