Vale testa troca do diesel por etanol em locomotivas
Os testes atuais indicam que é possível substituir até 50% do diesel por etanol, mantendo desempenho e potência

A Vale e a Wabtec Corporation, fabricante de locomotivas, iniciaram uma parceria inédita para desenvolver o uso de etanol como combustível ferroviário.
A iniciativa começa com estudos em laboratório e tem como meta criar um motor flex (dualfuel) capaz de operar tanto com diesel quanto com etanol, derivado da cana-de-açúcar e do milho.
A Estrada de Ferro Vitória a Minas, que liga Belo Horizonte a Cariacica, foi escolhida para receber os primeiros testes, previstos para 2028, por causa da boa distribuição do etanol na região Sudeste.
Segundo o vice-presidente de operações da Vale, Carlos Medeiros, o projeto avança em duas frentes: o uso do etanol e do biodiesel nas locomotivas.
Os testes atuais indicam que é possível substituir até 50% do diesel por etanol, mantendo desempenho e potência. A locomotiva terá dois tanques – um para cada combustível – e a mistura ocorrerá dentro da câmara de combustão, por meio de sistemas de injeção distintos.
O presidente regional da Wabtec para a América Latina, Danilo Miyasato, afirmou que o uso de etanol em locomotivas representa um marco histórico mundial, e destacou que o motor utilizado, da linha Evolutions, foi projetado para operar com combustíveis alternativos sem comprometer eficiência, confiabilidade ou potência.
A Wabtec, sediada em Pittsburgh (EUA), é uma das maiores fornecedoras globais de equipamentos e soluções digitais para ferrovias, além de atuar nos setores de mineração, marítimo e industrial.
A parceria entre as duas empresas não é nova: desde 1985, elas desenvolvem projetos conjuntos. Em janeiro, firmaram um acordo para a compra de 50 locomotivas com motores que operam com até 25% de biodiesel misturado ao diesel — 36 unidades destinadas à Vitória a Minas e 14 à Estrada de Ferro Carajás.
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