Servidores federais terão reajuste só em auxílios
Governo federal oferece correção, por exemplo, acima de 50% no valor do auxílio-alimentação, mas sem aumento no salário do funcionalismo
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O governo federal propôs aos servidores federais um reajuste em auxílios como alimentação e creche em meio a ameaças de paralisações e greves do funcionalismo.
A proposta feita na última quarta-feira (10) prevê que sejam abertas negociações separadas por categorias para eventuais aumentos salariais. Em troca, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer o compromisso de que os serviços públicos não sejam interrompidos.
A reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente entre governo federal e servidores foi encerrada sem acordo. Os representantes dos servidores devem dar resposta ao Ministério da Gestão até a próxima segunda-feira.
O texto que o governo pôs na mesa reajusta já a partir de maio deste ano: o auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (alta de 51,9%); o auxílio-saúde de R$ 144,38 para cerca de R$ 215; a assistência pré-escolar (auxílio creche) de R$ 321 para R$ 484,90.
Na reunião, o governo apresentou que, em contrapartida, “durante o processo de negociação, a interrupção total parcial dos serviços públicos, implicará a suspensão das negociações em curso por uma categoria”.
Mas, segundo integrantes do governo, o Ministério da Gestão recuou desse ponto horas após o encontro, diante da resistência de servidores a essa restrição. Com isso, a tendência é que os servidores aceitem os reajustes de benefícios até o início da próxima semana.
O governo tem sofrido pressão de servidores públicos por reajustes salariais. Em 2023, o aumento concedido foi de 9%. Algumas categorias pedem um reajuste de 30% em 2024.
Antes do início da reunião de negociação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica está fazendo os cálculos para ver se há espaço para reajuste aos servidores nos próximos anos.
Segundo Rudinei Marques, presidente do Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate), a falta de prazo para o fim das negociações poderá ampliar o movimento de paralisações no País, vistas como única forma de pressionar o governo.
No ano passado, a proposta apresentada foi de reajuste dos benefícios, além de um aumento salarial de 4,5% em 2025 e de 4,5% em 2026. Desta vez, no entanto, o texto prevê que as negociações ocorram por categorias e com aumento salarial para todos.
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