Estaleiro em Aracruz pode ajudar a construir navio da Petrobras
Navio tem potencial para fabricar módulos do novo FPSO que a Petrobras colocará na Bacia de Santos

O novo navio-plataforma que será encomendado pela Petrobras para operar no campo de Búzios, na Bacia de Santos, pode ter parte de sua construção realizada no Estaleiro Seatrium Aracruz, no Norte do Estado.
Um dos maiores do Brasil, ele tem potencial de ser um dos principais na disputa pela construção de módulos da embarcação. Esses módulos são partes da plataforma para operações específicas, como processamento de gás, de água ou geração de energia, por exemplo.
Esse tipo de construção, embora não seja a parte mais robusta, é capaz de criar empregos e movimentação econômica, diz o consultor empresarial Durval Vieira de Freitas. “Cada módulo construído é um trabalho de dois a três anos. Caso um estaleiro grande vença a disputa e contrate a Seatrium, teremos bastante trabalho”, afirma. Ele diz que cerca de mil empregos diretos e de 2 a 5 mil indiretos podem ser gerados pela construção do navio.
O modelo de contratação que será realizado pela Petrobras é o mesmo utilizado para a plataforma Maria Quitéria, em operação pela Yinson em águas capixabas, com 25% de conteúdo local de exigência, explica o presidente da RedePetro ES, Rafaele Cé.
Ele diz que o projeto envolve desafios de viabilidade econômica e um percentual relativamente baixo de conteúdo local, que implicará, provavelmente, na construção desse ativo em águas internacionais.
No entanto, além da possibilidade de construção de alguns módulos, há a chance de realização do comissionamento no Brasil, com potencial para a Seatrium. “O estaleiro pode vir a ser protagonista nesse projeto. O desafio foi lançado ao mercado. Agora é torcer para que nosso estaleiro capixaba faça parte do projeto vencedor”, diz Cé.
Para o conselheiro do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (CDMec), Fausto Frizzera, várias empresas do setor da metalurgia no Espírito Santo estão preparadas para fornecer serviços, como o de caldeiraria.
Já o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas do Estado (Sindifer), Luiz Alberto Carvalho, destaca que a retomada dos grandes projetos navais, como o FPSO Búzios 12, representa uma oportunidade concreta de ampliar a participação da indústria brasileira no fornecimento de bens e serviços de alto valor agregado.
Saiba Mais
Novo navio-plataforma
A Petrobras deu início, na última semana, dia 3, à contratação da construção do FPSO Búzios 12, que será instalado na Bacia de Santos, no Rio de Janeiro.
A nova unidade, a P-91, será a 12ª plataforma destinada ao campo de Búzios, consolidando-o como o maior campo produtor da companhia e ampliando sua relevância para o suprimento de gás natural no País.
Búzios 12 funcionará como um hub para exportação do gás produzido em Búzios. Isso porque, além de contar com sistemas para processar e separar a produção própria, a unidade também será capaz de exportar o gás produzido em outras plataformas do campo que não foram originalmente desenhadas para exportação de gás.
Com essa solução, a Petrobras garante o aproveitamento do gás de Buzios e a expansão da oferta de gás natural ao mercado brasileiro. O gás escoado será direcionado ao Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ), por meio do gasoduto Rota 3 até a chegada à costa.
Estrutura
A P-91 será interligada a 16 poços, sendo oito produtores e oito injetores alternados de água e gás, com capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo por dia e 12 milhões de m /dia de gás natural.
O desenvolvimento de Búzios 12 tem como objetivo ampliar a produção da jazida, agregando valor econômico ao campo, em parceria com as empresas China National Petroleum Corporation (CNPC), com 3,67%; e China National Offshore Oil Corp (CNOOC), com 7,34%, tendo a Petrobras como operadora (88,99%).
Segundo a petrolífera, Búzios já caminha para superar Tupi como o maior campo produtor da companhia, e a nova unidade reforça essa trajetória de crescimento.

Contratação
Estaleiros internacionais, como os da China ou da Coreia do Sul, são os que possuem maior competitividade para vencer a contratação direta pela Petrobras, afirmam especialistas do mercado de petróleo e gás.
No entanto, outros estaleiros pelo mundo, incluindo os brasileiros, devem ser contratados pela vencedora para realizar a construção de partes do navio, em uma espécie de “terceirização” do processo.
Para a contratação direta pela Petrobras, será adotado o modelo Build-Operate-Transfer (BOT), no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um período inicial definido em contrato. Posteriormente, a operação será transferida para a Petrobras.
As empresas interessadas em participar do processo de contratação de Búzios 12 têm o prazo de 180 dias, a partir da publicação da Solicitação de Envio de Propostas (SEP), para submeterem suas propostas.
A SEP estabelece um percentual mínimo de 25% de conteúdo local, ou seja, esse percentual deverá ser respeitado para as aquisições de materiais produzidos no Brasil.
Fonte: Petrobras e Agência Brasil.
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