Enchentes fazem disparar automóveis em oferta em leilões
Alfândega de Vitória está preparando um novo leilão para o dia 28 deste mês
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Profissionais que atuam em oficinas e leiloeiros observam uma disparada de ofertas de carros que ficaram cobertos por água em enchentes sendo disponibilizados em leilões. As seguradoras indenizam os clientes e levam esses automóveis à venda para recuperar parte do prejuízo.
Com as enchentes no Estado, chegaram cerca de 200 carros que passaram por alagamentos, para serem leiloados pelo Leiloeiro Público Oficial e Rural Alexandre Buaiz Neto, conforme ele mesmo contou. Mas vale a pena comprar?
O presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Espírito Santo (Sindirepa), Diego Receputi, lembrou que, com as enchentes no Rio Grande do Sul, os carros que são segurados irão a leilão.
Para os consumidores, ele destacou que esse tipo de compra é uma caixinha de surpresas. “Pode ser algum problema simples ou muito complicado”. A maior dificuldade segundo ele, é ter de trocar o motor.
O engenheiro mecânico Leonardo Tannure Nemer explicou que tudo depende do uso que o carro terá, do valor para o arremate e dos recursos que serão necessários para recuperá-lo, se for a intenção.
É preciso considerar que entrou água em tudo e que será necessário demonstrar tudo para a limpeza e desinfecção. “Um carro em bom estado, normalmente não vai ter problema se abrir o motor e limpar”, explicou.
Para ele, vale a pena comprar dependendo do preço. "Eu compraria por até 20% do valor da tabela Fipe, do mesmo ano". Já em relação ao uso, lembrou de uma pousada em São Paulo que transformou carros em quartos e do ferro-velho que compra pelas peças.
Buaiz Neto explicou que os carros de apreensões, que vão a leilões judiciais, são oportunidades melhores. “É interessante comprar, já que vem em bom estado”, salientou o leiloeiro.
Leilão este mês
A Alfândega de Vitória está preparando um novo leilão para o dia 28 deste mês, voltado exclusivamente para empresas, com mercadorias diversas.
SAIBA MAIS
Carros
Carros segurados que molharam em enchentes acabam indo parar em leilões. As seguradoras indenizam os clientes e levam esses carros à venda para recuperar parte do valor do automóvel.
Mas vale a pena comprar? Segundo profissionais ouvidos pela reportagem, tudo depende do uso que será dado ao automóvel, do valor que será pago, por exemplo.
Uma das dicas é ir com o mecânico fazer a avaliação do imóvel antes da compra. As fontes consultadas pagariam no máximo 30% do valor do automóvel, nesses casos.
Especialistas destacam que automóveis que vão a leilões oficiais após apreensões são melhores oportunidades, já que costumam estar em melhor estado.
Benefícios
Uma compra feita por meio de leilão, quando tomados todos os cuidados necessários, costuma trazer um grande ganho financeiro ao arrematante, sendo considerado um investimento atrativo.
Cuidados gerais
Golpe
pegar o nome do leiloeiro e o número de registro dele e ir no site da junta comercial confirmar se ele existe e se está ativo no estado em que está provendo o leilão. Esse cuidado evita a cair em golpes de leilões falsos.
Ler o edital
Ler cuidadosamente o edital do leilão é apontado como um ponto extremamente importante.
É nele que estão previstas a regras, detalhando, por exemplo, quem paga as eventuais dívidas relacionadas ao bem.
É preciso fica atento a todos esses detalhes para não herdar dívidas que tornem o negócio um prejuízo.
Multa
O edital prevê multa e até mesmo processo criminal para quem arremata algum bem e não paga. O processo criminal depende do motivo que levou a frustração do leilão.
Origens
Carros que foram a leilão após seus donos deixaram de pagar o financiamento.
Veículos que foram roubados ou furtados e recuperados, mas colocados à venda porque a indenização já está paga.
Veículos judiciais apreendidos por causa de processos investigativos e criminais ou pendências na justiça.
Veículos que já sofreram sinistro, levados a leilão pelas seguradoras.
Cuidados
É preciso buscar o máximo de informações sobre o automóvel, para entender a real condição dele. É importante levar um mecânico para avaliar antes de comprar. E avaliar as opções de seguro para carros comprados dessa forma.
Alfândega
A Alfândega de Vitória realiza leilões de mercadorias apreendidas. O próximo está previsto para o dia 28 deste mês e será voltado para empresas. Ao todo serão 35 lotes com mercadorias diversas.
Entre elas: veículos, vestuário, fio diamantado para setor de rochas, componentes de iluminação LED, relógios, vinho, componentes de sistema antifurto para comércio, eletrônicos e bolsas.
A Alfândega fiscaliza a importação e exportação de produtos, para que sejam realizada de acordo com a lei. Está presente em portos e aeroportos, e tem jurisdição sobre todo o Estado.
Leilões
O chefe da Equipe de Mercadorias Apreendidas da Alfândega do Porto de Vitória, José Geraldo Bof, explicou que 40% da arrecadação com os leilões vai para a seguridade social. Já os outros 60% vão para um fundo especial de desenvolvimento e aperfeiçoamento das atividades de fiscalização da própria Receita.
Para participar dos leilões é preciso acessar o Sistema de Leilão Eletrônico, no Centro Virtual de Atendimento (e-CAC). Para acessá-lo, deve ser utilizada a conta gov.br com nível de confiabilidade Ouro ou Prata.
Fiscalização
Antes de uma mercadoria chegar ao Brasil, a Receita Federal já tem a informação de que ela está a caminho do porto. Ela passa por fiscalização de documentos e física.
Em caso de suspeita de irregularidade, há suspensão do despacho de importação para abertura de procedimento especial de fiscalização aduaneira.
Após o processo, a carga pode ser liberada ou ser feito um auto de infração, apreensão e expropriação da propriedade da carga (perdimento). Constatada a irregularidade, a carga vai a perdimento.
Crime aduaneiro
Trata-se da importação ou exportação de produtos em desacordo com a lei. Os principais:
Descaminho: quando não há o recolhimento (total ou parcial) dos tributos de uma mercadoria quando ela entra ou sai do País.
Contrabando: quando uma mercadoria proibida é importada ou exportada.
Contrafação: importação de produtos falsificados.
Fonte: Alfândega de Vitória, Diego Receputi, Alexandre Buaiz Neto.
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