Demissões na Garoto são negadas por Sindicato
Nestlé anunciou corte de 16 mil empregos no mundo, mas disse que ampliação no Estado está mantida. Sindicato quer confirmação oficial

A Nestlé anunciou que irá cortar 16 mil empregos no mundo todo. Mas, no Espírito Santo, segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação e Afins do Estado (Sindialimentação-ES), a sinalização inicial é de que não haverá demissões na Garoto.
A presidente da entidade trabalhista, Linda Moraes, explicou que, num primeiro contato feito com a Garoto, a empresa teria negado que haveria demissões. “A Nestlé, inclusive, anunciou investimentos no Estado, para ampliar a produção por aqui, e oficialmente ela ainda não confirma as demissões”.
Linda detalha que o sindicato já solicitou uma reunião com a empresa para que, de forma oficial, seja esclarecido se haverá ou não demissões no Espírito Santo por conta do anúncio da Nestlé.
Em nota, a Nestlé disse que o investimento previsto no Brasil de R$ 7 bilhões – que inclui uma ampliação na fábrica da Garoto, em Vila Velha – está mantido, e informou que está “trabalhando para tornar suas operações mais eficientes”.
“Essas mudanças incluem uma redução planejada de aproximadamente 16.000 funcionários em todo o mundo nos próximos dois anos. As reduções serão implementadas com respeito e transparência”, diz.
“Juntamente com outras medidas de eficiência, a Nestlé está aumentando sua meta de redução de custos para 3 bilhões de francos suíços (R$ 20,59 bi) até o final de 2027, acima da meta previamente anunciada de 2,5 bilhões de francos suíços”, completa a nota, sem detalhar se haverá demissões no Estado.
A empresa informou que três quartos das demissões atingirão posições administrativas, enquanto as demais se concentrarão em operações industriais e de distribuição.
O CEO Philipp Navratil justificou o plano afirmando que a decisão faz parte de uma estratégia para se adaptar “a um cenário em rápida transformação”, adotando medidas duras para ganhar agilidade e eficiência.
A notícia agradou o mercado na Bolsa de Valores: os papéis da Nestlé avançaram 8% em Zurique, impulsionados pela expectativa de melhora na rentabilidade.
O plano segue a tendência global de reestruturações corporativas, adotada por grandes multinacionais diante de custos mais altos e margens pressionadas.
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Plano de demissões
A Nestlé, que anunciou plano de demitir 6% de seus trabalhadores no mundo, emprega no Brasil 30 mil funcionários, que atuam em unidades industriais, centros de distribuição e canais de vendas em todas as regiões do País. A empresa não esclareceu se operação brasileira será afetada pelos cortes de empregos.
O novo presidente global da Nestlé anunciou plano de cortar 16 mil vagas no mundo. O corte vai impactar cerca de 6% dos 277 mil trabalhadores empregados da companhia em 185 países, disse Philipp Navratil, que assumiu o cargo em setembro.
16 fábricas
A Nestlé tem 16 fábricas no Brasil. As unidades industriais estão distribuídas por São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Há também 12 centros de distribuição e mais de 70 empresas prestadoras de serviços responsáveis por vendas, promoções, merchandising, armazenamento e distribuição.
Presença no País
No Brasil desde 1921, grupo tem negócios com milhares de produtores fornecedores nas cadeias de cacau, café e leite. Segundo a empresa, produtos com a marca Nestlé estão presentes em 99% dos lares brasileiros.
Na apresentação de resultados de vendas para os nove primeiros meses de 2025, divididos por regiões do mundo, a empresa destacou que o Brasil liderou o crescimento da companhia nas Américas. Enquanto as vendas orgânicas cresceram apenas 0,4% na América do Norte, na América Latina o crescimento chegou a 6,8% graças ao desempenho do mercado brasileiro.
E fora do País?
No mundo, as vendas da Nestlé recuaram 1,9%, para 65,9 bilhões de francos suíços (ou US$ 83,2 bilhões pelo câmbio de ontem). O lucro da companhia também recua 10,3%, com dados até junho, quando reportou para o primeiro semestre lucro líquido de 5,1 bilhões de francos suíços (US$ 6,4 bilhões).
Fonte: Uol.
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