Dólar mexe com viagens, compras e empregos
Alta taxa de juros nos EUA é o principal motivo
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O dólar não para de subir nas últimas semanas, o que mexe com as compras, a alimentação, as possíveis viagens e os empregos da população.
Nas casas de câmbio em Vitória, a moeda tipo turismo na última quarta-feira (26) passava de R$ 6. As principais causas dessa alta nem são as declarações recentes do presidente Lula: segundo especialistas, o culpado maior seria o aumento dos juros nos Estados Unidos, que atrai investidores para o mercado americano, além de expectativas econômicas.
O economista Ricardo Paixão destacou que produtos importados, como celular e outros eletrônicos, de beleza e derivados do trigo podem ter aumento de preços. “O Brasil importa trigo da Argentina, que é pago em dólares, e o pãozinho de cada dia pode sofrer alta”.
Além de produtos acabados, adubos, fertilizantes e petróleo são importados para a agricultura e indústria, e estão tendo aumento de preços, segundo o presidente do Conselho Regional de Economia do Estado (Corecon-ES), Claudeci Pereira Neto.
“Adubos e fertilizantes são insumos para a agricultura, por exemplo, e pode ter rebatimentos nos preços dos alimentos. Isso pode impactar as famílias mais de baixa renda que consomem toda a sua renda em alimentos”, destacou.
Fernando Otávio Campos, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), disse que, de médio e longo prazo, o dólar afeta toda a economia, reduz a possibilidade de gastos “não essenciais” como viagens, e as empresas não conseguem repassar estes custos, reduzindo faturamento, lucro e empregos.
Quanto ao turismo, no curto prazo o dólar alto aumenta a procura interna, sendo 80% turismo rodoviário o aumento das passagens aéreas internas não tem impacto imediato, disse Campos.
O momento leva as empresas a colocarem um “pé no freio”, em questão de investimentos, segundo o vice-presidente da Federação do Comércio do Estado (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin.
“Desaceleram os investimentos, começam as dificuldades em cadeia, a começar pela queda de faturamento, com menos empregos e renda tanto nas pequenas quanto nas grandes empresas de comércio e serviços”.
Segundo o economista José Márcio de Barros, a tendência é de uma estabilização, mas que fique mais próximo de R$ 6.
Saiba mais
Passagens aéreas ainda mais caras
- Desvalorização do real
A desvalorização do real afeta diretamente os consumidores. Produtos importados, como eletrônicos e alimentos, ficam mais caros.
Essa alta nos preços contribui para a inflação, que precisa ser combatida com juros altos.
O custo da inflação é sentido por todos, especialmente aqueles que dependem de produtos importados.
Para aqueles que têm planos de viajar para o exterior, a alta do dólar pode representar um aumento significativo nos custos.
Isso se reflete em despesas como passagens aéreas, hospedagem, alimentação e atividades turísticas, que se tornam mais caras devido à necessidade de converter mais moeda local em dólares americanos.
Como resultado, os viajantes podem precisar ajustar seus orçamentos ou optar por destinos mais acessíveis para evitar o impacto financeiro da valorização do dólar.
A alta do dólar também afeta o preço das commodities, como petróleo e produtos agrícolas.
Esses itens, cotados em dólar, tornam-se mais caros com a valorização da moeda americana. Isso eleva os custos de produção e, consequentemente, os preços dos alimentos.
Em um médio e longo prazo o dólar afeta toda a economia, reduz a possibilidade de gastos “não essenciais” como viagens e as empresas não conseguem repassar estes custos, reduzindo faturamento, lucro e empregos.
- Indústria
Na construção civil, a situação afeta itens como elevadores e aço que tem mercado dolarizado. Também afeta diretamente nos custos.
Em Outras empresas, principalmente exportadoras, aumenta o faturamento e abre mercados, melhorando a concorrência.
No turismo, a curto prazo o dólar elevado aumenta a procura interna, sendo 80% turismo rodoviário.
No médio prazo, o turismo interno irá também sentir com o aumento do custos de passagens aéreas e a redução de demanda.
- Comércio e serviços
Na medida em que já se fala no dólar valendo até R$ 6 no final do ano, causa enorme insegurança, desestabiliza os negócios e as empresas colocam o “pé no freio” para ver melhor o que vai acontecer.
Desacelerando os investimentos começam as dificuldades em cadeia, a começar pela queda de faturamento, menos empregos e renda.
O impacto imediato são para os produtos importados, e nas linhas de produção os insumos importados.
Mas todos os segmentos do comércio já estão sendo afetados pelo encarecimento dos produtos e oneração das prestações nas compras a prazo pelas famílias em razão dos juros mais altos.
Fontes: economistas Ricardo Paixão, Claudeci Pereira Neto e José Márcio de Barros; Findes, Fecomércio e Agência Estado.
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