China Park quer ser o primeiro resort do ES
Valdeir Nunes, o China, contou que faltam só um salão de beleza e uma agência de turismo para alcançar objetivo, planejado para 2025
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O China Park quer entrar para a seleta lista de resorts no Brasil e se tornar o primeiro estabelecimento do gênero no Espírito Santo. É o que revela Valdeir Nunes, o China, proprietário do hotel-fazenda que fica em Domingos Martins. O plano é alcançar o objetivo até meados de 2025.
O empresário fez de seu sítio um pesque e pague, depois implantou nele um teleférico, e um parque aquático, apostando nas montanhas mesmo com o frio. Hoje, colhe os frutos, tendo a maior procura de hóspedes em janeiro, na contramão dos destinos que costumam atrair mais clientes no inverno.
Aposta também na oferta de 100% das atrações nos dias úteis, o que deixa a ocupação alta fora dos fins de semana e feriados. Em conversa que pode ser conferida na íntegra no Tribuna Online, no YouTube e em tocadores de podcast, Valdeir falou sobre BR-262, sucessão em família e turismo em geral.
Apesar do apelido, Valdeir não tem relação com o país oriental. Capixaba de Colatina, ele contou que foi cobrador em uma empresa de ônibus no início da carreira.
A Tribuna- O China Park tem o primeiro centro de treinamento privado aprovado pela Fifa. Qual a importância disso para o sucesso do negócio?
Valdeir Nunes- Em 2008, tínhamos 25 colaboradores e cerca de 40 unidades de hotelaria. Aí chegou o asfalto. Sempre gosto de falar disso, porque o turismo está ligado ao asfalto. Era uma dificuldade para as pessoas chegarem quando chovia. Na época, o governo do Estado fez 5 km de asfalto, e a coisa começou a mudar.
Aí chegamos a 2012. Tínhamos cerca de 60 colaboradores e 80 unidades de hotelaria. Aí pensamos na Copa do Mundo, que chegaria em 2014. E foi a virada de chave. Nós fizemos um centro de treinamento, fomos aprovados pela Fifa.
Acabou não indo nenhuma seleção para lá, mas, cada vez que um helicóptero pousava, levando uma delegação do mundo — e foram sete que visitaram o China Park —, éramos vistos no Brasil todo.
Foi uma virada de chave extraordinária. E aí, nas negociações, Camarões tinha fechado com a gente e ia ficar no China Park. Mas devido a uma situação da BR-262 na época... hoje está um pouco melhor, mas estava difícil no período, e eles optaram por não ir porque quase que houve um acidente na rodovia.
Já pensou que tragédia...
Sim! Mas mesmo a seleção não ficando lá foi para nós algo extraordinário. Você tem ideia que ao terminar a Copa do Mundo, nós já tínhamos 130 unidades de hotelaria e já cerca de 85 colaboradores. E a coisa não parou mais.
Como é hoje o China Park?
Esse projeto que estamos terminando agora para inaugurar, começamos logo depois da Copa, em 2015. Fizemos um projeto para 10 anos. Estamos trabalhando para encerrá-lo agora em 2025. Na época, nós estávamos com 120 unidades hoteleiras, e nossa meta era construir mais 130 apartamentos. Terminamos agora, estamos com 250. Projetamos fazer uma nova recepção, que a nossa ficou pequena.
Estamos terminando em 60 dias, mais ou menos, e inauguramos uma nova recepção, a maior de um hotel no Espírito Santo.
Nesse projeto, temos um centro de eventos com três bons auditórios. Um para 600 pessoas, outro para 500, e mais um para 120 pessoas, interligados. Pode-se fazer qualquer tipo de evento, desde um seminário até festa de casamento.
Tem outros equipamentos para crianças. Fizemos um grande brinquedão, pois o projeto é de família. Meu maior cliente são as crianças, elas que levam os pais (risos). Temos cerca de 40 itens de lazer para a família. Tem tudo, entendeu?
E os planos para o futuro?
Em nosso projeto, o que está faltando agora é só o salão de beleza e a agência de turismo lá dentro. Agência de turismo para levar os hóspedes para fazer passeio na região. Vamos ter vans. Se alguma empresa de turismo quiser entrar no negócio, vamos liberar o espaço para eles administrarem. Se não, nós mesmos vamos comprar as vans e fazer o trabalho.
O China Park passou a ser um destino. O destino é Pedra Azul, a montanha capixaba. Mas quem chega hoje no China Park tem tudo lá dentro. Então, tenho que fazer com que essas pessoas saiam também. E visitem as montanhas capixabas. Por quê? Nós queremos que as montanhas cresçam, nós estamos nelas e crescemos juntos.
Então não queremos só botar as pessoas lá no China Park e deixá-las sete dias lá. Queremos que elas façam agroturismo. O agroturismo do Estado é o melhor do Brasil.
Hoje o Espírito Santo não tem um resort, com regime all inclusive. Há essa intenção em relação ao China Park?
Nós estamos trabalhando para ser o primeiro resort no Espírito Santo. Era aí que eu queria chegar (risos). Estamos trabalhando para isso. Uma das últimas coisas é o salão de beleza que está faltando. E a gestão de turismo que quero colocar.
Mas não vamos ter um resort de luxo. Vamos ter um de bem-estar. Hoje oferecemos toda a alimentação, nosso restaurante tem capacidade para 750 pessoas sentadas, e vamos incluir também a bebida, exceto bebida alcoólica.
Em vários resorts all inclusive no Brasil não entra a bebida alcoólica incluída. São pouquíssimos que entram. E, quando entra, o preço é muito alto. Fica em termos de R$ 2.500 (a diária). Nosso mercado aqui não comporta isso.
Nós queremos ser, sim, um resort, mas aprovado pela Resorts Brasil (Associação Brasileira de Resorts). Não, não queremos botar marca “resort” lá, não. Tem de ser aprovado, porque o Brasil hoje tem 69 resorts só aprovados. O Espírito Santo não tem nenhum.
Qual o segredo do sucesso do China Park?
Atribuo primeiramente a Deus. Você tem de confiar em Deus e trabalhar. E em segundo, à mídia. Quem não é visto não é lembrado. Então você tem de investir.
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