Consumidor deve esperar regras antes de comprar carro novo, dizem especialistas
Especialistas dizem que o ideal é fechar negócio depois da definição da isenção tributária já anunciada pelo governo federal
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Os consumidores que têm a intenção de comprar carro zero-quilômetro com preços de até R$ 120 mil devem aguardar a publicação das regras do governo federal com a concessão de descontos entre 1,5% e 10,96%, por meio da isenção de impostos federais como IPI, PIS/Cofins.
Isso permitirá saber exatamente qual o redutor a ser aplicado no preço final dos veículos que se enquadrarem no programa.
A avaliação é de especialistas consultados pela Agência Globo. Eles acrescentam que isso vale tanto para quem comprar à vista ou tem intenção de financiar. O Ministério da Fazenda pediu pelo menos 15 dias para estudar como serão concedidos estes descontos e por quanto tempo.
“Vale a pena esperar mais um pouco. Só quando as regras forem oficializadas será possível saber quanto cada veículo que se enquadrará nessas normas ficará mais barato. Por enquanto, sabemos que o desconto pode chegar a 10,96%, o que é um bom percentual”, diz Miguel Ribeiro de Oliveira, consultor e diretor de pesquisas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
O especialista em finanças afirma que a espera vale tanto para quem pretende comprar carros à vista ou via financiamento. Isso porque a expectativa é de que, para complementar o pacote de estímulo ao setor automotivo, os bancos públicos como Caixa Econômica e Banco do Brasil possam criar linhas de crédito com condições de juros mais baixos e tempo de financiamento mais longo.
Renan Suehasu, planejador financeiro e sócio da A7 Capital, diz que para quem quer financiar, além de esperar por possíveis linhas de crédito facilitadas dos bancos públicos, se o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizar uma redução da Selic, as linhas de crédito ficarão mais acessíveis, tornando assim o financiamento mais atrativo.
A maioria das concessionárias de automóveis vive um cenário de incertezas.
Segundo anunciado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, os descontos serão maiores quanto menor o preço final do veículo atualmente, quanto menos poluente forem o motor e o processo produtivo, e quanto maior composição da cadeia produtiva (auto peças e acessórios) for brasileira.
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Desconto
Vai variar de 1,5% a 10,96%, com base em três fatores:
Valor atual do veículo:
Quanto mais barato o carro, maior será o desconto tributário;
Emissão de poluentes: quanto mais limpo for o motor e o processo produtivo, maior o desconto;
Cadeia de produção: quanto maior o percentual de peças e acessórios produzidos no Brasil, maior o desconto.
Prazo
O Ministério da Fazenda terá um prazo de 15 dias para adequar a decisão às regras fiscais – ou seja, calcular a perda de arrecadação e dizer qual será a compensação no orçamento.
Depois, editará uma medida provisória e um decreto para regulamentar o tema.
Fonte: Governo federal
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