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Economia

Como ficariam as viagens com fusão entre Gol e Azul?

Azul busca forma de pagar dívidas e união com Gol pode estar nos planos, o que é positivo ao mercado e pode ser ruim para passageiros


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Imagem ilustrativa da imagem Como ficariam as viagens com fusão entre Gol e Azul?
Avião da Gol: recuperação judicial |  Foto: Agência Brasil/ Marcelo Camargo

A companhia aérea Azul estaria avaliando opções que incluem pedido de recuperação judicial nos EUA e até mesmo uma fusão com a Gol, outra em situação de recuperação judicial.

A divulgação da informação mexeu com o mercado e fez as ações da Azul desabarem 23,45% na Bolsa de Valores, renovando mínimas históricas, em meio a preocupações de investidores com eventuais estratégias que a companhia aérea possa buscar para lidar com suas dívidas.

A companhia, segundo reportagem da Bloomberg News, estuda uma possível fusão com a Gol. A união das duas empresas seria uma estratégia para convencer os credores de que uma nova companhia teria menos dívidas e melhores perspectivas de crescimento.

O advogado nas áreas cível e empresarial Francisco Serrano Martins destacou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em uma possível fusão das empresas, teria de avaliar determinados pontos, como a concentração de mercado e a situação financeira das companhias.

“O Cade trabalha para proteger a concorrência de mercado e, nesse caso, seria importante observar que ambas as companhias estão numa situação financeira atípica. Uma fusão pode ser definida para dar continuidade às empresas, o que é plausível e positivo para o mercado”, explicou.

Segundo Martins, a depender da situação, a fusão pode diminuir os custos de ambas as companhias aéreas. No entanto, há cenários que podem fazer com que os preços das passagens sofram aumento por um período.

A advogada especialista em direito do consumidor Luíza Simões disse que, numa situação de fusão, o Cade visa a garantir que o consumidor não seja afetado. Ela observa que, havendo fusão, de acordo com as regras consumeristas e de mercado, o correto seria que os preços não se alterassem.

“O ideal é que o mercado continue o mesmo e que as empresas sejam distintas, mesmo fazendo parte do mesmo grupo econômico. Exemplos disso são a Garoto com a Nestlé e a Perdigão com a Sadia”, ressaltou.

Se as duas empresas estão com dificuldades financeiras, a possibilidade de fusão é positiva, segundo o economista Ricardo Paixão.

“Tendo a possibilidade de juntar esforços para que elas tentem sair dessa situação, como otimizar rotas, pois há rotas que não são tão lucrativas. Isso pode significar também não deixar o consumidor com muitas conexões, por exemplo”.

Entenda o caso

Possível recuperação judicial

A Azul está avaliando opções que vão desde uma oferta de ações até a apresentação de um pedido de recuperação judicial nos EUA, para fazer frente às obrigações de dívida que se aproximam.

Segundo a Bloomberg, a empresa vem trabalhando para acelerar uma eventual fusão com a Gol, para convencer os credores de que uma nova companhia combinada teria níveis mais baixos de dívida e melhores perspectivas de crescimento.

Após a reportagem, a Azul divulgou que está em “negociações ativas” com os principais acionistas para otimizar a reestruturação de sua dívida conforme previsto em acordo fechado no ano passado.

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