ES tem a maior processadora de atum da América Latina
Atum do Brasil exporta cerca de 350 toneladas do peixe por mês
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Em Itapemirim, a Atum do Brasil desponta como a maior beneficiadora de atum na América Latina, exportando cerca de 350 toneladas do peixe por mês.
Não bastasse, o município do Sul do Espírito Santo tem o segundo maior terminal pesqueiro de atum do País, ficando atrás apenas de Natal, capital do Rio Grande do Norte.
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca de Itapemirim, a cidade possui cerca de 11 mil pessoas que vivem exclusivamente da pesca e, pelo menos, 410 grandes embarcações navegam a costa oceânica brasileira.
Em Itapemirim, são das águas do mar aberto que 3.800 pescadores tiram o sustento.
“A pesca é totalmente relevante para o município, é cultural a pesca aqui. Hoje 11 mil pessoas se beneficiam da pesca indiretamente, sendo que mais de 3.500 pessoas se beneficiam diretamente. É um incentivo e muitos benefícios ao PIB do município”, afirmou o assessor de Pesca da prefeitura, Matheus de Moraes Alves.
Sediada em Itaoca, a Atum do Brasil faz o beneficiamento do atum e abastece além do mercado capixaba, estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, além de exportar outros pescados para China e Estados Unidos.
Presidente da Associação de Pescadores do município, Ulysses Viera Raposo afirma que a pesca do atum é a principal do distrito e há pescadores que vão até para outros continentes ensinar a técnica.
“A gente tem o atum como sendo uma das pescas principais, senão a principal do nosso distrito e temos pescadores nossos indo para a África ensinar como se pesca o atum aqui”.
Mas engana-se que a atividade é fácil: para conseguir o sustento com o peixe, é preciso passar longas temporadas longe da família. A ausência pode chegar a três meses, como é o caso do pescador Josué Roberto Lima Pereira.
“Vamos ficar três meses fora e a família fica com saudade da gente, a gente fica com saudade deles também, mas a gente tem que lutar, tem que guerrear”, afirma.
Enquanto uns se lançam ao mar, outros retornam para o conforto da terra, como o pescador Fernando Oliveira, que passou 24 dias em águas internacionais. “Cada ida é uma história que a gente tem para escrever”.
Cultura sustentável em Linhares
O que diferencia a produção de tilápia no Espírito Santo são as práticas sustentáveis, que minimizam o impacto no meio ambiente, promovem o bem-estar animal e oferecem à comunidade a proteção econômica a longo prazo, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura.
Vagner Fiorot Fereguetti é produtor de tilápia há 20 anos em Linhares. Segundo ele, na propriedade, tecnologia e sustentabilidade caminham juntas.
Ele comentou que conta com um sistema de produção monitorado por um software que controla todos os processos, incluindo todo o consumo de ração usada no cultivo do peixe, assim como o controle de qualidade da água.
“Hoje temos um entreposto de abate com inspeção SIM/SUSAF (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte), e a tilápia não é a única, mas é a principal fonte de renda de nossas famílias. Estamos sempre buscando conscientizar o consumidor em buscar um produto de qualidade, sustentável e de máxima segurança alimentar. É um orgulho ser reconhecido por ter um dos melhores filés de tilápia do Espírito Santo.”
Ainda segundo o produtor, toda a cadeia de produção desde o início com alevinos até o abate e venda o trabalho é realizado pela família e alguns colaboradores, gerando emprego e renda para aproximadamente 20 pessoas envolvidas no processo. Ele disse que a gestão da qualidade da água, a alimentação e o controle de doenças são aspectos essenciais do cultivo em tanques.
Filés de pescado por impressão 3D
Por meio de impressoras 3D, pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) desenvolveram estruturas análogas a filés de peixe, utilizando ingredientes vegetais. Os protótipos fabricados digitalmente estão disponíveis para empresas do ramo que se interessem em levar o novo produto ao mercado.
Eles foram desenvolvidos no Laboratório de Nanobiotecnologia (LNANO), no âmbito do projeto 3DPulSeaFood, cofinanciado pelo The Good Food Institute (GFI) e pela Embrapa. Os cientistas esperam, agora, uma parceria com a iniciativa privada, a fim de realizar as etapas finais do desenvolvimento que engloba análises sensoriais e testes de escala.
O pesquisador Luciano Paulino da Silva, líder do projeto, informa que a impressão 3D de alimentos é uma opção inovadora, pois há um limitado número de processos industriais de produção dos chamados plant-based, os alimentos à base de vegetais.
Os protótipos foram feitos à base de farinhas de soja, grão-de-bico e uma série de feijões fava, bem como outros ingredientes. Os produtos atendem, em especial, à dieta de veganas e vegetarianas, ou que apresentem restrições alimentares.
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