Aline Stefanon: “Entrei como estagiária e me tornei presidente”
A arquiteta contou, em entrevista, como foi sua jornada até chegar ao topo da empresa
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Ela chegou à construtora para ocupar uma vaga de estágio, ainda quando terminava seu curso técnico de Segurança do Trabalho.
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E 25 anos depois, a arquiteta Aline Stefanon coleciona muitas histórias, cargos e amigos na Morar Construtora, empresa que abraçou como se fosse sua, aos 18 anos de idade, como conta nesta entrevista.
A Tribuna - Como começou sua carreira?
Aline Stefanon – Não época, eu fazia o curso técnico de segurança de trabalho na Escola Técnica, que é o Ifes atualmente. E eu precisava fazer estágio para concluir meu curso. Eu busquei as empresas e tinha vaga na Morar Construtora. Me candidatei, passei pelo processo seletivo e na época fui entrevistada pelos filhos do dono, que são atuais sócios da empresa. Passei a trabalhar no escritório e depois fui assumindo outros cargos. Dessa forma, entrei estagiária e me tornei presidente. Foram 25 anos de estrada.
Como recebeu a notícia?
Eu era vice-presidente e um dia recebi a notícia. E aí, falei: ‘Como assim, eu vou ser presidente?’ Foi uma surpresa grande (risos). E sempre foi assim, quando virei diretora técnica, vice-presidente, sempre foi assim com emoção.
Você sonhava com isso?
Nunca. Hoje as pessoas querem crescer de forma muito rápida e eu sempre respeitei o tempo da empresa, mas aproveitando as oportunidades que tinham, fazendo meu trabalho de forma perfeita, correta, aprendendo, tendo aquele tempo para me desenvolver.
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Eu me sentia como se fosse dona da empresa também. Na minha cabeça eu pensava: “não vou fazer nada que eu não faria para mim também”. Sempre pensava como poderia melhorar. Tudo o que eu tratava na empresa, era como se fosse algo pessoal. Isso foi fundamental nessa caminhada.
Não é porque a empresa é de outro que eu vou gastar mais, não vou ter cuidado, responsabilidade. Então o que eu fazia na minha vida pessoal, levava o profissional da mesma forma.
O que foi fundamental?
Acho que a forma de relacionamento, de se relacionar com quem está próximo de você, tentando extrair o máximo e desenvolvendo a pessoa, isso é fundamental para conseguir evoluir dentro da empresa. O meu trabalho só funciona se os outros fazem o trabalho muito bem também. É fundamental desenvolver as pessoas que estão com você também.
Você tem problemas por ser mulher na liderança?
E é o tipo de coisa que eu nunca senti. Sempre fiquei muito à vontade na empresa. Sempre fui muito respeitada pelos operários de obra, encarregados, fornecedores, todos. E tem muitas mulheres na empresa. Por mais que seja um ambiente masculino – a média nacional de mulheres em construtoras é de 11% – , na nossa empresa as mulheres somam 23%, é mais que o dobro da média nacional, já dá para entender.
Você acabou de assumir a presidência, quais são seus planos para o futuro?
Estou me dedicando à parte financeira da empresa. Estou fazendo uma imersão nessa área porque não tive contato com ela nesses 25 anos. Então estou me dedicando para entender bastante.
Como administra o tempo?
Eu sou bastante planejadora e controlo muito meu tempo. Mas o tempo que estou dentro da empresa, eu fico com dedicação exclusiva. Mas eu tenho que ter um tempo exclusivo também para a minha família. Mas isso tudo foi possível devido à estrutura familiar que eu tenho. Minha mãe sempre me ajudou e eu sou casada há 18 anos. Meu marido me apoia muito e tenho um suporte muito grande.
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